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Destaques

Cassandra: Série alemã thriller sobre uma perigosa casa inteligente

A série alemã Cassandra mal estreou e fez certo sucesso na Netflix . Com uma trama envolvendo uma casa inteligente (smart house), a série mostra um cenário desastroso no qual uma família se torna vítima das ações fora de controle de um projeto sobre transferência de consciência conectada em todos pontos e nos quais, eles estão sempre sendo observados. O que mais me chamou a atenção na série foi conferir que ela se passa em dois tempos e como a tecnologia foi implementada no passado, apesar de não focarem muito nisso. Diferente do foco ser na tecnologia aplicada, acaba se tornando os elementos humanos que serviram de espelho para sua criação, uma mulher motivada pela necessidade de controle e vingança. A série toca em alguns pontos, como a manipulação (gaslighting), fazendo a mãe da família achar que está ficando louca e sendo duvidada pelos outros, enquanto eles se tornam, literalmente, reféns de sua própria casa. Apesar de ter um estilo mais retro, a série ganha atenção do público p...

Relacionamentos Contemporâneos

Para entender os relacionamentos contemporâneos é preciso entender um pouco sobre a adolescência e a sociedade brasileira. À procura de mais informações sobre o assunto, encontrei o seguinte artigo na internet: "O “ficar” na adolescência e paradigmas de relacionamento amoroso da contemporaneidade", escrito pelo psicólogo e Doutor em Psicologia Social, José Sterza Justo, divulgado na Revista do Departamento de Psicologia - UFF, v. 17 - nº 1, p. 61-77, Jan./Jun. 2005.

No artigo o psicólogo levanta alguns pontos sobre a adolescência, como as crises afetivas, emocionais, de identidade e valores, entre outras percorridas durante essa fase. Ainda segundo o autor, estas crises podem ser consideradas positivas pois contribuem com a melhoria e dinamização do sujeito.

Após descrever as mudanças da adolescência e sua importância na formação do sujeito, José Sterza Justo propõe reflexões sobre os relacionamentos afetivos e amorosos na adolescência, o que me fez pensar se esta fase realmente está relacionada à idade ou se algumas pessoas seriam eternos adolescentes.

Segundo o psicólogo, a cultura brasileira valoriza a adolescência e as novidades e mudanças, alguns atrativos deste período da vida, diferente de outros países onde são cultivados a memória social e os idosos. Entre as características da cultura do Brasil citadas pelo autor estão o progresso, dinamismo, sensualidade, afetividade, prazer e migração. "Uma simples ronda por uma cidade revelará a presença maciça dos jovens nos espaços públicos. A cidade é dos jovens, diferentemente do acontece em muitos outros países", comenta o autor.

As consequências desta valorização são a instabilidade e a cultura do descarte. Da mesma forma que os objetos são criados pensados em seu descarte e abandono e a conservação é uma espécie de castigo, estas atitudes são incorporadas nos relacionamentos.  "Tal disposição psicológica para o descarte estrutura-se no plano emocional afetivo orientador das relações do sujeito com as coisas do seu mundo, incluindo aí, principalmente, as outras pessoas como os principais objetos de suas relações e visadas do seu desejo", explica .

Características bastante presentes na sociedade atual, a efemeridade, o imediatismo, a cultura do descartável e o consumismo são percebidos nos relacionamentos amorosos contemporâneos. A família, relacionamentos tradicionais e vínculos amorosos são transformados e tornam-se fluídos, breves, instantâneos, instáveis perdendo as noções de solidez,  amor e casamento eternos. Para Bauman, a sexualidade ganha força. Se antes a sexualidade fazia parte de um projeto de vida e relacionamento, hoje as pessoas buscam o próprio prazer sexual, são cada vez mais hedonistas. Buscando tantos prazeres instantâneos, as pessoas acabam se tornando "colecionadores de sensações", como define o sociólogo.

De acordo com o psicólogo, os vínculos duradouros, a aproximação entre as pessoas e o projeto futuro perdem lugar para as relações abreviadas: "voltadas para a satisfação de necessidades e desejos imediatos, sem compromissos que ultrapassem o momento da relação". Além de começarem e acabarem cada vez mais rápidas, as relações se renovam e multiplicam constantemente. Segundo o psicólogo, a palavra "ficar" ganha mais destaque e está relacionada aos relacionamentos passageiros, superficiais e sem envolvimentos profundos, que duram enquanto o encontro durar. Mais do que um passatempo ou simples diversão, o "ficar" também pode ser visto como exploratório e um contato que poderia levar ao namoro, apesar de na maioria dos casos se comportar como: "um “estar junto” que se esgota em si mesmo sem produzir outros desdobramentos", explica José Sterza Justo.

"É bom “ficar” mas a falta de uma perspectiva de futuro produz uma sensação de desamparo e insegurança; é bom namorar e casar, mas a vida fica muito limitada e pesada pelos compromissos assumidos, encargos domésticos e dificuldades na convivência diária – o preço a pagar pela segurança e pela confiança", argumenta o psicólogo José Sterza Justo.

As transformações da sociedade trouxeram a ideia de liberdade, mas também a de dispersão, entre outros pontos, refletidos nos relacionamentos contemporâneos.

Leia o artigo na íntegra: http://www.scielo.br/pdf/rdpsi/v17n1/v17n1a05.pdf.

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