Freddy Krueger está entre os vilões de filmes de terror que deixaram sua marca nos telespectadores e se tornou um ícone do gênero. Desde o lançamento do filme original
A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street) com direção e roteiro de
Wes Craven, em 1984, até os dias atuais, o personagem mostrou a força do seu criador e ganhou espaço não só no remake e sequências, mas se tornou tão popular que o assassino marcou presença em jogos e inspiração em fantasias de Halloween e atrações de terror em parques temáticos.
Conheça um pouco sobre o livro A Hora do Pesadelo:
A Hora do Pesadelo (Never Sleep Again: The Elm Street Legacy—The Making of Wes Craven’s A Nightmare On Elm Street) era um dos livros tão esperados pelos leitores da
editora DarkSide Books, que já havia publicado um
livro sobre os bastidores de Sexta-Feira 13, que tem em comum o fato dos dois filmes terem sido produzidos com baixo orçamento e terem se tornado sucesso de bilheteria e cujo antagonista, Jason, já participou de um crossover junto com Freddy Krueger. Para quem gosta de cinema de terrror, a obra do documentarista Thommy Hutson traz várias informações sobre o processo de produção do filme, muitas imagens e curiosidades.
“A questão persistente nas mentes de muitos é simplesmente esta: “Por quê?” Por que um maníaco assassino de crianças, com o rosto gravemente queimado e que mata as pessoas em seus próprios sonhos pode ser tão fascinante, tão cativante? A resposta pode estar na própria pergunta – sonhos, pesadelos. Foi um conceito brilhante que conquistou os espectadores de cinema: a ideia de que nesse filme existe um vilão que pode romper o limite tênue entre a realidade e a ilusão. Um vilão capaz de erradicar a tão desejada linha entre o que é seguro e o que não é. Como seria possível você sobreviver quando o mal que o persegue está, em essência, dentro de sua própria mente?” – Thommy Hutson, A Hora do Pesadelo
O que mais me encantou na leitura de A Hora do Pesadelo foi perceber a diferença que o trabalho de equipe fez para que o filme fosse um sucesso. Há quem torça o nariz quando se fala em filme de baixo orçamento ou produções independentes, mas filmes de terror tiveram que conquistar o seu espaço, seja pela dúvida de que o conteúdo geraria retorno, pela adequação do material por causa das censuras da época e/ou pelos desafios de dar vida ao roteiro, de forma a proporcionar os efeitos esperados pelo criador da história.
Para quem já assistiu ao filme, é bem difícil não se lembrar da cena das garotinhas pulando corda e cantando a música tema do Freddy Krueger ou de olhar para as garras de lâminas do vilão e não se lembrar do som. Thommy Hutson revela ao leitor, entre tantas informações, quem eram as garotas da cena, de onde surgiu a ideia para a canção, como surgiu a luva de garras do assassino e como fizeram os efeitos sonoros da lâmina arranhando. Esses elementos acabaram se tornando parte da identidade da produção cinematográfica.
O autor do livro produziu um material bem completo, levantando desde a história de Wes Craven e da relação entre o projeto do filme e a New Line, passando pelos estágios de pré-produção, produção, pós-produção, lançamento e os efeitos do sucesso do filme tanto para o diretor, produtora, elenco e equipe. Desde o início dá para perceber que o livro agradou também o fundador da produtora que apostou em A Hora do Pesadelo e o diretor Wes Craven que escreveu um texto de apresentação para a edição original, antes do seu falecimento.
“O diretor e escritor considerava que Freddy era mais do que apenas um personagem inventado, uma combinação de características dos seres humanos. “Especialmente dos homens, para ser destrutivos”, sugeriu Craven, ”e querer esquartejar e queimar, em vez de alimentar e proteger” – Thommy Hutson, A Hora do Pesadelo
Apesar de achar interessante saber algumas das dificuldades de produzir filmes naquela época e quais foram os desafios dos envolvidos – especialmente os efeitos especiais , uma das minhas partes favoritas foi entender o que levou Wes Craven a desenvolver a história e o conceito do Fredy Krueger, como o roteiro foi adaptado e as alterações que foram feitas ao longo da edição. Quem não gosta de filmes de terror, muitas vezes, enxerga somente o lado violento das cenas e não se dá conta da beleza do processo de contar histórias, suas metáforas, críticas sociais implícitas e filosofia – o que ajuda a quebrar um pouco do preconceito de quem vê o cinema de terror somente como entretenimento e desconsidera o seu lado artístico.
Antes e durante a produção de A Hora do Pesadelo, Wes Craven temia que o filme não se tornasse um sucesso e que ele tivesse que voltar à carreira acadêmica. Além de ter sido bem elogiado por alguns críticos da época, o filme de baixo orçamento rendeu milhões de dólares no fim de semana de estreia e ficou entre os mais assistidos durante três semanas consecutivas. Para quem gosta de Johnny Depp, uma das curiosidades do livro é que o seu primeiro papel como ator foi em A Hora do Pesadelo. Ou seja, se não fosse pela filha de Wes Craven, talvez ele nunca teria se tornado um sucesso em Hollywood, ou pelo menos não tão cedo. Para quem gosta de filmes slasher, vale lembrar que Craven também dirigiu alguns filmes da franquia Pânico e Viagem Maldita.
“O que torna A Hora do Pesadelo tão interessante é que Freddy Krueger não sai retalhando de maneira aleatória qualquer pessoa que atravesse seu caminho. Em vez disso, ele cria uma sinfonia de terror – tanto psicológica como visceral – enraizada em um dos mais antigos conceitos humanos: a vingança. É um tema que comprova que Freddy Krueger tem um plano, um motivo. O fato de essa vingança declarada ter sido gerada pelos pecados dos pais faz com que as vítimas adolescentes na tela já se sintam derrotados por um mundo que deveria protegê-las. Consequentemente, suas mortes se tornam um escárnio de suas vidas...” – Thommy Hutson, A Hora do Pesadelo
O cuidado com o projeto gráfico do livro não é uma novidade quando se trata da DarkSide Books, mas em relação às outras obras publicadas pela coleção Dissecando, A Hora do Pesadelo me surpreendeu. Além de ser uma edição de capa dura, o livro traz uma jacket do suéter do Freddy Krueger, que ao ser retirada ou levantada, revela as cicatrizes das queimaduras. Mais uma obra para colecionadores e amantes de filmes de horror.
Sobre o autor
Thommy Hutson escreveu e produziu documentários sobre alguns dos filmes mais importantes do cinema de terror, incluindo Sexta-Feira 13, Pânico, A Volta dos Mortos-Vivos e, é claro, A HORA DO PESADELO. Além dos documentários, é um premiado roteirista de tv, com dois especiais de Scooby-Doo no seu currículo.
*Este livro foi enviado pela editora DarkSide Books para que eu pudesse ler e resenhar para os leitores do blog.
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*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror
Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem
Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no
Wattpad.
Nossa gostei bastante da resenha e do blog, já estou seguindo :D
ResponderExcluirhttps://strangerboy01.blogspot.com.br/
Olá, Stranger.
ExcluirFico feliz que tenha gostado da indicação de leitura.
Abraços e gratidão por acompanhar o blog.