Os anos passam mais algumas músicas continuam fazendo sucesso. Neste mês do Orgulho LGBTQIA , Born This Way , da Lady Gaga , permanece sendo reconhecida como um hino LGBTQIA. Mais do que cantar sobre a causa, a importância da própria identidade e aceitação, a cantora da música lançada em 2011 é também co-fundadora de uma fundação que apoia comunidades LGBTQIA. Segundo informações do site da Born This Way Foundation , a missão é: “Empoderar e inspirar os jovens a construírem um mundo mais gentil e corajoso que apoia a saúde mental e o bem-estar deles. Baseado na relação científica entre gentileza e saúde mental e construído em parceria com os jovens, a fundação incentiva pesquisa, programas, doações e parecerias para envolver o público jovem e conectá-los com recursos acessíveis de saúde mental”. Mais do que uma música para inspirar a Parada do Orgulho LGBTQIA ou ser ouvida o ano inteiro, Born This Way deixou esse grande legado que foi a fundação que já ajudou muitos jovens LGBTQIA. E o...
No mercado editorial internacional, há alguns anos havia o temor de que os livros digitais fossem afastar os leitores de livros impressos e que logo levaria a extinção do formato. Apesar de muitas pesquisas desconsiderarem escritores independentes e se focarem mais em editoras tradicionais, houve uma retomada do consumo de livros físicos, mesmo pela geração que está mais ligada ao universo digital. No Brasil, apesar das preocupações, isso não chegou nem perto de acontecer. Os leitores consomem muito mais livros impressos do que eBooks. Vale ressaltar que isso acontece não só por falta do hábito, mas pelo lento desenrolar da atividade no país.
Livros digitais ajudaram a movimentar ainda mais o mercado editorial. Não podemos esquecer de cidades que não têm livrarias e bibliotecas e da dificuldade dos seus moradores de encontrar algumas obras. O investimento em eBooks seria uma ótima maneira de alcançar esse público, especialmente por conta da praticidade.
Para alguns autores que apostaram na autopublicação, muitas vezes é a única possibilidade dos leitores entrarem em contato com suas obras. O desafio, no entanto, é conquistar o leitor que não está acostumado a comprar e ler eBooks. A estratégia de publicar inicialmente no formato de livro digital e somente depois em papel também tem sido adotado por editoras internacionais, como uma forma de testar como a obra será recebida pelo público e ver se o investimento vale a pena.
Uma das reclamações dos leitores em relações aos livros digitais no Brasil é sobre o preço. Em algumas editoras é possível encontrar a versão física pelo mesmo preço ou mais em conta do que o eBook e os custos de produção e distribuição são bem menores. Neste ponto, escritores brasileiros independentes conseguem colocar preços mais atraentes e apostam em serviços de assinatura, como o Kindle Unlimited – assim como aconteceu com alguns serviços de streaming de vídeo (Netflix) e músicas (Spotify), acaba incentivando o usuário a valorizar o conteúdo digital e ajudando a reduzir a pirataria.
De olho no resultado de duas pesquisas, não é tão difícil entender um pouco a razão dos livros digitais não terem decolado no país. É claro que a questão é mais complexa quando se trata de leitura, envolvendo questões políticas de educação, nossa economia e os hábitos culturais.
Confira 5 motivos pelos quais livros digitais ainda não decolaram no Brasil:
1) Baixo investimento em livros digitais
Em agosto de 2017, foi divulgado o resultado de uma pesquisa sobre livros digitais no Brasil, cuja proposta foi fazer um levantamento da quantidade de conteúdo digital comercializado pelas editoras no país e o seu faturamento. O Censo do Livro Digital traz dados de 2016 e entre as informações que mais chamam mais atenção está a de que mais de dois terços das editoras não investem na produção de eBooks. O faturamento com livros digitais de editoras em 2016 foi de aproximadamente R$ 42 milhões (1,09% do faturamento total das editoras). Essa pesquisa não levou em conta os livros digitais publicados por autores independentes que utilizam as plataformas online.
2) Desconhecimento do público
Além do baixo índice de leitura de livros impressos, muitos brasileiros desconhecem os eBooks. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura, em 2015, 59% dos brasileiros entrevistados não sabiam da existência dos livros eletrônicos e somente 34% dos leitores já leu um livro digital.
3) Falta de uso de leitores de eBooks
De acordo com os dados do Retratos da Leitura, somente 4% dos entrevistados usavam Kindle, Kobo ou Lev para a leitura, sendo os celulares (56%) e computadores (49%) os principais aparelhos para ler eBooks. Os aparelhos próprios para a leitura são vistos pelos usuários que usam como uma boa forma de evitar distrações com outros aplicativos e com a internet.
Apenas 15% dos entrevistados compraram um livro digital. A maior parte dos leitores no Brasil com acesso aos conteúdos foi de maneira gratuita. Vale lembrar que existe uma quantidade considerável de materiais que estão em domínio público, como clássicos da literatura, além de ações promocionais de eBooks gratuitos e plataformas de histórias online, como Wattpad.
5) Uso da internet para outras atividades
Apesar de atividades na internet estarem relacionadas à leitura, somente 15% dos usuários brasileiros usam a internet para a leitura de livros, sendo que a principal faixa etária é de 18 a 24 anos.