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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Livro sobre assassinos, serial killers e psicopatas que caçaram vítimas na internet

Sem dúvidas, a internet é um avanço que ajudou bastante com a comunicação, relacionamentos, marketing e abriu inúmeras oportunidades para a indústria criativa. Mas como acontece com quase todas ferramentas, também há um lado sombrio na rede de computadores. Com a proposta de levar informações, curiosidades e alertas para os leitores, os autores especialistas em assassinos RJ Parker e JJ Slate escreveram o livro Social Killers: Amigos Virtuais, Assassinos Reais (Social Media Monsters: Internet Killers), publicado originalmente em 2014 e no Brasil pela editora DarkSide Books, em 2015, com tradução de Lucas Magdiel.


Conheça o livro Social Killers: Amigos Virtuais, Assassinos Reais


Como o próprio título do livro indica, Social Killers está relacionado aos assassinos que se apropriaram das mídias sociais da internet para encontrar suas vítimas. O livro traz um total de 36 histórias de assassinos, sendo três deles anteriores à internet, mas que também usavam métodos parecidos, como os antigos classificados de jornais impressos. Do total de histórias, somente cinco são de mulheres – lembrando que a psicopatia é um transtorno de personalidade que atinge mais homens do que mulheres (e algumas outras relatadas eram pares românticos de homens perversos). Lembrando: este livro não é recomendado para menores de 18 anos.

Na introdução do livro, os autores lembram que a internet não deu origem a esses assassinos, que eles sempre estiveram entre nós, mas que com as mídias sociais – onde costumamos compartilhar informações pessoais –, o acesso desses predadores às vítimas é facilitado. Entre as principais ferramentas usadas por esses assassinos estão os classificados online, Facebook e salas de bate-papo. Na internet, muitos escondem suas identidades reais e criam inúmeros personagens com propósitos insólitos. Enquanto alguns deixam os seus propósitos claros e muitas vezes são ignorados, há quem use para um jogo de caça e caçador.

“Costuma-se identificar tais assassinos como pessoas motivados por um fator psicológico: alguns são movidos por ciúme ou raiva, outros matam como uma forma de chamar atenção, e outros ainda o fazem pelo simples “barato” de matar. Infelizmente, as verdadeiras razões por trás de alguns atos homicidas sobre os quais você lerá neste livro nem sempre são conhecidas ou compreendidas” – RJ Parker e JJ Slate, Social Killers

Como se proteger do desconhecido? Nem sempre assassinos agem sozinhos e mesmo quando são solitários, alguns criam mentiras elaboradas ou expõem fantasias e desejos obscuros. Predadores virtuais, independente do seu histórico de problemas emocionais, geralmente, não sentem culpa e matam de forma consciente. Apesar de em casos de tragédia, muitas pessoas não terem empatia pelas vítimas e até mesmo jogarem a culpa nelas, nem todos que são atraídos por esses assassinos não sabiam onde estavam se metendo, como no caso de Bernd-Jürgen Brandes que respondeu a um anúncio sobre canibalismo escrito por Armin Meiwes e antes de ser assassinado, teve o seu pênis mutilado e, posteriormente, foi, literalmente, devorado. Segundo os autores do livro, o julgamento do caso foi polêmico, já que Bernd havia se oferecido para ser abatido e alimentar o homem problemático e obcecado por carne humana. Por que isso faz diferença? Somente após anos foi decidido que Bernd estava sob efeito de álcool e drogas, caso contrário, a pena de Armin poderia ser menor.


Um dos casos que chama a atenção no livro é de falsas identidades na internet, no qual uma mulher se passou por sua filha e conheceu em um bate-papo um homem que também se passava por alguém mais novo. A história de Thomas M. revela a confusão em que um homem casado e pai de dois filhos se meteu. Ele não só se apaixonou por um perfil fake, como acabou assassinando um colega de trabalho por causa de ciúmes. O caso gerou problemas para a família de Thomas e da mulher que se passou pela filha, nos lembrando de que, às vezes, não temos a mínima ideia de quem é a pessoa com a qual estamos conversando e quando as coisas fogem de controle, tudo pode acontecer. Os perfis falsos estão entre as principais estratégias usadas por predadores online. Nem sempre a pessoa cria o perfil só de uma pessoa, mas cria perfis falsos de amigos e familiares também e fotos e vídeos nem sempre são garantia de que é realmente a pessoa.

“Na internet, com apenas alguns cliques é possível ter acesso a uma quantidade ilimitada de informações. Infelizmente, as mídias sociais também dão asas a um sem-número de fantasias doentias. É nesse contexto que se tornou lugar-comum na internet o que os psicólogos chamam de “efeito carnaval” – o mal que assola aqueles que assumem múltiplas personalidades e acreditam poder falar e agir livremente sem encarar as consequências. As pessoas acham que podem usar a rede para expressar suas fantasias de maneira anônima e livre. Sharon Rina Lopatka tinha uma fantasia: ser torturada até a morte. Ao tornar sua fantasia pública na rede, seu desejo tornou-se realidade” – RJ Parker e JJ Slate, Social Killers

Para as pessoas com tendências suicidas, a internet também se torna um lugar preocupante, principalmente quando elas tentam procurar apoio nos lugares errados e seus caminhos se cruzam com o de sádicos. O livro cita dois casos de assassinos que usaram bate-papos, sendo um de uma mulher que pediu para ser assassinada e o outro de um homem que fazia falsos pactos suicidas e matava suas vítimas. Outra prática bastante comum é a de pessoas que cometem o crime de indução ao suicídio, seja provocando, incentivando ou compartilhando diferentes maneiras de concretizar. Como o suicídio ainda é um tabu, pessoas que sentem prazer na destruição se passam por amigos virtuais e nem sempre é possível comprovar o envolvimento de outros elementos, pois nem sempre passa essa possibilidade na cabeça dos familiares.

Os perigos aos quais estamos sujeitos nem sempre são aliviados quando esses assassinos são descobertos. Na maioria dos casos, tentam alegar que o criminoso tem um histórico de problemas mentais, abusos sexuais, físicos e emocionais e/ou uma infância traumática, mesmo que os assassinos não demonstrem nenhum remorso de suas ações. Apesar de o livro não mergulhar em cada um dos casos, só com essas informações já é o suficiente para provocar mal-estar. Enquanto serial killers podem provocar fascínio no universo da ficção, como os queridinhos do público Hannibal e Dexter, quando se trata da vida real, a melhor coisa que podemos fazer é ficar longe deles. Nem todo assassino serial é capturado, assim como existem milhares de assassinos de todos os tipos que após a prisão, voltam a cometer outros crimes. Se a questão da ressocialização é complexa para criminosos comuns, imagine quando se tratam de psicopatas?

“Desde seu lançamento, a Craiglist tornou muito mais fácil encontrar produtos e serviços baratos. Infelizmente, algumas pessoas mal-intencionadas também usam o site para escolher suas próximas vítimas. Korena Roberts era uma dessas oportunistas. Ela queria ter um bebê e quando encontrou uma mulher grávida na Craiglist, achou que era a chance perfeita para realizar seu desejo” – RJ Parker e JJ Slate, Social Killers

O livro nos faz pensar em vários aspectos da privacidade em tempos digitais, seja daqueles oferecidos pelas redes sociais, quanto pelos limites que nós mesmo ultrapassamos para interagir com outras pessoas. Será mesmo que precisamos compartilhar o tempo inteiro onde estamos? Existe uma linha tênue entre o fanatismo e a psicopatia. Em uma era de hiper-exposição midiática, desejos e obsessões são criadas. Embora não haja cura para a psicopatia, existem traços psicopáticos que podem ser identificados e ajudar no tratamento e controle. Inclusive, segundo pesquisadores, a mente de criminosos psicopatas funciona de forma diferente: eles não tem medo da punição e não se incomodam com a estigmatização – o que atrapalha mesmo dentro das prisões. Para alguns, chutar uma bola ou chutar uma pessoa provoca a mesma sensação de indiferença, enquanto para outros, a violência proporciona excitação e prazer.

RJ Parker e JJ Slate fizeram um trabalho ótimo de catalogar essas histórias de assassinos da internet. Fiquei curioso para ler outras obras dos autores, especialmente do RJ Parker que já escreveu sobre médicos, mulheres e pais assassinos. Os autores também deixam algumas dicas de cuidados na internet e revela como autoridades têm usado as redes sociais para encontrar esses assassinos obter confissões e checar informações. Entender o comportamento humano e suas histórias servem de inspiração para milhares de escritores, bem como são foco de estudo de diferentes profissionais. Embora seja impossível se proteger completamente na internet ou fora dela, vale a reflexão sobre qual seria a linha entre a privacidade e o medo e o lembrete de que apesar das redes sociais precisarem oferecer estratégias de segurança, estamos cada vez mais nos expondo voluntariamente. Casos de perseguidores (stalkers), por exemplo, nem sempre são levados tão a sério quanto deveriam, na esperança de que essas pessoas vão deixar as outras em paz.

Em uma época em que muitos estão preocupados com a quantidade de amigos, seguidores e curtidas ou que marcar encontros com outras pessoas é cada vez mais fácil, qualquer um pode ser um alvo fácil. A internet não é terreno somente para assassinos, mas também para sociopatas que gostam de manipular, perseguir, isolar, controlar, mentir, agredir e se fazer de vítimas, te fazendo questionar sua própria sanidade e/ou invertendo o jogo, tentando fazer você parecer o vilão. Não vou nem entrar na questão dos relacionamentos tóxicos, que daria outro texto só sobre o assunto e sobre como está se tornando cada vez mais comum e natural (aliás, sempre foi) conviver no ambiente offline ou online com pessoas mal-intencionadas em namoros e casamentos, amizades, famílias e ambientes de trabalho. Uma mente focada na aniquilação do outro encontra motivos reais e/ou imaginários para conquistar seus objetivos. Entre memórias reprimidas, gatilhos e obsessões, todo cuidado é pouco.

Também saiu vídeo sobre o livro Social Killers lá no canal do Youtube! Tentei mostrar um pouco do livro por dentro: então, para quem tem curiosidade, foram revelados o nome de alguns dos assassinos e os tópicos aos quais estão relacionados. Concluí a leitura curioso para ler os livros Serial Killers: Made in Brazil e Serial Killers: Louco ou Cruel?, da pesquisadora e escritora brasileira na área de violência e criminalidade, Ilana Casoy. O ser humano pode ser mais assustador do que qualquer fenômeno sobrenatural, acredite. Deixa o seu like no vídeo e se inscreve no canal, que em breve vão rolar mais vídeos por lá. Estou tentando conciliar alguns conteúdos do blog com imagens, já que nem todo mundo gosta de ler, assim como não são todos que gostam de vídeos. Assim como nem todas minhas leituras são resenhadas para o blog, uma quantidade menor ainda será falada em vídeos por causa da falta de tempo, energia e recursos para conciliar tudo, mas devo recomendar livros por temáticas, assim dá para indicar leituras sem se aprofundar muito. A cada minuto gasto com a produção de conteúdo, é um tempo que eu poderia usar para escrever meus livros. Então, agradeço por quem me acompanha nesta jornada, pela compreensão e paciência.



Sobre os autores 


RJ Parker é autor de livros best-sellers sobre crimes verídicos e especialista em serial killers. Seus livros mais conhecidos são: Top Cases of the FBI, Serial Killer Case Files e Cold Blooded Killers. A maior parte das obras é de exclusividade da Amazon.

RJ Parker nasceu e cresceu em Newfoundland e hoje mora em Ontário e em Newfoundland, no Canadá. Parker se tornou escritor depois que adquiriu espondilite anquilosante. Trabalhou por 25 anos em diversas repartições do governo e possui duas certificações profissionais.

RJ já doou mais de 2 mil livros para as tropas aliadas no exterior e para os militares feridos que se recuperam em hospitais da Marinha e do Exército no mundo inteiro. Também doa parte dos royalties à organização Victims of Violent Crimes (Vítimas de Crimes Violentos). Saiba mais em http://rjparkerpublishing.com/

JJ Slate é autora de livros best-sellers sobre crimes verídicos. Nascida em Massachusetts, a escritora sempre foi fascinada por histórias policiais verídicas, principalmente quando se trata de pessoas desaparecidas e casos sem solução. Este é o segundo livro em parceria com a RJ Parker Publishing, Inc. Sua primeira obra, Missing Wives, é uma coletânea de histórias reais de esposas desaparecidas. Foi lançada em junho de 2014 e entrou rapidamente na lista de livros mais vendidos da Amazon.

JJ Slate mora atualmente em New England com o marido. Quando não está trabalhando em seu próximo livro, a escritora se dedica ao blog, no qual comenta casos de grande repercussão na mídia. Saiba mais em http://jenniferjslate.com/ 

Sobre o tradutor – Lucas Magdiel é tradutor e revisor, formado em Letras pela UFRJ e pós-graduado em tradução pela Universidade Gama Filho. Petropolitano de nascença e carioca de passagem, hoje tem o coração ancorado em Brasília, onde se dedica a verter ao espanhol conteúdos diversos da Agência Brasil e a forrozear nas horas vagas. Além de livros da coleção Crime Scene e do clássico zumbi A Noite dos Mortos-Vivos, já traduziu livros da série australiana Conspiracy 365 e programas diversos da BBC, Globosat e TV Brasil. Apaixonado por tecnologia, se empenha em hackear a vida para o bem. Para descontrair, devora séries de TV e não dispensa uma caneca fumegante de café.

Para quem gosta de livros sobre crimes, aqui no blog já foram publicadas resenhas dos livros Casos de Família, da autora Ilana Casoy e American Crime Story: O Povo Contra O. J. Simpson, do autor Jeffrey Toobin, ambos publicados pela editora DarkSide.

Gosta de livros de ficção sobre a temática? Conheça o livro nacional Eu Vejo Kate, da autora Claudia Lemes, Menina Má, do escritor William March e Presságio: O Assassinato da Freira Nua, do autor nacional Leonardo Barros.

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*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e do livro de fantasia jovem com temática de bruxaria Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1), disponível no Wattpad.

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