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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

Leituras do final de Abril

Mais um mês se encerra. Abril se foi e do ponto de vista da leitura e produtividade da escrita vai deixar lembranças, já na vida pessoal nem tanto. Durante este mês li 17 livros, dos quais seis foram resenhados aqui para o blog: O Sincronicídio (Fabio Shiva), Sombras e Nefastos (Ricardo Bellissimo), Negro Amor (Ricardo Bellissimo), Sufoco (Ricardo Bellissimo), Bereshith, Segredos Profundos (Abraão Dias) e ! – Antologia de Contos Fantásticos (Org. Rubem Cabral).

Os livros que eu havia lido e havia me proposto a ler até o final do mês podem ser conferidos no post: Leituras de Abril. Alguns livros eu não terminei de ler, estou intercalando a leitura e pegando mais base para retomar depois, como Anatomia da Crítica (Northrop Frye) e Para Ler Como um Escritor (Francine Prose).


Esta semana fui na Saraiva e comprei quatro livros relacionados à escrita e literatura, dos quais dois eu já terminei de ler:

A Personagem – Beth Brait: o texto simples e direto apresenta algumas informações sobre o papel das personagens na literatura. Esperava um pouco mais do livro, mas com menos de 100 páginas e um tom introdutório foi o suficiente para anotar algumas obras recomendadas ao longo do livro e na bibliografia comentada.

Como Analisar Narrativas – Cândida Vilares Gancho: o livro também faz parte da série Princípios e foi publicado pela Editora Ática, a mesma de A Personagem. O texto dá uma breve noção ao leitor de como analisar narrativas, de acordo com o seu gênero literário, enredo, narrador, tempo, espaço e personagens. Também vale a pena como introdução e aproveitar as referências bibliográficas para se aprofundar melhor no assunto.

Ainda nesta lista dos livros que comprei esta semana está A Espécie Fabuladora: Um Breve Estudo Sobre a Humanidade, escrito por Nancy Huston. Já estou na metade do livro e amando cada página. O ensaio aborda questões sobre a humanidade, na qual a autora afirma que todos os seres humanos são contadores de histórias e que precisamos da ficção para dar sentido às nossas próprias existências. Uma dose de literatura, psicanálise e experiências pessoais, Nancy Huston propõe reflexões prazerosas.

À medida que estou revisando um romance e pensando em maneiras de melhorá-lo, estou lendo em doses homeopáticas o livro Writing a Novel and Getting Published For Dummies, do George Green e Lizzy Kremer. O livro é bem prático para quem quer aprender mais sobre a escrita de romance, construção de personagens, estruturação da narrativa, com vários exemplos do que fazer ou não, referências e recomendações de leitura.

Aproveitei que minha irmã está viajando para ler dois livros Young-adults dela: Maldosas e Impecáveis, ambos da série Pretty Little Liars, escritos por Sara Shepard. Apesar de já saber praticamente tudo o que acontece com os personagens por causa da série televisiva, gostei da maneira que a história é narrada e pude perceber a dificuldade de transformar em imagens alguns recursos possibilitados pela linguagem textual, como os pensamentos.

Também comecei a ler Laranja Mecânica, do Anthony Burgess. Aliás, até agora só li as notas do tradutor. Quero ler a obra com calma. Fiquei impressionado com as dificuldades que os tradutores encontram para tornar a obra mais legível e fico me perguntando até que ponto a tradução ajuda ou atrapalha no entendimento das ideias propostas pelo escritor, já que ele inventou algumas palavras em uma mistura de inglês e russo que são intraduzíveis para o português, mas mesmo assim encontraram alguns termos para substitui-las.

Literatura e Sociedade, do Antonio Candido, entra na lista dos livros que devo começar a ler no início de maio.

Autor ou editora interessado em parceria, entre em contato: ben-oliveira@hotmail.com

E você, o que tem lido? Alguma recomendação de leitura? Abraços a todos!

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