Dezembro chegou e com ele veio a vontade de escrever novos capítulos de sua história. Estava disposto a deixar outubro e novembro para trás, tentar se focar no momento presente e se deixar perder nas novas linhas que se formavam. Era verdade que deixar os capítulos anteriores para trás não era uma tarefa fácil, mas precisava seguir em frente, sempre se movimentando em direção aos seus sonhos. Tentava não criar expectativas sobre que tipos de histórias iria escrever, o papel em branco que antes o paralisava, agora servia como um convite para deixar novas palavras surgirem. Escrevia pra quê, afinal de contas? Para se lembrar? Para esquecer? Para colocar para fora? Para simplesmente praticar o ato de escrever? Não havia uma resposta certa ou errada. Escrevia porque era sua paixão fazer isso e enquanto continuasse respirando, pretendia continuar escrevendo. Escrever capítulos novos poderia ser uma atividade interessante. Diferente do que muitos pensam, nem todos escritores deixam tudo plan...
Autismo: Unicamp disponibiliza vídeos do simpósio sobre o espectro autista
A Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp compartilhou no canal do YouTube os vídeos de um simpósio sobre os Transtornos do Espectro do Autismo. O primeiro dia de evento aconteceu no dia 1º de abril de 2019 e o primeiro vídeo traz as palestras que aconteceram na parte da manhã.
Levando em conta a falta de capacitação profissional do Brasil e a carência de informações sobre o autismo nas diferentes regiões do país, acredito que a iniciativa foi muito importante. Quando uma universidade abre as portas para falar de um assunto que precisa ser mais discutido, a sociedade só tem a ganhar.
O vídeo aborda desde as questões históricas do autismo (trazendo curiosidades além de Leo Kanner e Hans Asperger), passando por questões de como o Transtorno do Espectro Autista é visto no dias atuais, as questões das pesquisas de prevalência de autismo no mundo e no Brasil (a importância de entender os critérios metodológicos e as alterações de resultados) e algumas das pesquisas e coletas de dados da América Latina.
O Brasil ainda tem uma série de desafios nas questões do autismo, entre elas está a dificuldade de diagnóstico. Se cada vez mais tem se focado na importância do diagnóstico precoce, ainda há tantas outras questões que também merecem ser discutidas, como a grande parte dos serviços ainda é oferecido mais para algumas regiões e nas outras, as famílias sofrem com a falta de profissionais capacitados e as falhas de atendimento do SUS. Mesmo as cidades que têm associações, nem sempre dão conta
No segundo vídeo, realizado no período da tarde do primeiro dia do evento, os profissionais abordaram desde questões de tratamentos/intervenções com evidências científicas, Análise Comportamental Aplicada, o trabalho do fonoaudiólogo, comorbidades e medicamentos e o tratamento global do autismo.
O terceiro vídeo se foca na questão da família e da inclusão. Traz depoimentos de mães de autistas e falas de profissionais sobre a importância da cultura inclusiva na sociedade e do atendimento interdisciplinar e da orientação familiar.
O quarto vídeo se foca na questão do adulto no espectro autista (muitas vezes, desamparado pela falta de profissionais que atendem adultos); a importância da integração sensorial e do tratamento da dispraxia; a questão da sexualidade nos transtornos do espectro autista; Fenômeno Savant, Arte e Transtorno do Espectro Autista.
A inclusão escolar de alunos no espectro autista é o tema do terceiro dia do evento. Dois destaques para mim foram as palestras: na parte da manhã com a Dra. Raquel Del Monde (que me diagnosticou com Síndrome de Asperger) e na parte da tarde com a Specialisterne (empresa dinamarquesa de capacitação de autistas para o mercado de trabalho com foco em tecnologia da informação).
O quarto dia do evento se focou na detecção precoce e a atenção básica, mas também abordou questões como os diagnósticos diferenciais e comorbidades e orientações para profissionais e pais, desde a importância de identificar questões do desenvolvimento até questões pontuais, como o sono, alimentação, questões sensoriais e comportamentos.
O último dia do evento se focou em questões como a neuroimagem, pesquisas genéticas, novos tratamentos psicológicos, novos tratamentos farmacológicos e sobre o Programa de Atenção em Autismo da Unicamp.
O evento foi realizado pelo Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria (DPMP) Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Os dias do evento foram divididos em blocos temáticos e o primeiro se focou na "Realidade do TEA: Clínica e Atualidade".
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Muita gente reclama da falta de profissionais capacitados, falta de eventos; mas quando tem algo gratuito, muita gente foge. É longo? É. Mas é uma forma de se atualizar.
É até bom para as pessoas verem como está a realidade. O discurso e as propostas na teoria é uma coisa, na vivência... é outra.
O Brasil é precário, sim, na questão do autismo. Ter alguns profissionais capacitados levando em conta a dimensão do país: a conta não fecha. Há muita gente sendo negligenciada.
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