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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Prometo Pausar: Campanha da ONU incentiva o combate à desinformação e compartilhamento responsável

O ano é 2021. Muitos governos que deveriam ter feito campanhas de conscientização sobre a pandemia não têm feito. Em alguns países, como no Brasil, a situação é mais crítica ainda, pois além de não terem investido em campanhas informativas quando deveriam, políticos – como o próprio presidente Jair Bolsonaro – ajudaram a espalhar informações falsas sobre Covid-19, vacinação e medidas restritivas.

Para fazer a população a refletir sobre a importância de pensar duas vezes antes de compartilhar conteúdos com informações duvidosas, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em outubro de 2020 a campanha Pledge to Pause (traduzida pela ONU como Prometo Pausar).

No dia 20 de outubro de 2020, o secretário-geral da ONU, António Guterres compartilhou no Twitter um vídeo de 14 segundos: “Durante a pandemia de COVID-19, a informação errada pode ser mortal”, em seguida ele convida as pessoas para se juntarem ao Prometo Pausar.

Segundo informações divulgadas pela ONU, a campanha foi criada em parceria com o Verified, uma iniciativa lançada em maio de 2020 para divulgar informações de saúde com comprovação científica e as histórias de solidariedade global relacionadas à pandemia.

Com apoio da sociedade civil, a campanha pretende alcançar uma audiência online de um bilhão de pessoas pelo mundo. O posicionamento da ONU reflete a preocupação de vários especialistas, pesquisadores e profissionais de saúde sérios sobre a Covid-19, de que não há só uma crise sanitária acontecendo, mas também de comunicação.

“Quando a desinformação se espalha, o público perde a confiança e muitas vezes toma decisões que criam entraves para a resposta do público e até mesmo suas próprias vidas” Melissa Fleming, chefe do Departamento de Comunicações Globais da ONU

O site da campanha traz um vídeo de um minuto sobre pessoas compartilhando informações sem comprovação científica sobre gatos, depois mostrando como o excesso de compartilhamentos poderia atrapalhar a adoção dos animais e ao final, revela que além de ser um estudo feito há mais de dez anos, é importante investigar quem produziu e no caso, foi um pesquisador cachorro, de uma instituição de apoio para cachorros.

Embora muita gente não vá entender a mensagem por trás da campanha, em poucos segundos ela é capaz de fazer refletir sobre como por trás da desinformação, muitas vezes, se escondem segundas intenções: crenças, ideologias e até mesmo questões financeiras. “Um pequeno compartilhamento pode ter grandes consequências: As coisas que compartilhamos online podem se espalhar como um incêndio”, diz uma mensagem no site da campanha.

Na página da campanha, um vídeo curta traz depoimentos de especialistas de diferentes países, pedindo para que as pessoas façam uma pausa antes de compartilharem um conteúdo que pode conter desinformação. A mensagem da ONU também lembra que espalhar informações falsas podem prolongar a pandemia e que ao não ajudar a espalhar fake news sobre a Covid-19, as pessoas ajudam a salvar vidas.

Embora as responsabilidades das empresas de tecnologia sejam importantes e muitas já sinalizaram que estão removendo conteúdos com fake news sobre a pandemia e deixando avisos para os usuários, como o Twitter, Facebook, YouTube e Instagram, a quantidade de posts produzidos é muito maior do que a efetividade do sistema para combatê-los. Logo, pausar seria uma boa solução proposta pela ONU, embora não tire a importância de mais proatividade por parte das empresas de mídias sociais.

“Mesmo com todos os benefícios, as mídias sociais tornaram-se um veículo de desinformação. Histórias deturpadas, citações incorretas, fatos distorcidos. A desinformação está prejudicando nossa política, economia e saúde. Com a pandemia atual, ela pode ser mortal. Além disso, a desinformação torna mais difícil resolver as questões mais urgentes do mundo, como as condições climáticas, a pandemia da COVID-19, a luta por justiça social. Para encontrarmos uma solução, precisamos trabalhar em conjunto” – Trecho da campanha da ONU

Como muitos dos conteúdos de desinformação exploram as emoções, por meio das reações do Facebook, como de raiva, surpresa e tristeza, a campanha lembra que ao criar um espaço de tempo entre o que se recebe/consome nas redes sociais e como reagimos a isso, evitamos compartilhar informações erradas ou que podemos nos arrepender depois.

Essa estratégia sobre educação midiática e inteligência emocional seria interessante se fosse adotada nos currículos escolares desde cedo, já que os problemas só tendem a piorar com o passar dos anos, conforme surgirão novas formas de distorção da realidade, desinformação e ferramentas midiáticas. Estamos mais próximos de distopias tecnológicas, como as retratadas em alguns episódios da série de drama e thriller Black Mirror do que imaginávamos.

É importante mencionar que os governos também têm papel fundamental no combate à desinformação, especialmente quando se tratam de questões de saúde pública. Infelizmente, o que observamos desde o início da pandemia, foram muitos países, como o Brasil, remando contra a maré, contrariando as informações de que alguns tratamentos não têm comprovação científica, ignorando a importância de medidas de distanciamento social e lockdown e até mesmo levantando dúvidas sobre a vacinação contra Covid-19, por causa de uma mistura de supostos interesses financeiros, pensamentos anticientíficos ou rixas políticas.

Também é necessário lembrar que, embora as redes sociais tenham parte da responsabilidade pelo conteúdo que circulam nelas, há também que se responsabilizar quem cria o conteúdo com informações falsas intencionalmente. O que parece ser por mero negacionismo, muitas vezes, nas entrelinhas ou explicitamente estão presentes propagandas políticas, farmacológicas e profissionais que infringem questões éticas e não são transparentes para sinalizar ao público.

Aqui no Brasil, com a CPI da Pandemia, a pressão sobre as empresas de tecnologia aumentou. Muitos senadores querem entender o que tem sido feito para combater esses conteúdos, já que muita gente se influenciou por conteúdos de desinformação, que promoviam tratamentos contra Covid-19 sem eficácia, como a Cloroquina e Ivermectina. Representantes da Big Tech devem ser chamados.

Também se tornou foco de preocupação, embora não seja um problema exclusivo da pandemia: a quantidade de pessoas que compartilha informações falsas sobre a vacina, espalhando o pânico e fazendo muitos declararem que não querem tomar a vacina ou escolher a vacina que desejam tomar. A resistência às vacinas não é um problema só do território brasileiro, mas chocou muita gente um presidente atrapalhar o plano de imunização nacional, tanto espalhando fake news sobre as vacinas, como tendo atrasado a compra de vacinas que foram ofertadas por várias empresas.

Logo, além de pausar, antes de consumir e compartilhar um conteúdo, também é importante que os brasileiros reflitam a importância de pausar, antes de votar nas eleições. Afinal, algumas posturas e comportamentos na pandemia são inaceitáveis e cabe ao presidente ser o primeiro a dar exemplo para os cidadãos. 

Para conferir mais conteúdos e imagens para compartilhar da campanha Prometo Pausar, visite a página oficial: https://pledgetopause.org/pt/ 

Mais informações sobre a Campanha da ONU estão disponíveis nesta página: https://pt.takecarebeforeyoushare.org/pt 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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