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Destaques

Bandeiras vermelhas

É preciso tomar cuidado para não ser tão compreensivo a ponto de ser desrespeitado. A frase girava dentro dele, o fazendo perceber o quão duvidoso e traiçoeiro poderia ser ignorar bandeiras vermelhas. Bandeiras vermelhas ou Red flags serviam como um alerta de que havia necessidade de prestar atenção no comportamento do outro. Ignorar bandeiras vermelhas tinham um preço que não valia a pena pagar. Em alguns casos, impor limites é o suficiente.  Em outros, se afastar é fundamental. Então, a empatia, muitas vezes, pode atrapalhar mais do que ajudar. Você quer ser compreensivo e entender esse lado, muitas vezes, sombrio do outro, se esquecendo que no final quem vai se machucar é você.  Existem palavras que não podem ser ignoradas. Existem coisas que você não pode esquecer, simplesmente por gostar de alguém. Existem comportamentos que são desnecessários e tóxicos, não importa o quanto você tente ignorar.  Reconhecer a toxicidade do outro também envolvia reconhecer que em algum...

O Desafio Diário de Escrever

Dizem que escritores precisam conversar com outros escritores. Tenho colegas que apesar de escreverem bem, lidam com o desafio de se tornarem escritores profissionais. Juntos conversamos sobre nossas angústias, bloqueios criativos, recomendamos leituras de livros sobre criação literária e literatura, enfim, desabafamos sobre nossas rotinas.

Esta semana ao conversar com um colega, vi que sempre lutávamos com o mesmo conflito: a dificuldade de escrever diariamente e incorporar a prática à nossa rotina.

– Como anda a escrita? – perguntei.

– Parada e a sua?

– Às vezes bem, mas no momento com bloqueio também.

O diálogo não foi exatamente assim, mas poderia ter sido. Não sei dizer quantas vezes tivemos aquela conversa e para falar a verdade, apesar de repetitiva, as respostas nunca são as mesmas e é como se no momento em que eu o aconselho, na verdade, estou me aconselhando, e vice-versa. Projetamos nossas frustrações, medos, incertezas e no fim do bate-papo me sinto mais leve e pronto para seguir em frente.

– Estou pensando em viajar. – ele disse.

– Ótimo! Tenho certeza de que vai ajudar na sua escrita.

– Eu vim para cá para escrever, mas há tantas coisas para fazer, lugares para conhecer, que estou sentindo mais a cidade do que escrevendo. Preciso escrever textos literários diariamente.

Concordei com ele. Ambos temos blogs e, às vezes, contamos nossas rotinas ou escrevemos artigos, mas não é o que propomos a fazer ao se aventura pelo caminho da escrita.

– Sabe – disse para ele – você não precisa se preocupar tanto. Você tem todo o conhecimento sobre escrita que precisa, seja dos livros ou dos cursos. O que você precisa fazer é escrever. Se não consegue em um horário fixo, pois que seja de manhã em um dia, à tarde ou à noite no outro. O importante é escrever.

– Estou precisando viajar.

– Sei que será ruim atualizar o blog na viagem, mas se puder, escreva um diário de bordo e poste quando voltar ou tiver tempo.

– Esta é a ideia!

– Ótimo! Por que aprendo com suas aventuras como se elas fossem minhas.

Nos despedimos e mesmo sem saber quando nos falaremos novamente, sei que enfrentaremos a procrastinação e os bloqueios, uma batalha diária na vida de escritores iniciantes, que mesmo tendo uma boa bagagem cultural e conhecimentos sobre escrita, se escondem atrás dos livros e cursos, deixando de lado o que deveriam estar fazendo: escrevendo.

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