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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Bibliotecas e o amor do escritor Neil Gaiman pelos livros

Bibliotecas são mágicas. Como muitos escritores, a história de amor pela leitura de Neil Gaiman foi fundamentada nesses espaços repletos de livros, nos quais profissionais apreciavam vê-lo mergulhando no mundo dos livros infantis e, posteriormente, dos livros para adultos.


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O destino de alguns amantes da leitura envolve contar suas próprias histórias. Com Neil Gaiman não foi diferente. Sua carreira de escrita começou como jornalista, na qual ele escreveu algumas biografias e depois se aventurou pela escrita de graphic novels, livros infantis e adultos de ficção científica e fantasia.

“Eu não seria quem sou sem bibliotecas. Eu era o tipo de criança que devorava livros, e meus momentos mais felizes quando garoto eram quando convenci meus pais a me deixar na biblioteca local a caminho do trabalho, e eu passei o dia lá. Eu descobri que os bibliotecários realmente querem ajudá-lo: eles me ensinaram sobre empréstimo entre bibliotecas” – Neil Gaiman

Em tempos em que muitas bibliotecas de alguns países sofreram com cortes de orçamento e no Brasil, pior ainda, muitas cidades e escolas não têm bibliotecas e espaços para leitura, a palestra de Neil Gaiman na organização The Reading Agency, do Reino Unido, em 2013, nos lembra da importância de um espaço para desenvolvimento da imaginação e despertar o interesse prazeroso pelos livros.

Em sua palestra, Gaiman assume que sua opinião é suspeita, seja como escritor que ganha sua vida com a venda de livros ou como um leitor que passou anos em bibliotecas. Ele diz que quando visitou Nova Iorque certa vez, escutou alguém falando sobre a construção de presídios e que uma das formas de prever quantos prisioneiros estariam lá era por uma porcentagem de quantos adolescentes não podiam ler.

Embora a relação entre criminalidade e alfabetização não seja direta, pesquisas mostram que grande parte dos presos não terminou os estudos e/ou é formada por analfabetos, em sua defesa da importância das bibliotecas, Neil Gaiman lembra que a escolarização pode ajudar com a leitura de livros e o que pode levar ao prazer de ler obras de ficção.

“A ficção tem dois usos. Em primeiro lugar, é uma droga de entrada para a leitura. O impulso de saber o que acontece a seguir, de querer virar a página, a necessidade de continuar, mesmo que seja difícil, porque alguém está em apuros e você tem que saber como tudo vai acabar... isso é uma iniciativa muito real. E isso força você a aprender novas palavras, a pensar em novos pensamentos, a continuar. Descobrir que a leitura por si só é prazerosa. Depois de aprender isso, você está no caminho para ler tudo. E a leitura é fundamental. Houve barulhos feitos brevemente, alguns anos atrás, sobre a ideia de que estávamos vivendo em um mundo pós-letrado, no qual a capacidade de dar sentido às palavras escritas era de alguma forma redundante, mas esses dias se foram: as palavras são mais importantes do que já foram: nós navegamos o mundo com palavras, e como o mundo desliza para a web, precisamos seguir, comunicar e compreender o que estamos lendo. Pessoas que não podem se entender não podem trocar idéias, não podem se comunicar, e os programas de tradução não vão tão longe” – Neil Gaiman

Para Gaiman, é preciso que as crianças sejam incentivadas ao prazer da leitura e para isso, elas precisam ter acesso aos livros. O autor relembra que de tempos em tempos, muitas obras são criticadas e as crianças são desencorajadas a ler, o que ele considera errado de se fazer, já que além das pessoas terem gostos diferentes de leitura, um livro pode levar a outros. A leitura não precisa ser algo chato.

“E a segunda coisa que a ficção faz é desenvolver empatia. Quando você assiste TV ou vê um filme, está vendo coisas acontecendo com outras pessoas. Ficção em prosa é algo que você constrói de 26 letras e um punhado de sinais de pontuação, e você, e você sozinho, usando sua imaginação, cria um mundo e as pessoas e olha através de outros olhos. Você pode sentir coisas, visitar lugares e mundos que você nunca conheceria. Você aprende que todo mundo lá fora é eu também. Você está sendo outra pessoa e, quando voltar ao seu próprio mundo, será um pouco diferente” – Neil Gaiman

Neil Gaiman fala sobre a importância da empatia para a vida em sociedade e que a possibilidade de viver em outros mundos pela ficção pode não só desenvolver nossas habilidades imaginativas, como também nos deixar descontentes com nosso próprio mundo e querer melhorá-lo.

Segundo o escritor, não fornecer livros ou espaços para leitura para crianças é uma forma de destruir o amor pela leitura. Ele conta que teve sorte de poder ler livros de fantasmas, magia, naves, vampiros, detetives, bruxas, em sua infância, o que despertou o seu interesse por outras obras literárias.

“As bibliotecas são sobre liberdade. Liberdade de leitura, liberdade de ideias, liberdade de comunicação. Elas são sobre educação (que não é um processo que termina o dia em que deixamos a escola ou universidade), sobre entretenimento, sobre como fazer espaços seguros e sobre o acesso à informação” – Neil Gaiman

Um espaço para ter acesso à informação e saúde e a ajudar a navegar melhor o mundo. Gaiman finaliza sua palestra torcendo para que as pessoas pensem em seus filhos, de forma que os mesmos possam não só ler, mas também imaginar e entender o que está acontecendo.

No dia 20 de novembro de 2018, a editora William Morrow vai publicar o livro Art Matters: Because Your Imagination Can Change the World, com textos do escritor Neil Gaiman e ilustrações do artista Chris Riddell.

A obra deve reunir quatro textos do Gaiman sobre criatividade e arte, entre eles, essa palestra sobre a importância das bibliotecas; Faça Boa Arte; Making a Chair, um poema sobre a alegria de criar algo e Credo, seu manifesto sobre a liberdade de expressão.

O livro Art Matters já está em pré-venda: https://amzn.to/2SYC1BS 

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