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Destaques

Sem talvez

Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...

Edgar Allan Poe: Monografia sobre a vida do escritor e seus contos de terror

Edgar Allan Poe é, sem dúvidas, um dos escritores que influenciou milhares de autores de ficção após a publicação de suas narrativas macabras e fantásticas. Maria Luiza Ferreira de Rezende é autora de uma monografia de conclusão do curso de Letras, intitulada Edgar Allan Poe, o estranho que escreveu sua vida em contos de terror, publicada em 2006, apresentada no Centro Universitário de Itajubá, em Itajubá (MG).


Segundo a autora da monografia, o objetivo do estudo sobre a vida e produções literárias de Edgar Allan Poe foi refletir como a morte e angústia estão presentes na obra do escritor, tornando-se material de sua criação artística. Entre os contos de Edgar Allan Poe analisados estão: O Gato Preto, A Queda da Casa de Usher, O Retrato Oval, Coração Denunciador e William Wilson.

"Eu não tinha medo de olhar as coisas horríveis, mas ficava apavorado com a ideia de nada ver"Edgar Allan Poe

Maria Luiza Ferreira de Rezende analisa como a morte da mãe, o horror vivido em sua infância e o luto foram externados nas narrativas de Poe. Fazendo uma intersecção entre a literatura e a psicanálise, a autora mostra como esses conflitos internos, seus problemas com o álcool, a solidão e o estranhamento estão presentes nos contos de Poe. Confira um trecho do trabalho:


“Poe sabia como escrever uma história. Mestre ímpar do conto, lançava mão de todos os elementos que o compõem, harmonizando com perfeição as unidades de ação, tempo e lugar, os personagens, a linguagem, as descrições e o foco narrativo. O escritor soube, de maneira extraordinária, aliar seu conhecimento de estrutura de conto à sua delicada sensibilidade e à sua incrível capacidade de percepção da natureza humana. Poucos escritores compreenderam e expressaram tão bem o que se passa no íntimo do homem”Maria Luiza Ferreira de Rezende.

O trabalho de 74 páginas aborda a relação entre criação literária e dor, uma breve biografia do escritor Edgar Allan Poe e sua vida marcada pela solidão, algumas definições sobre o conto e narrativa fantástica, a relação entre psicanálise e literatura fantástica, além da análise das cinco histórias curtas citadas acima.

Para quem, como eu, gosta de Edgar Allan Poe, é apaixonado pelo processo de criação literária e se interessa pela psicanálise, vale a pena ler a monografia e conhecer mais sobre a vida de um dos maiores escritores de todos os tempos, que infelizmente não teve o reconhecimento necessário quando estava vivo e se tornou imortal com seu legado literário.

Leia o trabalho na íntegra: Edgar Allan Poe, o estranho que escreveu sua vida em contos de terror (Maria Luiza Ferreira de Rezende)



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Não deixe de conferir: Documentário sobre Edgar Allan Poe – Contos de Terror

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