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Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Resenha: Corpos Ocultos – Caroline Kepnes

Segundo livro da série Você (YOU), adaptada para a NetflixCorpos Ocultos (Hidden Bodies) narra a mudança do psicopata Joe Goldberg de Nova Iorque para Los Angeles e tem uma pegada mais ácida e mais fluida do que o primeiro livro. No Brasil, o livro da Caroline Kepnes foi traduzido por Ryta Vinagre e publicado pela Editora Rocco, em 2019.

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Embora a ficção não seja parâmetro para acompanhar o desenvolvimento de serial killers, Corpos Ocultos revela tanto os padrões de comportamento de Joe e as similaridades e diferenças entre as mulheres por quem ele fica obcecado, como o perigoso fascínio que assassinos desenvolvem quando cometem seus crimes, escapam impunes e seja por necessidade ou prazer, se sentem no controle a ponto de repetirem seus atos.

Perseguidor e possessivo, entre os gatilhos para o modo de agir violento de Joe está a rejeição por figuras femininas pelas quais ele desenvolve uma paixão obsessiva. Enquanto leitores mais ingênuos podem ter dificuldade de distinguir a diferença entre relacionamentos amorosos saudáveis e doentios, a autora desenha bem a personalidade sombria e manipuladora de um homem capaz de se mudar para outra cidade só para se vingar de um namoro fracassado e se meter em uma confusão atrás da outra saindo e entrando de relacionamentos disfuncionais.

Do ponto de vista psicológico, é interessante acompanhar como o narrador-protagonista vai da extrema idealização, sempre criando fantasias sobre as mulheres por quem se apaixona, seguindo até uma espécie de ritual de desfiguração – diferente de serial killers que usam objetos cortantes para desumanizar suas vítimas, Joe faz isso com suas imagens: aquelas que a algum momento eram suas deusas salvadoras se transformam em criaturas monstruosas que precisam ser punidas pelos seus comportamentos.

Ao mesmo tempo em que não sente qualquer remorso pelas mortes que causa, Joe se comporta como um narcisista em um grau patológico, sempre julgando todos ao seu redor e querendo machucar quem age de maneira que não corresponde às suas expectativas e alfineta seu ego. Para Joe, há sempre alguém que vá o decepcionar, e ele alimenta tantos pensamentos distorcidos que é capaz de gostar e odiar alguém em questão de minutos. O mais engraçado nisso é que ele se enxerga com uma pseudomoralidade, sempre tentando caçar o podre dos outros e analisar suas personalidades de acordo com seus comportamentos e histórias de vida, mas é incapaz de aceitar que é tão problemático quanto os outros.

Da corrida Nova Iorque para o lugar onde as pessoas se mudam em busca dos seus sonhos e até se deixam intoxicar pela fome da fama, Joe é como um estrangeiro de si mesmo se guiando pelos seus instintos, mas sempre percebendo que de um modo ou de outro, se sentirá deslocado perto dos outros, ainda que precise fingir que consegue se encaixar para concretizar seus desejos obsessivos e colocar em prática seus planos macabros.

“Você sabe quando alguém está abrindo uma caixa privativa que nem mesmo tem uma chave” – Caroline Kepnes, Corpos Ocultos

A falsa idealização de Joe em cima das mulheres não esconde seus atos misóginos. Ainda que outras vítimas que não fazem parte do seu perfil surjam pelo caminho, é possível diferenciar quando ele está matando para limpar seus rastros, como muitos serial killers fazem na vida real, e quando faz parte de sua fantasia.

A escrita de Caroline Kepnes consegue tornar um tema tão repulsivo em algo prazeroso de ler, pela maneira que ela disseca a mente doentia de Joe. Embora seja ficção e a mesma não tenha qualquer compromisso com a realidade, a série de livros acaba servindo de alerta dos perigos de stalkers, especialmente daqueles que são serial killers em potencial.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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