Na noite de ontem enquanto preparava um post para o blog com algumas ilustrações de
Aubrey Beardsley inspiradas em Edgar Allan Poe, nem me dei conta de que neste sábado, 07 de outubro de 2017, completariam 168 anos da morte do escritor. Para mim, é tão natural estar em contato com o universo de Poe, que é difícil imaginar uma existência sem ele. É tão bacana ver leitores do mundo inteiro elogiando o escritor neste dia.
No Brasil, a editora
DarkSide Books promoveu uma ação com seus leitores e seus parceiros para homenagear o escritor nas redes sociais através da hashtag #MedoClássico. Em 2017, a editora publicou o primeiro volume da edição
Edgar Allan Poe: Medo Clássico com alguns dos textos do autor traduzidos por Marcia Heloisa e com ilustrações de Ramon Rodrigues e para 2018, está prevista a publicação do volume dois. O livro fez tanto sucesso entre os leitores, que ficou entre os mais vendidos em algumas livrarias.
A
biografia de Edgar Allan Poe não é nem um pouco feliz. O escritor teve um pai adotivo que nunca o adotou formalmente. O sobrenome Allan, por exemplo, só foi adotado após sua morte, que veio de John Allan. Para quem gosta de romances biográficos, vale a pena conhecer o livro
Edgar Allan Poe: O Mago do Terror, escrito pela contista e romancista Jeanette Rozsas.
Duas epígrafes do meu romance de terror,
Escrita Maldita, são do Edgar Allan Poe. O livro conta a história de dois escritores contemporâneos, um veterano e um novato sortudo. Poe foi uma das minhas influências literárias, assim como ele foi e continua sendo para milhares de escritores da temática sombria. O protagonista, Daniel Luckman, por exemplo, lida com o abandono emocional dos pais e se desafia a fazer sucesso como escritor – mesmo que o sonho possa se tornar um pesadelo –, pois é o que ele sabe fazer . O que sua história de vida me faz pensar? Em como nem sempre a vida é justa, mas que os tempos mudam – não completamente,
não para todos. Enquanto Edgar Allan Poe ganhou centavos por algumas de suas publicações e teve tiragens tão limitadas, provocando o desconforto na época, um século depois, muitos escritores de livros de terror conseguem ter uma vida mais digna.
“Para ser apreciado, um escritor precisa ser lido, e tais temas são avidamente procurados pelos leitores” – Edgar Allan Poe justificando sua escolha pela temática macabra
Será que quando estava vivo ele poderia imaginar o sucesso que faria? Talvez. Será que sua história seria diferente se ele tivesse mais reconhecimento quando ainda lutava para sobreviver? Sem dúvidas. O dinheiro não curaria suas feridas emocionais – Poe viu várias mulheres por quem ele tinha afeição morrer –, mas o ajudaria a ter mais conforto. Edgar perdeu a mão biológica quando era pequeno e foi abandonado pelo pai. Seu relacionamento com os pais de criação era conturbado.
As primeiras histórias publicadas por Edgar Allan Poe foram publicadas com o dinheiro que ele tinha para sobreviver em Boston. Mesmo trabalhando como crítico literário e com suas publicações literárias, o dinheiro não era suficiente para ele mesmo, tampouco para Virginia, sua esposa.
A morte de Edgar Allan Poe permanece um mistério. Ele tinha predisposição ao álcool e existem várias hipóteses. Poe morreu no hospital, mas quando chegou até lá, já estava inconsciente.
Seus textos foram e continuam sendo traduzidos para o mundo todo. Edgar Allan Poe influenciou não só a literatura (Horror, Suspense, Policial e Ficção Científica), como também deixou um legado cultural, que serviu de inspiração para
ilustradores, músicos, cineastas e milhares de pessoas. Poe é um escritor para aqueles que sabem a importância de
sonhar acordado.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror
Escrita Maldita, publicado na Amazon e do livro de fantasia jovem
Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1), disponível no
Wattpad.
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