Quando eu comecei a parar de fumar cigarro, a primeira coisa que eu tinha em mente era a de que não queria ser o tipo de pessoa que fica contando com frequência há quanto tempo estava sem fumar, até me dar conta da importância disso, pelo menos no início. Aos dois meses sem fumar cigarro, a tentação e a fissura diminuem, tornando mais fácil de lidar com a ausência da nicotina. No início, é normal que haja um estranhamento do horário em que costumava fumar agora estar sendo usado para outra coisa, mas com o passar do tempo, as coisas melhoram. Ao mesmo tempo em que não via a importância de contar o tempo sem cigarro, uma parte de mim não acreditava que conseguiria ficar tanto tempo sem cigarro, como se fosse ficar preso em um constante ciclo de recaídas, mas a verdade era que havia conseguido e tinha como plano continuar longe do cigarro. Então, sim, depois de um tempo sem o cigarro e a nicotina, as coisas realmente melhoram, não é só algo que dizem para inspirar a pessoa a não desi...
A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999) foi um dos primeiros filmes de terror que ajudou a popularizar o subgênero de found-footage. Gravado no estilo de documentário com as câmeras de três estudantes de cinema que viajam para Burkittsville, Maryland (Estados Unidos) para filmar um documentário sobre uma lenda local sobre a bruxa de Blair.
Após o desaparecimento dos jovens Heather Donahue, Michael C. Williams e Joshua Leonard, o telespectador acompanha as filmagens recuperadas. Junto com a técnica utilizada pelos diretores e roteiristas Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, a campanha de marketing do filme ajudou a transformar o filme de baixo orçamento em um sucesso de bilheteria.
Confira 6 curiosidades sobre o filme A Bruxa de Blair:
1) O orçamento de gravação e produção do filmeforamentre US$ 35 mil e US$ 60 mil e após ter sido aceito para o Sundance Filme Festival e os direitos de distribuição comprados pelo estúdio Artisan, A Bruxa de Blair arrecadou mais de US$ 250 milhões em exibições pelo mundo. 2) O filme se tornou um ótimo case de marketing, tanto por ter utilizado a internet para atrair a atenção do público, como por ter se tornado um viral. A equipe ajudou a desenvolver conteúdos que fizessem parecer que os jovens realmente tinham desaparecido, como a utilização de posters de pessoas desaparecidas com os rostos e nomes dos estudantes, atores interpretando policiais e histórias sobre a lenda.
Em uma época em que os recursos virtuais não eram tão desenvolvidos como atualmente que contamos com centenas de aplicativos sociais, o feito de A Bruxa de Blair foi marcante para o cinema de terror e estilo found-footage.
A mitologia de A Bruxa de Blair foi explorada no site do filme, no qual eles divulgaram a foto da única cópia de um livro chamado The Blair Witch Cult, publicado em 1809, que narrava a história da bruxa Elly Kedward, além de mostrar uma linha do tempo dos acontecimentos relacionados à lenda e ao documentário dos jovens desaparecidos. O site foi um exemplo de storytelling e narrativa transmídia, mostrando como o processo de interação com o público pode acontecer de forma complementar ao filme. 3) Um dos atores, Joshua Leonard comentou que eles foram do total anonimato para capas de revista em um curto tempo. Parte da estratégia de marketing do filme foi tornar o desaparecimento dos estudantes o mais verossímil possível e isso envolveu utilizar os mesmos nomes dos atores para os personagens, dizer que os atores estavam supostamente mortos, a exclusão deles em eventos do filme e cinema, fazendo com que os familiares deles recebessem ligações de pêsames. 4) Para dar mais força à narrativa e à premissa do filme, Daniel Myrick e Eduardo Sánchez criaram a história da lenda sobre o assassinato e desaparecimento de pessoas entre os séculos XVIII e XX eram provocados pelo espírito de Elly Kedward, uma bruxa da região fictícia de Blair que foi acusada de bruxaria e sentenciada à morte.
Assim como aconteceu com a história da bruxa Bathsheba, cuja história foi contada no filme de terror Invocação do Mal, com roteiro inspirado nos casos sobrenaturais investigados por Ed e Lorraine Warren, mesmo ambas narrativas sendo inventadas, há pessoas que visitam as cidades porque acreditam que o caso aconteceu.
Na época em que o filme estourou, a minúscula cidade Burkittsville foi invadida por várias pessoas com câmeras tentando descobrir mais sobre a lenda. Mesmo quando as pessoas descobriram que o filme não era baseado em fatos, muitas pessoas continuaram alimentando teoria, convencidos de que as autoridades estavam tentando esconder informações sobre os desaparecimentos. 5) O filme foi gravado em oito dias e os atores foram instruídos na filmagem das câmeras, utilizando GPS para seguir na direção certa e encontrar as notas dos diretores. Embora o roteiro indicava o que eles precisavam fazer, os atores tinham liberdade para improvisar. Na hora da seleção do elenco, eles deram prioridade aos atores que conseguissem improvisar de forma criativa, sem exageros, para que o filme parecesse documental. 6) Embora tenha feito sucesso comercial, A Bruxa de Blair teve uma repercussão bem negativa, já que as pessoas estavam esperando um filme de terror mais convencional. Os atores contam que escutaram pessoas pedindo o dinheiro de volta, sendo que a Heather Donohue chegou a ouvir pessoas na rua dizendo que desejavam que ela estivesse morta. Os diretores comentam que a recepção inicial foi positiva, mas como acontece com muitas obras saturadas, depois as pessoas preferem evitar o que fez sucesso.
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Além de A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras e A Bruxa de Blair (2016), para quem gosta do universo ficcional de A Bruxa de Blair, em fevereiro de 2018, vários sites sobre cinema divulgaram que uma série de TV sobre A Bruxa de Blair está sendo desenvolvida pela Lionsgate.