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Nada será como foi um dia

Nada será como foi um dia. Isso pode ser confortável ou desconfortável. E ambas coisas podem ser verdadeiras. Talvez precisava mudar os padrões, encerrar os ciclos para finalmente vivenciar o presente. Ninguém disse que seria fácil. Ninguém disse que banalizaram tanto as coisas que tudo parecia fácil como num ato de auto-ajuda. Não, as coisas eram muito mais complexas ao vivo. Escrevia um novo caminho. Evitava repetir o mesmo erro que sempre o mantinha preso à nostalgia. Não, agora queria viver o momento presente. Escrevia para deixar pra trás. Escrevia. Continuaria escrevendo, até que tudo não se passasse de memória e as coisas não doessem mais assim. *Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo . Autor do livro de terror  Escrita Maldita , p ublicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano:  O Círculo (Vol.1)  e  O Livro (Vol. 2) , disponíveis no  Wattpad  e na loja Kindle.

Tigertail: Filme de drama explora as memórias de um imigrante taiwanês nos Estados Unidos

Um velho taiwanês revive suas histórias de antes e depois de sua vida nos Estados Unidos. O filme Tigertail foi lançado em 2020, com direção e roteiro do norte-americano Alan Yang, filho de taiwaneses e foi distribuído pela Netflix

No recente contexto em que descendentes de asiáticos pedem mais respeito nos Estados Unidos, para quem não está familiarizado com narrativas explorando o mundo multicultural da relação entre a Ásia e países ocidentais, vale a pena assistir Tigertail. É como rever um álbum de fotografias antigas e se emocionar com os detalhes e períodos de mudanças.

Parte do filme se passa em Taiwan, país de origem do protagonista e sua família. Com um tom de nostalgia, a história relembra uma das principais motivações que levaram ao jovem Pin-Jui a optar por um recomeço na América do Norte. Conhecendo o seu passado e as coisas que ele deixou para trás, dá para entender um pouco como se molda a sua personalidade mais fechada.

Entre o taiwanês, inglês e o mandarim, Tigertail traz um retrato de gerações, seus impactos emocionais e a importância de cultivar suas raízes. Embora não seja verbalizado, o protagonista do filme claramente questiona suas escolhas, frutos da idealização e da busca pelo sonho norte-americano.

Além das idas e vindas entre as memórias do protagonista, o filme também se foca no relacionamento entre pai e sua filha adulta. Diferente de Pin-Jui (Tzi Ma), Angela (Christine Ko) nasceu nos Estados Unidos e viveu uma realidade bem diversa, porém, como muitos outros filhos de imigrantes asiáticos, ela compartilha a dificuldade de comunicação dos sentimentos, o excesso de pressão pelo sucesso e trabalho e amor. 

Longe de ser um documentário ou algo completamente biográfico, existem alguns traços em comum com a história do pai de Alan Yang. Em entrevista à Vanity Fair, o diretor relatou que assim como o protagonista, o pai dele cresceu na região rural de Taiwan e se mudou com a mulher para Nova York. O filme o ajudou a se conectar com o pai e suas origens. “É minha carta de amor para todos na minha família e para a ideia de ser taiwanês-americano”, diz Alan Yang, que deseja ver mais diretores, roteiristas, atores e produtores asiáticos fazendo sucesso. 

Se você se interessou por Tigertail, também pode gostar desses filmes: 

Happy Old Year: Filme explora a linha tênue entre o desapego e a nostalgia 

All In My Family: Documentário sobre gay apresentando seus filhos para família chinesa 

Little Big Women: Filme taiwanês de drama sobre adversidades inesperadas e superações 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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