Com o retorno do Twitter/X ao Brasil , muitos usuários que já tinham se acostumado com a Bluesky decidiram ficar na plataforma, enquanto outros optaram por usar mais de uma plataforma (multiplataforma) e aqueles que só estavam esperando a volta do Twitter, não pensaram duas vezes, apagaram o aplicativo e retornaram para a rede social do Elon Musk . Em poucas horas desde que o Twitter foi reativado no Brasil, deu para perceber como os usuários que sentiam falta da rede social experimentaram uma leve euforia, especialmente com a volta dos Assuntos do Momento (Trending Topics) – uma das promessas da Bluesky para uma possível atualização futura da plataforma. Foram mais de um mês sem o Twitter funcionar, o que levou os usuários a migrarem para a Bluesky e a Threads, mas se decepcionarem com a falta de funções semelhantes e diferentes engajamentos, Para muitos brasileiros, abrir o Twitter é como abrir um jornal e se manter informado do que está acontecendo não somente no Brasil, mas pelo r
Resenha: Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake – David Grove
Um grupo de jovens é assassinado por um misterioso psicótico em um acampamento. Quem nunca assistiu a algum filme assim nos últimos anos? Sexta-Feira 13 foi um dos filmes de terror slasher mais conhecidos de todos os tempos, assim como Halloween e juntos influenciaram dezenas de outras produções do cinema com uma fórmula parecida. O livro Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake, do autor David Grove, foi traduzido por João Marques de Almeida e publicado pela DarkSide Books, em 2015, parte da coleção Dissecando.
Como o próprio título original da obra aponta, On Location in Blairstown: The Making Of Friday the 13th, trata-se de uma documentação sobre o filme de terror Sexta-Feira 13 (Friday the 13th), trazendo depoimentos do diretor, atores, roteiristas e demais envolvidos em sua produção cinematográfica, abordando desde quando Sean Cunningham ainda estava tentando construir um conceito e conquistando financiamento para que o projeto saísse do papel até o seu sucesso e a crítica massacrante.
"A trama foi uma variação da premissa estabelecida pelo romance da Agatha Christie E Não Sobrou Nenhum (Ten Little Indians, 1939): um grupo de personagens, presos em um local isolado, são mortos um a um. Simples. Mas é aí que as semelhanças acabam. Agatha Christie certamente não era um tópico de conversa em Blairstown"
Não me lembro quantos anos eu tinha quando assisti Sexta-Feira 13 pela primeira vez. Tampouco consigo me lembrar se comecei pela ordem sequencial ou não. O que eu tenho lembrança é das noites de filmes de terror e como durante minha adolescência muitas pessoas se reuniam para assistir, nas épocas das fitas VHS e transmissões na televisão, e que o homem mascarado arrancava gritos e provocava o medo nos outros.
A imagem de Jason – que no primeiro filme não é tanto explorada, afinal, a responsável pelos assassinatos dos jovens era sua própria mãe, Pamela Voorhees (interpreta pela atriz Betsy Palmer) – persistiu e ainda hoje vive no imaginário dos amantes do cinema. Foram produzidos 12 filmes da mesma franquia e nada impede que nessa onda de remakes a história do psicopata não continue sendo contada nos cinemas, pois mesmo com a exploração dos clichês e personas, a série gerou milhões de dólares para Hollywood.
Quando assistimos a algum filme no cinema, na televisão ou até mesmo no computador, geralmente, não temos ideia de todo o trabalho realizado por trás das câmeras. Sexta-feira 13: Arquivos de Crystal Lake descreve a árdua jornada do diretor Sean Cunningham para levantar dinheiro suficiente para que Sexta-Feira 13 se tornasse realidade. Desde o início, o leitor descobre que as intenções de Sean eram a de ganhar dinheiro e de que ele passava por dificuldades financeiras. Com a ajuda dos roteiristas e de toda sua equipe, o diretor de cinema conseguiu com um orçamento apertado – nos padrões hollywoodianos – criar um filme que fosse um sucesso de bilheterias. Suas intenções não eram relacionadas a explorar a arte do cinema, mas criar algo bem comercial – aliás, fórmula que se repete até os dias atuais –, e entreter os telespectadores. Filmes assim costumam agradar ao público, mas não são vistos com bons olhos pelos críticos de cinema e, muitas vezes, acabam dificultando até mesmo para os atores conseguirem outros trabalhos.
"Sexta-Feira 13, durante o verão de 1980, foi um enorme alvo para os críticos de cinema e analistas culturais, que quase inteiramente o condenavam como sendo obsceno e pornográfico; ataques constantes que os adolescentes alegremente ignoraram".
O livro está dividido em 11 capítulos e informações extras. Além de trazer informações, opiniões e experiências compartilhadas pela equipe por trás do primeiro filme de Sexta-Feira 13, a obra traz várias imagens das filmagens, dos cartazes e demais elementos relacionados à carreira do diretor Sean Cunningham e como ela se transformou durante e após o lançamento oficial de Friday the 13th e a venda dos direitos de distribuição na América do Norte para a Paramount Pictures e de distribuição internacional para a Warner Bros. Por ser um livro documental, o texto muitas vezes trata do mesmo assunto sob diferentes ângulos, afinal, como bem lembra David Grove, algumas informações não batiam, como as datas e acontecimentos, e ele precisou checar e apontar essas divergências de fatos.
O que eu achei mais inspirador no livro foi saber que muitos dos atores e demais profissionais envolvidos no desenvolvimento do filme Sexta-Feira 13 estavam arriscando, mas ao mesmo tempo tinham receio de que não fosse um sucesso. O próprio Cunningham parecia se preparar para seu último filme e, ironicamente, foi um dos mais lucrativos de sua carreira como diretor de cinema, o que o abriu portas para outros projetos cinematográficos, mas que não conquistaram o gosto do público. Já Kevin Bacon, na época de Sexta-feira 13, ainda não tinha uma carreira consolidada como ator e precisava trabalhar como garçom. É interessante analisar como qualquer pessoa interessada em fazer o que gosta e se destacar nessa área precisa fazer alguns sacrifícios e escolhas, e apesar de nem todos conquistarem o seu lugar ao sol e tomarem outros rumos, todas elas precisaram apostar em si mesmas.
"Como é frequentemente mencionado, Sexta-Feira 13 nasceu de um modelo de sucesso que Halloween estabeleceu, na medida em que Sean Cunningham e Steve Miner também adotaram o meio ambiente da beira do lago, assim como as técnicas chocantes de filmagem, tiradas de suas experiências na filmagem de Aniversário Macabro. Desde o lançamento comercial de Sexta-Feira 13, em 1980, muitos críticos e fãs também sugeriram que Sexta-Feira 13 pega muitos elementos emprestados de um outro filme, o filme italiano de terror, de 1971, A Mansão da Morte (Twitch of the Death Nerve, também conhecido como A Bay of Blood, ou Carnage)"
Outro personagem fascinante explorado no livro é o especialista em efeitos especiais, Tom Savini. Ele conta como a experiência de ter vivenciado a guerra transformou sua carreira, dando um toque mais realista para suas maquiagens, jorramento de sangue e por aí vai... O que faz toda a diferença em filme de terror e foi responsável por chocar milhares de telespectadores. Para a época ainda não existiam tantos filmes sangrentos e com mortes tão explícitas, como existem nos dias atuais e esse impacto foi o que também ajudou com as vendas de ingressos para Sexta-Feira 13, como também outros elementos explorados no roteiro do filme, como um grupo de jovens, o assassinato gradual, o mistério revelado no final e a cena próxima dos créditos em que Jason ressurge.
A seleção da atriz Betsy Palmer para o elenco do filme também foi fundamental para que os ânimos não se perdessem na produção de Sexta-Feira 13, pois muitas das cenas em que ela deveria aparecer – atuou como a mãe de Jason e era peça fundamental – foram gravadas antes mesmo do resto do elenco saber qual era a atriz selecionada para o papel da antagonista. A atriz que tinha experiência no teatro se esforçara para entrar no papel. Fiquei com vontade de rir lembrando das cenas em que ela e a protagonista se enfrentaram e como a atriz Adrienne King reclamou da força usada por Betsy.
Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake é um desses livros para quem é curioso e ama filmes de terror. É interessante observar as mudanças que vão acontecendo conforme os investimentos vão surgindo, alterações no roteiro e cenas, improvisações e demais informações dos bastidores. A DarkSide Books, mais uma vez, acertou em cheio ao criar um projeto gráfico lindo que segue o mesmo conceito da franquia Friday The 13th. Sem dúvidas, um ótimo livro para colecionadores que se encantam por narrativas sombrias, já que o cinema e a literatura proporcionam um diálogo enriquecedor.
Sobre o autor – David Grove é escritor e jornalista. Entre seus livros, estão Fantastic 4: The Making of the Movie, Jamie Lee Curtis: Scream Queen e Making Friday the 13th. Colabora para publicações como The Dark Side, Deathray, Dreamwatch, Fangoria, Film Review, Film Threat, Gorezone, MovieMaker, Rue Morgue, Sci Fi, Shivers.
Sobre a editora – Na Darkside, nós investimos em livros. Especialmente, livros de terror e fantasia. Fazemos questão de publicar as histórias que amamos. Algumas viraram filmes, games ou lendas urbanas, mas todas reservam experiências únicas em suas páginas.Os formatos também são múltiplos: Papel. Digital. Free-books. Edições numeradas de colecionador. Seguindo o padrão quase psicopata de qualidade, cada livro Darkside tem que ser precioso no texto, na capa e no design. Então leia, releia, baixe, divulgue, colecione. No que depender de todos nós, Darksiders, o livro vai continuar mais vivo do que nunca. Darkside Books. Book is not dead. Para mais informações e ficar por dentro dos próximos lançamentos, visite o site da DarkSide Books: http://www.darksidebooks.com.br/
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