Pular para o conteúdo principal

Destaques

Olympo: Série espanhola da Netflix sobre jovens atletas e doping

A série espanhola Olympo foi lançada recentemente pela Netflix e os fãs já estão se questionando se terá segunda temporada. Até o momento, nenhuma informação foi confirmada pela Netflix, mas o final da primeira temporada dá a entender que terá continuação. Seguindo um estilo parecido com o de Elite , série espanhola que fez sucesso na Netflix e teve 8 temporadas, resta saber se Olympo fará sucesso para sua renovação. A série espanhola chegou a ficar em primeiro lugar entre os mais assistidos em alguns países, de conteúdos que não sejam de língua inglesa. Uma escola voltada para atletas que têm um nível de alto desempenho. Enquanto os jovens lidam com seus treinamentos e eventos, eles também lidam com seus dilemas e questões de identidade. Um personagem que mais chamou a atenção do público telespectador foi o Roque (Agustín Della Corte) , o melhor jogador de rugby do time que é gay e quase teve suas conquistas desmerecidas por um episódio de homofobia. Para quem se lembra das cenas que...

Movimento Antivacina e Fake News: Problemas ignorados se revelam mortais na Pandemia

A pandemia de Covid-19 revelou que governos do mundo inteiro terão que lidar com dois problemas que varreram para baixo do tapete durante anos: o movimento antivacina e as fake news de saúde e política nas mídias sociais. Como vão conseguir solucionar as duas questões em pouco tempo? Parece improvável, mas o aumento do número de mortos pelo vírus têm feito até mesmo pessoas que eram contra vacinas buscarem a imunização, enquanto outras protestam pelo direito de não se vacinarem.

A cada semana que passa, o desconforto do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden fica mais evidente nas declarações públicas. Com frequência ele pede para a população do país se vacinar, pensando neles mesmos e no bem-estar das pessoas que conhecem. O aumento da variante Delta do Covid-19 fez o governo que havia liberado as máscaras para os vacinados, voltar atrás e pedir para que voltem a usar nas regiões mais afetadas.

Os desafios para Joe Biden têm sido grandes. Parte da população norte-americana foi alimentada pelo ódio e fake news de Donald Trump, o ex-presidente que agia com indiferença e espalhava muita desinformação sobre a pandemia. As coisas melhoraram nos Estados Unidos após o desenrolar da vacinação contra Covid-19, porém, as decisões do presidente tem causado revolta na população que é contra vacina: em breve, ele deve pedir para que os funcionários do Estado se vacinem de forma obrigatória, por exemplo.

Para algumas pessoas, foi um choque ver como diferentes países têm reagido à vacinação. Em alguns países da Europa e na Austrália, a população tem ido à rua se manifestar contra o passaporte de vacina contra Covid-19. O mecanismo foi criado para gerar mais segurança à população, mas não é como eles têm enxergado.

Embora seja importante a pressão que os governos têm feito em cima das empresas de mídias sociais para combater a desinformação da pandemia – enquanto outros países têm lutado pelo direito de desinformar –, a situação é complexa demais e exige ações fora do ambiente digital. Seria ingênuo imaginar que todo esse movimento cresceu de uma hora para outra simplesmente por fake news: há casos de pessoas que recusaram várias vacinas ao longo da vida e os sistemas de saúde pública falharam na identificação e orientação.

A dificuldade de lidar com seriedade uma questão tão séria faz com que pessoas infectadas desrespeitem a quarentena e viajem: já há casos em que a pessoa perdeu o emprego por fazer isso. Nos Estados Unidos, há caso de funcionário que fraudou teste para fingir que estava infectado e faltar ao trabalho, além de demitido, ele foi processado por outras fraudes cometidas na empresa. Também tiveram casos de pessoas presas por oferecem tratamentos sem comprovação científica contra Covid-19 ou por falsos cartões de vacinação – duas atitudes que podem dar uma falsa sensação de segurança à população e até mesmo aumentando as dúvidas sobre a efetividade das vacinas.

Além do vírus, o mundo passa por uma pandemia de corrupção e fraudes. Desde falsos cartões de vacinação produzidos e enviados para diferentes países da América Latina, como México, Paraguai e Peru, até casos de vacinas falsas sendo vendidas e aplicadas, como aconteceu no próprio Brasil, em Minas Gerais, e na Índia. 

Segundo Heidi Tworek e Yoojung Lee, mesmo tendo um histórico de lidar com a desinformação política, a Coreia do Sul tem obtido bons resultados, por meio de informações em várias plataformas enviadas por autoridades sul-coreanas e por meio de parcerias com empresas de checagem de fatos.

Enquanto muitos países recebem quantidades insuficientes de vacinas, outros estão lidando com o problema de que seus cidadãos não querem tomar as vacinas contra Covid-19. Por ser um problema global, há risco do surgimento de novas variantes e de que o número de infectados e mortes voltem a crescer, em países que pareciam ter conseguido controlar temporariamente os danos causados pelo vírus. O problema se retroalimenta, pois dá a falsa impressão de que as vacinas não funcionam, já que o público em geral não analisa os dados nem contextos.

Casos de pessoas que se arrependeram de não tomar os cuidados com a pandemia, como o respeito ao uso das máscaras e medidas restritivas, e até mesmo dos que recusaram a vacina e tiveram casos graves da doença ou morreram têm ganhado destaque na mídia nos últimos tempos.  

Segundo uma reportagem da BBC, em um hospital do Reino Unido, um homem com Covid-19 permitiu que a enfermeira publicasse sua foto com máscara de oxigênio, incentivando as pessoas a tomarem a vacina. Com apenas 34 anos, ele que havia se negado a tomar a vacina, acabou morrendo algumas semanas depois. No Quênia, um médico antivacina e defensor de tratamentos sem comprovação científica contra Covid-19 morreu por causa do vírus. Só um exemplo entre tantos outros que já foram publicados e devem surgir, já que o grupo que não se vacina é o mais vulnerável. 

O youtuber e jornalista alemão Mirko Drotschmann e o youtuber francês Léo Grasset denunciaram a oferta de conteúdo patrocinado que espalhava desinformação sobre a vacina Pfizer. A oferta que foi feita para vários produtores de conteúdo de vários países e alguns chegaram a aceitar a proposta, mostra o perigo das mídias sociais, falta de transparência e como por dinheiro, muita gente publica conteúdo sem nem conferir a veracidade das informações.

No Brasil, a CPI da Pandemia deve convocar representantes de diferentes mídias sociais para abordar o assunto, já que há uma parcela da população sendo influenciada por fake news criadas por políticos: desde informações falsas sobre o lockdown e tratamentos sem comprovação científica até criando dúvidas sobre a efetividade das vacinas.

“O apelo para não se vacinar é um apelo para morrer, basicamente. Você não se vacina, você fica doente, você morre. Ou você mata: você não se vacina, você adoece, você contamina, alguém morre. Sem vacinação tem que fechar tudo de novo, a vacina está se espalhando e com a vacina, vimos que as consequências, em relação a internação e óbitos, são bem menos graves”, afirmou o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi.

As mensagens duplas que alguns governos passam podem confundir a população, quando a orientação dada pelo ministério da saúde é uma e políticos fazem discursos desencorajando a vacinação e o respeito às questões sanitárias da pandemia.

Diante do turbilhão de desinformação da Covid-19, pelo menos no Brasil, fica perceptível que grande parte da população quer se vacinar. Problemas como quem está querendo escolher a vacina acontecem pela quantidade insuficiente de vacinas, fake news e/ou preocupações com viagem para países que exigem determinadas vacinas para a entrada no território, porém, de forma geral, comparado a muitos países, em termos de procura, a imunização tem avançado e só não tem feito mais sucesso, pela baixa distribuição de doses nas diferentes regiões brasileiras. 

Só teremos mais dados para comparar os efeitos das fake news e crenças negacionistas no Brasil, quando chegarem mais vacinas e ficar mais evidente quantas pessoas estão deixando de se vacinar e quais são as motivações para isso.

PS: É bizarro como cidadãos de vários países estão protestando e chamando seus presidentes de Hitler por causa do Passaporte da Vacina. Comparação totalmente desconexa da realidade, como se ele estivesse condenando alguém à morte – o oposto do que se espera com a vacina.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

Mais lidas da semana