Para onde vão todas coisas que não dissemos? Essa é uma pergunta que muitas pessoas se fazem. Algumas ficam presas dentro de nós. Outras conseguimos elaborar em um espaço seguro, como a terapia. Mas ignorar as coisas, muitas vezes pode ser pior. Fingir que as emoções não existem ou que as coisas que não aconteceram não faz elas desaparecerem. Quando um relacionamento chega ao fim, pouco importa quem se afastou de quem primeiro. Mas há quem se prende na ideia de que se afastou antes – em uma tentativa de controlar a narrativa, como se isso importasse. O fim significa que algo não estava funcionando e foi se desgastando ao longo do tempo. Nenhum fim acontece por mero acaso. Às vezes, quando somos levados ao limite, existem relações que não têm salvação – todos limites já foram cruzados e não há razão para impor limites, somente aceitar que o ciclo chegou ao fim. Isto não significa que você guarde algum rancor ou deseje mal para a pessoa, significa que você decidiu por sua saúde mental em...
6 Ilustrações do francês Édouard Manet inspiradas no poema O Corvo, de Edgar Allan Poe
A internet está cheio de preciosidades para quem gosta de mergulhar no universo das obras que estão em domínio público. Essa relação entre a literatura, a arte e a história nos faz perceber a importância cultural de escritores, mesmo que eles não tenham sido tão valorizados quando estavam vivos, como Edgar Allan Poe.
Depois de compartilhar com vocês aqui no blog as ilustrações feitas por Harry Clarke para a primeira edição do livro Contos de Mistério e Imaginação do Edgar Allan Poe, publicada em 1919, em Londres e as ilustrações originais de Sir John Tenniel feitas para primeira edição do livro Alice no País das Maravilhas, do escritor Lewis Carroll, publicada em 1865, quis mostrar para vocês algumas das artes feitas para uma edição bilíngue do poema O Corvo (The Raven / Le Corbeau).
A edição da obra Le Corbeau d'Edgar Poe, com tradução para o francês de Stéphane Mallarmé e ilustrações de Édouard Manet, foi publicada pelo escritor e editor francês Richard Lesclide, em 1875. As imagens foram disponibilizados no eBook do Projeto Gutenberg com apoio da Biblioteca Nacional da França.
Édouard Manet foi um pintor e artista gráfico francês. Em 1876, ele pintou um retrato de Edgar Allan Poe. Neste mesmo ano, Manet também pintou o amigo escritor, Stéphane Mallarmé, com o qual manteve uma amizade de dez anos e trabalhou na edição ilustrada do poema mais conhecido de Poe. De acordo com informações do Museu de Orsay, os dois gostavam de conversar sobre literatura e arte.
O Corvo foi uma das obras mais conhecidas de Edgar Allan Poe. Assim como Charles Baudelaire, o poeta e crítico literário francês Stéphane Mallarmé ajudou a divulgar a produção literária de Poe na França. Na época, havia uma resistência em relação ao estilo do escritor norte-americano. A publicação da versão francesa de O Corvo foi uma fracasso. Segundo informações da Biblioteca Britânica, a edição bilíngue Le Corbeau foi publicada em uma tiragem apenas de 240 exemplares.
Para quem tem preconceito com autores independentes, vale mencionar que Edgar Allan Poe custeou a autopublicação de seu livro Tamerlane and Other Poems, em 1827. O Corvo foi publicado originalmente em 1845 pela New York Evening Mirror. O poema foi bem-recebido, abrindo as portas para a publicação de narrativas do Poe, embora não tenha garantido seu sucesso financeiro.
Confira as 6 ilustrações de Édouard Manet inspiradas no poema O Corvo:
Para quem gosta de edições ilustradas, vale conhecer o livro com textos do Edgar Allan Poe publicado pela editora DarkSide Books. A obra traz ilustrações do Ramon Rodrigues.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e do livro de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1), disponível no Wattpad.