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Destaques

Terminar de processar as emoções

Processar as emoções era muito mais importante do que fingir que algo não aconteceu. Era reconhecer os próprios erros e acertos e se permitir sentir as coisas boas e ruins. Era tentador fingir que nada aconteceu. Mas também era imaturo, também era um sinal de que havia se desconectado do real e emoções não processadas voltariam de um jeito mais cedo ou mais tarde. Foi reconhecendo os dias bons, mas acima de tudo, sentindo os ruins. Foi deixando tudo para trás, consciente de que não havia mais nada para revisitar, não havia pontas soltas. Então, de tanto sentir tristeza, dúvida e medo, havia sentido intensamente as emoções de forma que elas já não cabiam mais dentro de si. Ia se despedindo das emoções negativas, das emoções positivas, e abrindo as portas para novas emoções chegarem. Tudo o que sabia era que ficar em negação não era a resposta que buscava. Os dias pareciam que nunca iam chegar ao fim, mas finalmente se sentia livre do fantasma do outro.

Teorias do Jornalismo: Teoria do Espelho

Influenciada pela invenção da fotografia, a Teoria do Espelho relatava que a realidade é reproduzida por meio da imagem, sem intervenções subjetivas. Seguindo o modelo positivista, a teoria é a favor da racionalidade. A falta de subjetividade nas fotografias também é um assunto bastante criticado, inclusive pelo filósofo e semiólogo francês Roland Barthes. A fotografia tenta retratar a realidade, assim como a notícia, mas não é a realidade em si. De acordo com a Teoria do Espelho, o fotojornalismo deve, assim como o jornalismo, representar a realidade, mas na prática não é o que acontece. Por exemplo, por meio dos critérios de noticiabilidade do fotojornalismo, algumas fotografias são publicadas e outras não, além das fotomontagens, das fotos posadas e atualmente, por meio das manipulações digitais, que muitas vezes são tão bem produzidas que é impossível discernir o que foi ou não manipulado.

A subjetividade é ora implícita, ora explícita, presente nas notícias. A falta de uma leitura crítica faz com que os receptores acabem sendo influenciados pela opinião do jornalista. Um bom exercício para refutar a Teoria do Espelho pode ser feito diariamente por meio da leitura crítica de diferentes veículos de comunicação, principalmente quando são notícias sobre política. Se a teoria prega a representação da realidade, de forma imparcial, por que diferentes publicações jornalísticas dão diferentes enfoques para suas notícias, muitas vezes, deixando claro com suas ideologias se são contra ou a favor de determinado acontecimento.

Questiona-se o atual papel do jornalista. Com os avanços tecnológicos e a enorme quantidade de informações disponíveis na rede, muitos jornais além de publicarem os releases, acabam reproduzindo notícias de outros jornais. Nos debates da área sobre o jornalismo aborda-se que se o jornalista antes era um mero reprodutor da realidade, agora este poderá tornar-se um mero gatekeeper. A seleção de notícias é fundamental, mas será que o papel do jornalista será cumprido somente na função de editor?


Reproduzir as informações e selecioná-las, premissas de teorias que poderiam ser mais completas se relacionadas entre si e com outras teorias jornalísticas, mas que separadas parecem ser insuficientes para descrever uma atividade tão importante para a sociedade e para a democracia, como o jornalismo.

Mais debates e reflexões na área das teorias jornalísticas são necessários. Entender a importância da elaboração de teorias, como as do Espelho e do Gatekeeper, que são as mais antigas e estão com seus conceitos limitados, fará com que o jornalismo deixe de ser pensado somente como um modelo reprodutivo e seletivo, características marcantes das duas teorias abordadas. A maioria dos jornalistas acaba fazendo parte de um sistema que não têm a mínima idéia de suas origens e funcionalidades, um sistema que futuramente poderá até ser substituído por máquinas, já que em grande parte do tempo está isento da reflexão e pensamento crítico. Em uma época em que o jornalismo é uma indústria, o que diferencia os jornalistas de máquinas, quando estes se comportam como seres robóticos, automatizados, com funções óbvias e “pré-definidas”?

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