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Destaques

Resenha: Tempo de Cura – Monja Coen

O livro Tempo de Cura , da autora Monja Coen , está repleto de reflexões e foi escrito no período da Pandemia de Covid-19, no período em que o Brasil e o resto do mundo estava lidando com questões como o isolamento social e o uso de máscaras respiratórias, bem como com pessoas que se negavam a seguir as orientações de saúde pública. O livro foi publicado pela editora Academia , em 2021. Compre o livro: https://amzn.to/3PiBtFO Em um período difícil, no qual as pessoas tiveram que lidar com a solidão, doenças e mortes, o livro escrito pela Monja Coen serviu como bálsamo para acalmar os corações e mentes – e pode ser lido até nos dias atuais, pois nunca estamos completamente imunes a passar por uma próxima pandemia e a doença permanece causando impactos para a saúde da população.  Compartilhando suas primeiras experiências com o zen e a meditação, Monja Coen é certeira em falar sobre a importância da paz e da cura e da preocupação com o bem-estar coletivo, dando como exemplo as orientaçõe

Movimento Antivacina e Fake News: Problemas ignorados se revelam mortais na Pandemia

A pandemia de Covid-19 revelou que governos do mundo inteiro terão que lidar com dois problemas que varreram para baixo do tapete durante anos: o movimento antivacina e as fake news de saúde e política nas mídias sociais. Como vão conseguir solucionar as duas questões em pouco tempo? Parece improvável, mas o aumento do número de mortos pelo vírus têm feito até mesmo pessoas que eram contra vacinas buscarem a imunização, enquanto outras protestam pelo direito de não se vacinarem.

A cada semana que passa, o desconforto do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden fica mais evidente nas declarações públicas. Com frequência ele pede para a população do país se vacinar, pensando neles mesmos e no bem-estar das pessoas que conhecem. O aumento da variante Delta do Covid-19 fez o governo que havia liberado as máscaras para os vacinados, voltar atrás e pedir para que voltem a usar nas regiões mais afetadas.

Os desafios para Joe Biden têm sido grandes. Parte da população norte-americana foi alimentada pelo ódio e fake news de Donald Trump, o ex-presidente que agia com indiferença e espalhava muita desinformação sobre a pandemia. As coisas melhoraram nos Estados Unidos após o desenrolar da vacinação contra Covid-19, porém, as decisões do presidente tem causado revolta na população que é contra vacina: em breve, ele deve pedir para que os funcionários do Estado se vacinem de forma obrigatória, por exemplo.

Para algumas pessoas, foi um choque ver como diferentes países têm reagido à vacinação. Em alguns países da Europa e na Austrália, a população tem ido à rua se manifestar contra o passaporte de vacina contra Covid-19. O mecanismo foi criado para gerar mais segurança à população, mas não é como eles têm enxergado.

Embora seja importante a pressão que os governos têm feito em cima das empresas de mídias sociais para combater a desinformação da pandemia – enquanto outros países têm lutado pelo direito de desinformar –, a situação é complexa demais e exige ações fora do ambiente digital. Seria ingênuo imaginar que todo esse movimento cresceu de uma hora para outra simplesmente por fake news: há casos de pessoas que recusaram várias vacinas ao longo da vida e os sistemas de saúde pública falharam na identificação e orientação.

A dificuldade de lidar com seriedade uma questão tão séria faz com que pessoas infectadas desrespeitem a quarentena e viajem: já há casos em que a pessoa perdeu o emprego por fazer isso. Nos Estados Unidos, há caso de funcionário que fraudou teste para fingir que estava infectado e faltar ao trabalho, além de demitido, ele foi processado por outras fraudes cometidas na empresa. Também tiveram casos de pessoas presas por oferecem tratamentos sem comprovação científica contra Covid-19 ou por falsos cartões de vacinação – duas atitudes que podem dar uma falsa sensação de segurança à população e até mesmo aumentando as dúvidas sobre a efetividade das vacinas.

Além do vírus, o mundo passa por uma pandemia de corrupção e fraudes. Desde falsos cartões de vacinação produzidos e enviados para diferentes países da América Latina, como México, Paraguai e Peru, até casos de vacinas falsas sendo vendidas e aplicadas, como aconteceu no próprio Brasil, em Minas Gerais, e na Índia. 

Segundo Heidi Tworek e Yoojung Lee, mesmo tendo um histórico de lidar com a desinformação política, a Coreia do Sul tem obtido bons resultados, por meio de informações em várias plataformas enviadas por autoridades sul-coreanas e por meio de parcerias com empresas de checagem de fatos.

Enquanto muitos países recebem quantidades insuficientes de vacinas, outros estão lidando com o problema de que seus cidadãos não querem tomar as vacinas contra Covid-19. Por ser um problema global, há risco do surgimento de novas variantes e de que o número de infectados e mortes voltem a crescer, em países que pareciam ter conseguido controlar temporariamente os danos causados pelo vírus. O problema se retroalimenta, pois dá a falsa impressão de que as vacinas não funcionam, já que o público em geral não analisa os dados nem contextos.

Casos de pessoas que se arrependeram de não tomar os cuidados com a pandemia, como o respeito ao uso das máscaras e medidas restritivas, e até mesmo dos que recusaram a vacina e tiveram casos graves da doença ou morreram têm ganhado destaque na mídia nos últimos tempos.  

Segundo uma reportagem da BBC, em um hospital do Reino Unido, um homem com Covid-19 permitiu que a enfermeira publicasse sua foto com máscara de oxigênio, incentivando as pessoas a tomarem a vacina. Com apenas 34 anos, ele que havia se negado a tomar a vacina, acabou morrendo algumas semanas depois. No Quênia, um médico antivacina e defensor de tratamentos sem comprovação científica contra Covid-19 morreu por causa do vírus. Só um exemplo entre tantos outros que já foram publicados e devem surgir, já que o grupo que não se vacina é o mais vulnerável. 

O youtuber e jornalista alemão Mirko Drotschmann e o youtuber francês Léo Grasset denunciaram a oferta de conteúdo patrocinado que espalhava desinformação sobre a vacina Pfizer. A oferta que foi feita para vários produtores de conteúdo de vários países e alguns chegaram a aceitar a proposta, mostra o perigo das mídias sociais, falta de transparência e como por dinheiro, muita gente publica conteúdo sem nem conferir a veracidade das informações.

No Brasil, a CPI da Pandemia deve convocar representantes de diferentes mídias sociais para abordar o assunto, já que há uma parcela da população sendo influenciada por fake news criadas por políticos: desde informações falsas sobre o lockdown e tratamentos sem comprovação científica até criando dúvidas sobre a efetividade das vacinas.

“O apelo para não se vacinar é um apelo para morrer, basicamente. Você não se vacina, você fica doente, você morre. Ou você mata: você não se vacina, você adoece, você contamina, alguém morre. Sem vacinação tem que fechar tudo de novo, a vacina está se espalhando e com a vacina, vimos que as consequências, em relação a internação e óbitos, são bem menos graves”, afirmou o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi.

As mensagens duplas que alguns governos passam podem confundir a população, quando a orientação dada pelo ministério da saúde é uma e políticos fazem discursos desencorajando a vacinação e o respeito às questões sanitárias da pandemia.

Diante do turbilhão de desinformação da Covid-19, pelo menos no Brasil, fica perceptível que grande parte da população quer se vacinar. Problemas como quem está querendo escolher a vacina acontecem pela quantidade insuficiente de vacinas, fake news e/ou preocupações com viagem para países que exigem determinadas vacinas para a entrada no território, porém, de forma geral, comparado a muitos países, em termos de procura, a imunização tem avançado e só não tem feito mais sucesso, pela baixa distribuição de doses nas diferentes regiões brasileiras. 

Só teremos mais dados para comparar os efeitos das fake news e crenças negacionistas no Brasil, quando chegarem mais vacinas e ficar mais evidente quantas pessoas estão deixando de se vacinar e quais são as motivações para isso.

PS: É bizarro como cidadãos de vários países estão protestando e chamando seus presidentes de Hitler por causa do Passaporte da Vacina. Comparação totalmente desconexa da realidade, como se ele estivesse condenando alguém à morte – o oposto do que se espera com a vacina.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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