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Destaques

Born This Way: Hino LGBTQIA da Lady Gaga e sua importante Fundação

Os anos passam mais algumas músicas continuam fazendo sucesso. Neste mês do Orgulho LGBTQIA , Born This Way , da Lady Gaga , permanece sendo reconhecida como um hino LGBTQIA. Mais do que cantar sobre a causa, a importância da própria identidade e aceitação, a cantora da música lançada em 2011 é também co-fundadora de uma fundação que apoia comunidades LGBTQIA. Segundo informações do site da Born This Way Foundation , a missão é: “Empoderar e inspirar os jovens a construírem um mundo mais gentil e corajoso que apoia a saúde mental e o bem-estar deles. Baseado na relação científica entre gentileza e saúde mental e construído em parceria com os jovens, a fundação incentiva pesquisa, programas, doações e parecerias para envolver o público jovem e conectá-los com recursos acessíveis de saúde mental”. Mais do que uma música para inspirar a Parada do Orgulho LGBTQIA ou ser ouvida o ano inteiro, Born This Way deixou esse grande legado que foi a fundação que já ajudou muitos jovens LGBTQIA. E o...

Espectro Autista: Reflexão sobre conscientização do autismo

Vez ou outra eu recebo mensagens de pessoas pedindo ajuda sobre como trazer mais conscientização em lugares nos quais pouco se sabe sobre autismo. Nem toda cidade tem especialista em autismo, isso é um fato que todo mundo que já precisou de um, sabe como é. Minha dica é: compre/arrecade livros ATUALIZADOS sobre o assunto e/ou livros de ficção (com personagens autistas) e/ou livros escritos por autistas. Recomendo firmemente a literatura, já que a leitura trabalha a empatia e fica mais fácil dos neurotípicos entenderem como é estar 'na nossa pele', mesmo que por alguns minutos.


Não vai dar livro desatualizado, que é um desserviço. Já tem muita desinformação no Brasil. Eu poderia fazer uma lista sobre todos absurdos que leio, mas não vou.

Enfim, não dá para fugir da leitura. Infelizmente, muitos conteúdos brasileiros estão defasados, outros logo vão estar por causa das alterações do CID11 do Espectro Autista [só entra em vigor em 2022]. Tem muita coisa boa produzida pela comunidade autista internacional. A barreira linguística ainda é forte. Alguns textos eventualmente são traduzidos, mas é muito material e pouca gente colaborando, e querendo ou não, sempre vai ter a divergência de perspectiva/interesse comercial sobre o que é publicado/gera retorno financeiro.

Veja também: 13 Livros sobre Autismo que poderiam ser traduzidos para o Brasil

Porém, nem tudo que é produzido fora necessariamente é de qualidade. Tem muito LIVRO/CONTEÚDO RUIM sobre autismo que já foi tirado de circulação por ser PERIGOSO e NEGLIGENTE e divulgar 'tratamentos' controversos (não dá para chamar de tratamento) – outros ainda não foram tirados, então, fiquem espertos. Entendam uma coisa: dar entrevista/produzir livro/escrever artigo, QUALQUER PESSOA faz. Isso não significa que tenha credibilidade ou que seja de qualidade (questionável).

Se for produzir palestra/organizar evento, é sempre bom chamar alguém do espectro que entenda do assunto, não só profissional (Não é porque autistas estão 'interessados no dinheiro de evento', mas porque a diferença de narrativas importa para balancear as questões sociais. Não estou falando para substituir um por outro, mas por que não somar as narrativas?). A diferença de perspectiva é gritante. O que para alguns pode ser visto como algo 'patológico', para nós, é o nosso normal. Nascemos assim.

Um ponto importante de trabalhar é a autoestima/identidade da pessoa no espectro autista. Entender que está tudo bem ser diferente. Os índices de suicídio entre autistas são altíssimos por causa do preconceito e é a maior causa de morte. Com o preconceito, a pessoa não tem amigos, sofre bullying, não tem emprego, perde a vontade de estudar, lida com depressão e ansiedade (entre outras possíveis comorbidades), e por aí vai... Não é nada fácil ser diferente numa sociedade que julga e quer te empurrar a 'normalidade' que nem eles têm.

Essa página apoia a NEURODIVERSIDADE (não há nada de errado em ter autoestima e se aceitar). Vocês dificilmente vão me ver indicando conteúdos/livros preconceituosos. E se tiver compartilhado, não quer dizer que eu concorde com o ponto de vista do autor, às vezes, tem um trecho interessante ou é uma novidade relevante, mas como não posso 'reescrever' reportagens/livros/artigos dos outros, é preciso fazer uma leitura crítica e ter isso em mente. Já recebi comentários de pessoas me pedindo para corrigir o texto dos outros, estatísticas (Já falei várias vezes, pela falha de diagnósticos, várias estatísticas de autismo estão incorretas e desatualizadas). Eu não tenho esse 'poder'; ninguém tem. Cada um é responsável pelo que publica.

Os melhores profissionais que já consumi conteúdo e/ou entrei em contato são aqueles que tratam o autismo de forma humanizada e ética. É o mínimo que se espera da área da saúde. Dizem que autistas não têm empatia (um grande erro), mas a falta de empatia é bem presente entre os não-autistas. Quem sabe como é, sabe como é.

Mais aceitação e compreensão das diferenças, menos preconceito e ignorância. Existem inúmeros autistas quebrando estereótipos pelo mundo, basta ir atrás de informações atualizadas para ver – sim, como já mencionei várias vezes, isso não significa que todos vão ser exatamente iguais. Não existem dois neurotípicos (não-autistas) iguais, por que acham que todos autistas são iguais? Só porque 'não parecemos autista para você', não significa que não somos. E, francamente, às vezes, a opinião de outra pessoa não vale nada. Muitas vezes, é melhor guardar para si mesmo :)

Lembrando: Nenhum autista é igual ao outro. Somos todos únicos, independente do grau. Você não vai encontrar dois Aspergers iguais, tampouco duas pessoas no espectro autista exatamente iguais, mas existem vários comportamentos e questões sensoriais (hipersensibilidade/hiposensibilidade) que ajudam a traduzir um pouco da nossa realidade. Portanto, assim como pessoas reais autistas não representam o espectro inteiro e não falam por todos autistas (a comunidade é bem heterogênea), não esperem personagens ficcionais (filmes, séries etc.) que representem todos autistas. Parem de esperar uma representação universal do autista.

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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