Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...
Nikhov: Livro do Roberto Muniz Dias com ilustrações homoeróticas estreia no Catarse
O escritor Roberto Muniz Dias, o artista Esaul Furtado e o designer gráfico e ilustrador Tony Rey se reuniram para lançar o projeto do livro Nikhov – Entre o Desejo e a Fuga, uma combinação da literatura do Roberto com ilustrações homoeróticas. O projeto está inscrito na plataforma de financiamento coletivo Catarse, à procura de apoiadores para tornar possível a publicação da obra.
A meta para que o projeto de literatura seja publicado é de R$ 7 mil. Existem três opções de como o leitor pode apoiar: a cota de R$ 30 ou mais, para garantir um exemplar do livro; a cota de R$ 100 ou mais, para garantir dois exemplares do livro e uma camiseta confeccionada com estampas de ilustrações feitas pelo artista Esaul Furtado e a cota de R$ 150 ou mais, para garantir 3 exemplares do livro, sendo que um deles será de capa dura e duas camisetas com as ilustrações. A previsão de entrega é para setembro de 2015.
Nikhov começou a ser escrito durante uma viagem à Europa feita pelo Roberto, como uma tentativa de entender seu primeiro romance publicado Adeus a Aleto. A ideia de juntar as ilustrações ao texto surgiu há tempos. Segundo Roberto Muniz Dias, desde os estudos na Faculdade de Letras, em 2001, ele já usava as imagens criadas pelo Esaul Furtado para seus contos.
Leia a sinopse de Nikhov:Um diário de bordo perde seu propósito original. O relato das aventuras de um turista retoma uma história de um livro-guia. Um personagem misterioso retorna para reviver um amor perdido entre ruas cheias de passado. Uma paixão insólita entre dois homens renasce. Nesta viagem (em duplo sentido) o personagem-narrador vai alinhavando ficção da ficção e realidade para compor uma história de busca, autoconhecimento e amor. Uma novela intimista, mas que revela algo maior como a tentativa de sair do lugar comum da vida.
Sou suspeito, já que sou fã das produções literárias do Roberto e já li e resenhei todos seus livros, desde os romances até coletânea de contos e crônicas e uma pesquisa sobre os príncipes gays e a literatura infantil.
“A loucura, a imaginação e a realidade se dissolvem num só universo. Uma morte. E-mails misteriosos. O desaparecimento de um diário. Estaria o narrador perseguindo ou sendo perseguido? Seria ele o criador de um personagem ou um personagem desenvolvido por outro escritor? Será ele o inventor de Nikhov ou uma vez que publicamos um livro, deixamos de ser o autor? Nikhov - entre o desejo e a fuga traz repostas e ao mesmo tempo, cria novas inquietações sobre este processo mágico de dar vida a um personagem – muitas vezes, idealizações do escritor. Mais do que uma busca por Nikhov, a narrativa traz uma busca pelo amor.” (Ben Oliveria, escritor)
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