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Destaques

Ser lembrado por um leitor

Há algo encantador em ser lembrado por um leitor, como se de alguma forma estivessem conectados pelas palavras, mesmo com o passar dos anos. Havia algo reconfortante em saber que um leitor aguardava um livro novo. Tantas coisas tinham acontecido na vida após a publicação do último livro. De alguma forma, era como se tivesse se tornado outra pessoa. Estaria mentindo se dissesse que ainda não escrevia, mas nem sempre tinha energia ou foco para tal, já não era mais como antigamente quando conseguia prever quando iria terminar de escrever um livro. Um simples e-mail poderia fazer um escritor feliz e trazer uma dose de esperança de que em algum lugar do mundo, havia um leitor ansioso e animado com a possibilidade de um novo livro. Poucas sensações eram tão boas para os escritores. Só tinha como agradecer, ainda que em forma de texto aberto. Leitores, muitas vezes, são lembretes de que os livros importam. Escritores, em muitas situações, precisam deste lembrete constante para vencerem as dif...

Pandemia: Políticos usam mídias sociais para espalhar fake news sobre a Covid-19

Que muitos políticos espalham fake news e mentiras em eventos, na imprensa e nas mídias sociais nunca foi novidade. Porém, o que se observou nesse período de pandemia, foi que muitos políticos também usaram seus espaços para espalhar desinformação sobre o Covid-19, medidas defendidas pela ciência para conter o vírus e até mesmo sobre as vacinas – única solução eficaz do momento para reduzir o número de mortes e casos graves da doença.

Não dá para falar de política de saúde pública sem falar de política. É por isso que no mundo todo a preocupação sobre o trabalho das mídias sociais para conter os danos causados pelas informações falsas sobre a pandemia tem despertado a atenção de milhões de pessoas. Por que alguns políticos e pessoas são banidas, suspensas e outras permanecem livres espalhando fake news sobre o Covid-19 e as vacinas? Essa é uma das perguntas que muitos estão tentando encontrar respostas e aumentando a pressão contra as empresas de tecnologia YouTube, Twitter, Facebook e Instagram.

É leviano dizer que o problema é exclusivo do Brasil. Porém, o que diferencia nossa realidade da de outros países, é que a vacinação começou de forma tardia e lenta por aqui, já que o governo não fechou os contratos que deveria na hora certa – um dos eixos temáticos investigados pela CPI da Pandemia.

Enquanto no Brasil, mesmo com as fake news, milhares de brasileiros revelam o desejo pela vacinação contra Covid-19, em anseio de diminuir a ansiedade com os riscos causados pelo vírus, em diversas regiões do mundo, pessoas estão indo às ruas para protestarem contra o passaporte de vacinas – fazendo uma falsa relação com o nazismo, que desrespeita às milhões de vítimas – e até mesmo casos de profissionais de saúde que se recusam a se vacinar e estão sendo demitidos e/ou assinando termos de responsabilidade.

Nos Estados Unidos, os políticos do partido de Donald Trump e seus eleitores estão entre os que mais resistem a tomar a vacina. A situação está tão alarmante que o CDC chegou a declarar como a pandemia dos não vacinados e ficam visíveis os constantes pedidos para que essas pessoas busquem a imunização têm sido feitos em todos canais de comunicação, lembrando do maior risco de morte e efeitos graves da doença causada pelo Covid-19 nas pessoas que não tomaram a vacina.

Um dos eixos de investigação da CPI da Pandemia é o das fake news sobre a pandemia. Uma lista divulgada pela comissão apontou 26 políticos que publicaram postagens desde sobre os tratamentos sem comprovação científica contra Covid-19, informações erradas e duvidosas sobre as medidas de restrições sociais e o lockdown e declarações falsas sobre as vacinas.

Nesta quarta-feira, 21 de julho de 2021, o YouTube chegou a remover vários vídeos do próprio presidente Jair Bolsonaro por declarações sobre os tratamentos sem comprovação científica contra Covid-19. Além dele, na pandemia, outros jornalistas defensores do tratamento precoce tiveram vídeos removidos da plataforma de vídeos.

Além das redes sociais, as informações falsas sobre a Covid-19 também são promovidas em sites e aplicativos de troca de mensagens – estes últimos mais difíceis de monitorar. Pela quantidade de fake news sobre a pandemia soltada com fins políticos, dá para saber o que esperar das Eleições 2022.

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*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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