Deixado o passado para trás se torna mais do que uma necessidade, em alguns casos, uma obrigação. É somente seguindo em frente que as coisas voltam a fluir. É ao se despedir do que não está servindo, que podemos viver o momento presente. Nem tudo era uma questão de querer. Às vezes, as coisas simplesmente aconteciam e não havia necessidade em olhar para trás: as respostas estavam no aqui e agora. Ia, então, se despedindo. Consciente de que seus caminhos jamais se cruzariam novamente. Consciente de que o que estava no passado, já não servia para nada do que desejava no presente ou esperava no futuro. Era quando podia respirar no momento presente que o passado se tornava mais leve. Não havia necessidade de relembrar o tempo inteiro das coisas que já não faziam mais parte da vida, tudo o que restava era aceitação. Ia aceitando que nada seria como tinha sido antes. Ia fazendo as pazes com o desconhecido, com o inesperado, consciente de que quanto menos pensasse no passado,...
O mundo dos livros pode ser uma válvula de escape para os dias de tédio e cansaço existencial, bem como pode ser uma ótima oportunidade de deixar a criatividade explodir no papel para aqueles que se dedicam ao ofício de contar histórias. Seja durante a leitura ou no processo de criação literária, muitas vezes, ficamos tão conectados com o universo ficcional que nossos corpos físicos estão presentes, mas nossa mente, atenção e energia estão em sintonia com as narrativas.
*Imagem publicada nas redes sociais do blog Virando Amor Leia Escrita Maldita: https://amzn.to/2OlIdVc
Dizem que são as coisas que mais amamos que nos destroem. Com Daniel Luckman, o escritor protagonista do meu livro de terror, Escrita Maldita, não poderia ser diferente. Seu sonho e obsessão de se tornar um autor best-seller é o que o motiva a acordar todos dias, mas também é o que tira o seu sono.
Para ele, a escrita não é só um passatempo, mas é a forma que encontrou para lidar com suas emoções tumultuosas e ressignificar a própria história de vida. Assim como Daniel, carrego dentro de mim a paixão pelos livros, companheiros nesta jornada de existência, testemunhas dos meus silêncios e também dos dias de furacão.
Muitos escritores se refugiam não só dentro dos seus próprios mundos imaginários, como navegam e naufragam no lago de outros sonhadores. A leitura e a escrita são como ópio. Aqueles que fogem do universo das palavras não sabem como é o prazer de se perder e se encontrar, de encontrar um espaço para deixar a mente livre da realidade pesada e sufocante.
É no mundo de papel que nos permitimos entrar em outras peles, conhecer outras realidades e abandonar nossas certezas. Tudo pode acontecer.
Mesmo mergulhados no imprevisível caos e terror, ao final da viagem, como os heróis, retornamos transformados por nossas experiências, preparados para mais um dia em nossa jornada, após uma merecida pausa mental; o espírito volta mais forte, até que precisamos de mais uma dose e resistimos à tentação de nos perdermos nas histórias, sem desejar o caminho de volta.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.