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Destaques

Mudança de energia

Mudança de energia: às vezes é tudo o que você precisa para reequilibrar as coisas. De repente, você se dá conta em quanta atenção tem dispensado para uma coisa e/ou uma pessoa, uma energia que poderia usar para outras coisas, às vezes é algo tão automático, que você se esquece da importância de dizer não. Era muitas vezes ao não dizer não para o outro, que estava dizendo não para si mesmo. O problema era quando a impulsividade ganhava força e se sentia cada vez menos no controle da situação. Era, então, quando se lembrava da importância dos limites, não só do outro, mas de si mesmo. Pensava na quantidade absurda de tempo que gastava fazendo companhia para o outro, um tempo que poderia usar para si mesmo. Pensava em como deveria estar usando o tempo para escrever, aprender algo novo, se divertir, conhecer outras pessoas, fazer qualquer coisa que não envolvesse o outro. Por que, diabos, deveria deixar o outro como uma prioridade, quando não era recíproco? Há dias pensava no que poderia ...

Resenha: Sobre Entrevistas: Teoria, Prática e Experiências – Stela Guedes Caputo

Em seu livro: "Sobre Entrevistas: Teoria, Prática e Experiências" (Ed. Vozes), lançado em 2006, a jornalista Stela Guedes Caputo aborda os conceitos de entrevistas, dá dicas de como melhorar esta ferramenta do jornalismo e da pesquisa, expõe algumas de suas entrevistas com diferentes pessoas e tece comentários sobre as mesmas.

Para a autora, as fórmulas podem ajudar na hora de se realizar uma entrevista, mas não resolvem. Caputo explica que se a entrevista é mais do que uma técnica para obter respostas através de um questionário: é preciso que haja comunicação entre as pessoas e uma das características fundamentais para qualquer jornalista é saber realmente ouvir. Outro ponto importante no jornalismo e que é pouco praticado, de acordo com a autora é o de: "Pluralizar ao máximo as visões sobre o assunto em pauta, ainda que não possa se desvencilhar de seu próprio ponto de vista".

O jornalista Eugênio Bucci escreveu o prefácio do livro e fala sobre a importância de se pensar nos direitos, necessidades e interesses dos destinatários da notícia e de saber separar o que é relevante do que é supérfluo. Bucci cita 5 características de um bom texto jornalístico: subordinado ao direito à informação; necessário; percebido e reconhecido como necessário; urgente; dialoga de perto com o desejo daquele a quem se destina.

Cada entrevista é influenciada pela forma feita, que de preferência seja realizada pessoalmente, depende da abordagem, do tempo e da aproximação. Para a autora, é difícil conceituar entrevista. Caputo acredita que a entrevista é uma aproximação do jornalista em uma dada realidade, a partir de determinado assunto e do próprio olhar, através de perguntas dirigidas a um ou mais indivíduos. "O que sinto, e apenas sinto, é que, quando o jornalista realiza bem essa aproximação, a entrevista se torna uma experiência. Uma experiência de olhar o mundo e ouvir o outro".

A ideologia do jornalista influencia ao se produzir uma matéria jornalística, a suposta neutralidade pregada pelo jornalismo é contrariada através da opinião - a favor ou contra - um acontecimento. A autora cita o jornalista Eugênio Bucci, que explica que o ideal é se buscar um equilíbrio ("pacificação entre as convicções e crenças pessoais do jornalista e o nível de objetividade requerido pelo público"). Ainda de acordo com Caputo, esta busca pelo equilíbrio, muitas vezes, tende a cair para o lado ideológico do veículo em que o jornalista trabalha.

Por meio dos exemplos de entrevistas realizadas por Stela Caputo percebe-se a diferença entre os entrevistados, os contextos e as abordagens, além de se aprender informações interessantes com estes diálogos enriquecedores. A jornalista conta que o livro não busca responder todas as perguntas e nem se tornar um manual, cabe ao jornalista desenvolver o seu próprio estilo, refletir e aprender a lidar com as diferentes situações da melhor forma possível.

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