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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

Vencendo o TDAH: 10 Motivos para ler o livro sobre adultos com o transtorno

Os números de diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade não param de crescer. Isso acontece por vários motivos, entre eles: temos mais informações sobre o transtorno nos dias atuais, mais profissionais capacitados para o diagnóstico e porque há uma relação predisposição genética (hereditariedade).


No livro Vencendo o TDAH: Adulto, os autores Russell A. Barkley e Christine M. Benton abordam desde informações introdutórias sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade até questões de diagnóstico, tratamento e prejuízos na vida da pessoa. A obra foi publicada pela editora Artmed, em 2011, com tradução de Magda França Lopes.

Os autores dividiram o livro em cinco passos, entre eles: Para começar, seja avaliado; Mude o seu pensamento: Conheça e assuma o seu TDAH; Mude o seu cérebro: Medicações para controlar o TDAH: Mude a sua vida: Regras cotidianas para o sucesso e Mude a sua situação: Controlando o TDAH em áreas específicas de sua vida.

Compre o livro Vencendo o TDAH: Adulto (Russell A. Barkley e Christine M. Benton): https://amzn.to/2WxVOgX



Texto da imagem: TDAH – Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, caracterizado por;


Há evidências claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmico ou profissional ou de que reduzem sua qualidade. (DSM-V)

Entre tempos diferentes de reação, comportamentos impulsivos e/ou desatenção, pessoas com TDAH também podem ter outras condições associadas. Embora o livro não cite a Síndrome de Asperger (Espectro autista), existem casos em que a pessoa pode ter ambas condições, assim como existem casos em que a pessoa pode ter Altas Habilidades/Superdotação e TDAH (Dupla Excepcionalidade), ou até mesmo Síndrome de Asperger, TDAH e Altas Habilidades/Superdotação.

A parte das comorbidades do livro achei bem superficial, mas quem sabe um pontapé inicial para quem não entende muito do assunto. Entre as condições associadas citadas no livro estão: Transtorno Desafiador Opositivo; Transtorno de Conduta/Transtorno de personalidade antissocial; Transtornos por uso de substâncias; Ansiedade e Depressão.

Confira 10 motivos para ler o livro Vencendo o TDAH: Adulto (Russell A. Barkley e Christine M. Benton):


1) Tabu


O brasileiro ainda trata condições neurológicas, como o autismo (Síndrome de Asperger) e TDAH, e transtornos mentais, como tabus. No Brasil, há uma falha de diagnósticos, seja por resistência da pessoa procurar ajuda (caso da vida adulta), da família (no caso de crianças e adolescentes) ou pela falta de conhecimento sobre o assunto.

Tratar condições neurológicas como o TDAH, como um tabu, pode levar a pessoa a uma vida de sofrimento: as pessoas ao redor podem não entender seus comportamentos e a própria pessoa pode se sentir desnorteada em diversas situações, afetando sua autoestima e levando a comorbidades, como ansiedade e depressão.

2) Aceitação


A aceitação faz parte da vida. Muitas pessoas acham que diagnósticos servem para limitar ou rotular. Vindo de alguém que teve o diagnóstico de Síndrome de Asperger somente aos 29 anos, assim como muitos profissionais, eu posso afirmar que o diagnóstico dá um norte, uma direção para seguir e explicações para situações que não entendíamos.

Muitos adultos com TDAH podem relutar ao receber diagnósticos. Há pessoas que podem achar que o diagnóstico está errado, outras podem negar procurar ajuda profissional, pois acreditam que não precisam e/ou têm receio de tomar medicamentos.

Sem a aceitação, a jornada se torna mais difícil. Muitas pessoas só procuram ajuda quando percebem que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade provocou muitos prejuízos à vida, afetando amizades e vida social, relacionamentos amorosos, educação, bem-estar, emprego e se envolvendo com comportamentos de risco (vícios, direção perigosa – acidentes de trânsito etc.).


3) Estratégias


É muito mais fácil dar conselhos quando não temos determinadas condições. Pessoas com TDAH podem e devem buscar orientação especializada. Como acontece com inúmeras condições, é preciso saber se o profissional tem alguma experiência com outros pacientes com o transtorno, especialmente adultos.

Embora os remédios tenham duração limitada, desenvolver estratégias pode fazer toda diferença. Por isso, em muitos casos, é preciso que a pessoa busque acompanhamento com psicólogos que entendam sobre como o TDAH influencia e afeta as funções executivas. Sem o conhecimento sobre as questões da neurociência e experiência com outros pacientes com TDAH, o paciente pode se sentir desmotivado e desorientado.

4) Tratamento


Os autores do livro citam alguns dos principais remédios utilizados no tratamento do TDAH. Segundo os autores, os medicamentos são os tratamentos mais eficazes do momento para controlar o TDAH, ajudando com o comportamento.

“As pesquisas realizadas na última década mostraram que essas medicações realmente corrigem ou compensam os problemas neurológicos latentes no TDAH. Mas elas só funcionam enquanto estão em sua corrente sanguínea e em seu cérebro, o que significa que você tem de prosseguir com o seu uso para continuar obtendo os seus benefícios” – Russell A. Barkley e Christine M. Benton, Vencendo o TDAH: Adulto

5) Questionar informações duvidosas


Como acontece com inúmeras condições e transtornos, os autores lembram da importância de aprender a questionar o conteúdo que está consumindo. Atualmente, qualquer pessoa pode produzir conteúdo e mesmo jornalistas e profissionais com segundas intenções (financeiras) podem espalhar informações erradas sobre o TDAH.

Toda condição que influencia o comportamento pode levar ao desespero de algumas pessoas e à procura de métodos alternativos, porém, é preciso ter em mente que a ciência existe para nos orientar.

6) Diferenças entre a infância e a vida adulta


O livro se foca nos adultos com TDAH. Existem diferenças de como o TDAH afeta a vida da pessoa de acordo com a faixa etária? Com certeza. As responsabilidades que temos quando somos crianças são diferentes daquelas quando somos adolescentes e adultos.

“Se você já foi diagnosticado com TDAH, por que o avaliador não percebeu outra coisa que também estava errada? Em um mundo ideal, sua avaliação para o TDAH teria revelado quaisquer outras condições que você tenha. Mas, neste planeta imperfeito, muitos fatores podem ter impedido que outras condições se revelassem. Talvez você e o avaliador estivessem tão fixados na ideia do TDAH que menosprezaram outros sintomas que assomavam no pano de fundo de sua história” – Russell A. Barkley e Christine M. Benton, Vencendo o TDAH: Adulto

Os autores citam alguns dos cuidados que a pessoa precisa ter para manter um estilo de vida saudável e alguns dos riscos relacionados ao TDAH: sedentarismo, sobrepeso, uso de substâncias, ignorar problemas de saúde etc.

7) Não se desespere


Os autores do livro tratam o assunto com leveza, de forma que a pessoa não fique desesperada. Aprender a rir de si mesmo e aceitar algumas situações não significa que a pessoa não vai buscar ajuda e formas de compensar suas dificuldades, mas que ela não precisa tratar o assunto como se fosse uma tragédia.

8) Material de estudo para estudantes e profissionais


Com um material fácil de entender, acredito que Vencendo o TDAH: Adulto pode ser um livro legal de trabalhar em sala de aula e para capacitação de profissionais. Lembrando que não são só os psiquiatras, neurologistas e psicológicos (neuropsicólogos) que atuam com pacientes com TDAH, mas inúmeros outros profissionais da área pedagógica e áreas médicas, especialmente nos casos de condições associadas, como transtornos de aprendizagem e espectro autista.

9) Autoconhecimento


Todos nós somos afetados pela maneira que nos percebemos e somos percebidos pelos outros. Para adultos com TDAH, aprender mais sobre sua própria condição pode possibilitar desenvolver mais autoconsciência (perceber erros e acertos) e aprender com a experiência de outras pessoas e de profissionais que reuniram estratégias que funcionaram para outros pacientes.

“O TDAH pode literalmente ser uma enfermidade ameaçadora à vida. A própria natureza dos sintomas do TDAH, particularmente a inibição e o autocontrole deficitários, expõe você ao risco de ter uma vida mais curta. Se não pode considerar seriamente as consequências futuras de seu comportamento, não vai ficar preocupado o suficiente com os comportamentos conscientes em prol de saúde, como fazer exercícios físicos, seguir uma dieta adequada e moderar o uso de cafeína, tabaco e álcool” – Russell A. Barkley e Christine M. Benton, Vencendo o TDAH: Adulto

Pessoas com TDAH estão mais suscetíveis a acidentes, sejam de carro até outras lesões. Por esse e tantos outros motivos, como a autoconsciência limitada, a pessoa precisa encontrar estratégias para lidar com a impulsividade e desatenção, bem como tomar cuidado em dobro.

10) Empatia


Para muitas pessoas, é difícil sentir empatia quando você não sabe o que acontece na vida dos outros. Pessoas com TDAH podem perder amigos, abalar relacionamentos amorosos e ser mal-interpretados no ambiente de trabalho, especialmente quando elas não fazem ideia sobre sua própria condição. Nestes casos, o diagnóstico pode fazer muita diferença.


Texto da imagem: TDAH: Desatenção (Alguns dos comportamentos de desatenção)*

– Frequentemente perde coisas necessárias e é esquecido para atividades cotidianas:
– Com frequência, é facilmente distraído por estímulos externos;
– Adolescentes e adultos podem se esquecer de retornar ligações, pagar contas, manter horários agendados. (American Psychiatric Association)

*Alguns dos comportamentos de quem tem TDAH. Para ter um diagnóstico, a pessoa precisa ter seis ou mais dos critérios (não estão todos listados aqui) e ter um impacto negativo nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais.

Os autores falam sobre como o TDAH não-tratado pode trazer vários prejuízos para a pessoa. Além de ser um livro recomendado para adultos com TDAH, também é uma leitura interessante para pessoas que convivem com quem tem o transtorno, como familiares, colegas de trabalho e universidade e parceiros.

E você, já leu o livro Vencendo o TDAH: Adulto? Ficou com vontade de ler? Compartilhe!

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro, jornalista por formação e Asperger. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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Comentários

  1. Olá ben, meu nome é Gabriela e concordo com absolutamente tudo o que vc escreceu sobre os profissionais relacionado a saude mental!
    Penso que deveriamos promover palestras disseminando essas informações pois temos uma sociedade cega em relação a isso

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