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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Quando a Ciência é ignorada por Políticos, o Mundo paga o Preço

Desastres acontecem quando a Ciência é ignorada por aqueles que deveriam trabalhar pautados pelo bem-estar da sociedade, mas acabam deixando de lado as opiniões de especialistas e se focam mais em como as decisões poderiam afetar suas popularidades e reeleições do que no trabalho que precisa ser feito.

Se algumas pessoas conseguem aprender com as experiências, especialmente quando envolvem perdas próximas, outras, após o momento de luto, nem sempre acordam para a importância de lidar de forma coletiva com questões alertadas por cientistas de diferentes partes do mundo.

Com mais de um ano e meio de pandemia e mais de 4 milhões de mortes por Covid-19 no mundo, sendo só no Brasil, mais de 560 mil mortes, enquanto algumas informações foram mudando ao longo do tempo com o surgimento de variantes, outras recomendações permanecem iguais e profissionais de saúde e especialistas precisam ficar repetindo as mesmas mensagens, já que parte da população parece não conseguir assimilar as orientações sanitárias, como o uso de máscaras, distanciamento social e até mesmo a importância da vacinação contra Covid-19.

O problema do Negacionismo não é novo e tampouco vai desaparecer. No que diz respeito à pandemia, é interessante ver que os cientistas estavam alertando há anos de que só não sabiam a data, mas que a qualquer momento uma pandemia poderia surgir. Além disso, lembram que a pandemia do Covid-19 não será a última. Na teoria, isso ajudaria os diferentes países a se prepararem para uma próxima emergência sanitária; na prática, de antemão é possível saber que questões políticas e anticientíficas continuarão exercendo influência nas sociedades.

Enquanto parte do mundo protesta contra seus governos por causa da gestão da pandemia e da falta de vacinas, outra parte tem protestos contra a vacinação, lockdown, máscaras e passaporte sanitário. Para muitas pessoas que idealizavam alguns desses países, houve surpresa e até mesmo decepção, mas os problemas relacionados ao movimento Antivacina não são novos e governos fizeram vista grossa, deixando a questão crescer até chegar a esse ponto em que várias pessoas que se recusam a tomar a vacina estão morrendo e alguns só se arrependem quando é tarde demais.

Outro velho alerta que de tempos em tempos ganha destaque e depois é esquecido é aquele relacionado à necessidade de mudanças de atitudes devido aos riscos das mudanças climáticas. Se ter que lidar com um vírus mortal já é algo difícil, imagine que neste mesmo período, inúmeros países tiveram que lidar com várias catástrofes climáticas, desde alagamentos, enchentes, tornados e mortes por raios, até calor extremo, seca, incêndios e frio congelante.

Diante de cenas consideradas apocalípticas e pareciam sair de filmes de ficção científica, não tenho dúvidas de que alguns ainda vão continuar ignorando os alertas da ciência, em vez de reconhecer a necessidade de mais responsabilização por parte dos governos de diferentes regiões. Com as mudanças climáticas, países como o Brasil não estão preparados para o frio intenso nem mesmo tem estrutura de aquecimento em suas casas, sem levar em conta as pessoas em situação de rua, já nos Estados Unidos e Canadá, relatos de pessoas passando mal, desmaiando e até mesmo morrendo pelo calor intenso circularam nos noticiários, entre inúmeras variações situacionais pelo mundo. 

Para os mais endinheirados e aventureiros, a mudança para outra região acaba sendo uma solução, mas é preciso lembrar que esses não representam a maior parte da população mundial. Há até mesmo aqueles que especulam com o avanço das viagens espaciais, que alguns no futuro tentarão se mudar para outro planeta, após o esgotamento dos recursos e tantas emergências climáticas que surgirão na Terra.

Cientistas e ativistas ambientais, sem dúvidas, não estão felizes ao ver tantos desastres climáticos acontecendo pelo mundo, mas talvez, de uma vez por todas, os governos passarão a ter uma escuta mais ativa e um olhar mais atento. 

Com tantas tragédias, vidas humanas e animais são perdidas, florestas devastadas, a qualidade do ar fica prejudicada pelas fumaças e para os que só se importam com dinheiro, isso tudo afeta a economia, o mercado de trabalho, recursos energéticos e, claro, os gastos com saúde pública. Enquanto em algumas regiões o seguro de casa é indicado, em outras, muitas pessoas perdem tudo e precisam recomeçar do zero. 

Com uma frequência cada vez maior de emergências climáticas, especialistas alertam que a tendência deve se manter nos próximos anos. Juntando as preocupações com a pandemia atual e as próximas, que também podem ser influenciadas pelas questões ambientais, está mais do que na hora dos governos terem posturas mais proativas e se prepararem, não só tentarem conter os danos após as tragédias.

Além das discussões sobre usos de energia, poluição e mudanças de comportamento, arquitetos também já falam sobre a necessidade de adaptação de estruturas. Em relação às mudanças climáticas e até mesmo ao mercado de trabalho, as empresas terão que proteger seus funcionários dos episódios adversos. 

O que os países não podem fazer é continuar agindo como se nada estivesse acontecendo: a saúde do planeta reflete na saúde humana e diante do risco de colapso e emergências climáticas, as desigualdades sociais só vão aumentar e todos serão afetados de uma forma ou de outra.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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