Dezembro chegou e com ele veio a vontade de escrever novos capítulos de sua história. Estava disposto a deixar outubro e novembro para trás, tentar se focar no momento presente e se deixar perder nas novas linhas que se formavam. Era verdade que deixar os capítulos anteriores para trás não era uma tarefa fácil, mas precisava seguir em frente, sempre se movimentando em direção aos seus sonhos. Tentava não criar expectativas sobre que tipos de histórias iria escrever, o papel em branco que antes o paralisava, agora servia como um convite para deixar novas palavras surgirem. Escrevia pra quê, afinal de contas? Para se lembrar? Para esquecer? Para colocar para fora? Para simplesmente praticar o ato de escrever? Não havia uma resposta certa ou errada. Escrevia porque era sua paixão fazer isso e enquanto continuasse respirando, pretendia continuar escrevendo. Escrever capítulos novos poderia ser uma atividade interessante. Diferente do que muitos pensam, nem todos escritores deixam tudo plan...
Vídeo: 5 Motivos para Ler Flores para Algernon (Daniel Keyes)
Faz um tempo que não gravo vídeos para o meu canal do YouTube. Tenho dificuldade de lidar com barulhos e na hora de gravar, então, além de me desconcentrar, provoca mal-estar e atrapalha minha fala. Enfim, o vídeo deste início de fevereiro de 2019 é sobre o livro Flores para Algernon, do escritor Daniel Keyes, publicado pela Editora Aleph, em 2018. Foi uma das minhas leituras favoritas do ano passado.
Para quem não gosta de vídeos, vou comentar aqui embaixo sobre o que foi abordado.
5 Motivos para Ler Flores para Algernon:
1) A ficção e a linguagem nos mostra como a inteligência e a cognição influenciam nossa maneira de enxerga, sentir, experimentar e vivenciar o mundo e como os outros nos percebem de forma positiva ou negativa. 2) O livro aborda uma questão que deveria ser mais discutida: o preconceito contra pessoas com deficiência intelectual. Charlie, o protagonista de Flores para Algernon sofre com o preconceito e nem sempre tem consciência disso por causa da dificuldade de discernir a maldade do ser humano. Além de nem sempre ter como se defender, o livro aborda questões como abusos físicos e psicológicos, abandono e autonomia. 3) Nos faz refletir sobre as questões éticas da ciência nos experimentos e tratamentos com humanos. Charlie é convidado a participar de uma cirurgia que promete aumentar seu QI. 4) Conforme o leitor acompanha os registros da experiência e os dias de Charlie, além de perceber a mudança no tratamento interno e das pessoas ao redor dele, o rapaz se dá conta que a inteligência emocional não acompanha o desenvolvimento do seu QI. Ele abre as feridas do passado e mesmo com dificuldades diferentes, ele percebe que ainda é difícil se comunicar com as pessoas.
5) Flores para Algernon nos faz pensar na pressão que colocam em pessoas com alta inteligência e como essa busca desesperada pode ser tão destrutiva quanto o preconceito contra pessoas com baixo QI. De um lado, há o enaltecimento e supervalorização de pessoas com alto QI, do outro, a desvalorização, desumanização e infantilização de pessoas com baixo QI. Além disso, pessoas com muita inteligência também tem dificuldades de interação social e quanto mais autoconsciência, mais elas estão sujeitas à solidão, ruminação e desenvolvimento de transtornos mentais.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
Boa noite! Muito bom ouvir sobre literatura. Um abraço.
ResponderExcluirOlá, Fernando! Obrigado pelo comentário. Seja bem-vindo.
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