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Destaques

Love In The Big City: Drama gay coreano estreia pelo mundo

Depois de tentativas de boicote por sul-coreanos conservadores, o drama Love In The Big City (Amor na Cidade Grande) finalmente estreou para pessoas de diferentes partes do mundo por meio da plataforma Viki . Com protagonismo gay, a série conta a história de um escritor e suas aventuras amorosas na Coreia do Sul, país que é ainda um tanto atrasado em relação aos outros países, a ponto de tentarem impedir que a série fosse transmitida. O roteiro da série foi baseado em um livro homônimo , escrito por Sang Young Park . Best-seller na Coreia do Sul, o livro também foi publicado para o inglês, publicado em 2021. Se o simples fato de mostrar uma cena de beijo gay já incomoda conservadores, dá para perceber que a série aperta as feridas, na esperança de que a sociedade sul-coreana supere preconceitos e respeite a diversidade. Beijo no último episodio? Personagem questionando seus próprios sentimentos antes de agir? Esqueça os kdramas tradicionais. Love In The Big City traz uma visão fresca

Them: Série explora o racismo norte-americano dos anos 1950 com terror psicológico e sobrenatural

Terror psicológico, horror sobrenatural e muita dose de crítica social sobre um período dos Estados Unidos marcado pelo forte racismo contra afro-americanos... Assim é a série Them (Eles), criada por Little Marvin, em 2021, disponível na Amazon Prime Video

Com cenas fortes marcadas por personagens racistas que tentam oprimir uma família de negros que se mudou para um bairro cheio de brancos, é difícil não se incomodar com tanta discriminação. Esse estranhamento junto com elementos de psicológicos perturbados pela violência verbal, física e até sexual, bem como por questões sobrenaturais, criam uma atmosfera psicótica, onde os personagens se sentem sob tanta pressão que não conseguem mais distinguir o que é real, imaginário, alucinação ou um fenômeno paranormal.

Imagine uma Los Angeles dos anos 1950 e tantas famílias tão cegas pelo ódio à cor de pele, que são capazes de tudo para quase enlouquecer os novos vizinhos a ponto de afastá-los do bairro? Assim como em muitas histórias de terror, o medo serve como um combustível para atrair pensamentos indesejados e eventos bizarros, como se ao mesmo tempo em que os personagens tivessem que enfrentar questões externas, eles também fossem obrigados a encarar seus próprios demônios interiores.

De criança a adulto, não há quem da família Emory consiga escapar do racismo tão escancarado, afetando não só a autoestima, mas também a saúde mental e os submetendo à situações de humilhação, perigo e desamparo dentro e fora da própria casa – algo que, por si só, já é capaz de provocar o desequilíbrio em qualquer ser humano. 

É impossível não assistir Them sem lembrar de outros filmes de terror com temáticas parecidas que fizeram sucesso nos últimos anos, como os dirigidos por Jordan Peele, como Get Out (Corra!, 2017) e Us (Nós, 2019). Se em outros tempos, o racismo foi naturalizado no gênero do horror, já que grande parte dos escritores era branco, nos anos mais recentes, há uma pressão cada vez maior para que os filmes, séries e livros explorem mais a diversidade em suas narrativas, seja por meio dos envolvidos no desenvolvimento do filme, dos atores e até demais elementos culturais.

Algo bem marcante no filme são as cenas onde os personagens afro-americanos são pressionados a responderem sobre suas origens: um problema enfrentado não só por negros que moram nos Estados Unidos, mas presente em diferentes partes do mundo quando se tratam de pessoas de diferentes raças cujas gerações anteriores de suas famílias se mudaram há tanto tempo para o país. Se há quem busque explorar suas raízes familiares, há quem se identifique somente com a identidade do país em que nasceu e sente um profundo constrangimento ao ser questionado sobre qual idioma fala ou de onde veio.

Considerado um dos mestres contemporâneos do terror, o escritor norte-americano Stephen King chegou a recomendar a série Them quando foi lançada: “O primeiro episódio me assustou muito, e sou difícil de assustar. Bônus: se você nunca viu um monte de mulheres brancas extremamente assustadoras em vestidos dos anos 50, aqui está sua chance”. É difícil não lembrar de uma citação dele diante de tantas personalidades monstruosas, levadas a comportamentos tão podres e incapazes de questionarem sua falta de empatia e compaixão: 

“Monstros são reais e fantasmas também. Eles vivem dentro de nós e, às vezes, vencem” – Stephen King

É preciso estômago para assistir dez episódios de ultraviolência racista, mas a maneira que a história incorporou elementos do horror criam uma experiência única, cujo clímax é atingido no último episódio com uma escalada de caos e o velho lembrete de que, embora o sobrenatural possa provocar calafrios em alguns, são os seres humanos que agem como monstros que são o verdadeiro terror tão presente na história da humanidade.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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