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Destaques

A difícil arte de encerrar ciclos

A difícil arte de encerrar ciclos. Ciclos que já não funcionavam. Às vezes, não importa o quanto você tente, as coisas simplesmente não vão funcionar. Então, você decide que não quer para o seu próximo ano, as mesmas coisas que aguentou no ano passado e atual, você deseja mudanças. Só que falar em mudanças é fácil. Difícil é colocar em prática. Ver você se dando conta de que é capaz de coisas que antes sequer imaginaria. Deixar alguém para trás. Deixar alguém que não faz parte mais do seu presente. Deixar alguém que não faz parte dos pensamentos no futuro. Deixar alguém. Ia encerrando ciclo após ciclo, na esperança de ter um ano mais leve, sem repetições dos mesmos erros. Ia só então se dando conta de que o amanhã poderia ser mais leve quando se realmente deixava pra trás o que estava pesando e parasse de ignorar. Não, algumas coisas deveriam ser encaradas de frente.  *Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo . Autor do livro de terror  Escrita Maldita , p ublicado na Am...

Teorias do Jornalismo: Teoria do Espelho

Influenciada pela invenção da fotografia, a Teoria do Espelho relatava que a realidade é reproduzida por meio da imagem, sem intervenções subjetivas. Seguindo o modelo positivista, a teoria é a favor da racionalidade. A falta de subjetividade nas fotografias também é um assunto bastante criticado, inclusive pelo filósofo e semiólogo francês Roland Barthes. A fotografia tenta retratar a realidade, assim como a notícia, mas não é a realidade em si. De acordo com a Teoria do Espelho, o fotojornalismo deve, assim como o jornalismo, representar a realidade, mas na prática não é o que acontece. Por exemplo, por meio dos critérios de noticiabilidade do fotojornalismo, algumas fotografias são publicadas e outras não, além das fotomontagens, das fotos posadas e atualmente, por meio das manipulações digitais, que muitas vezes são tão bem produzidas que é impossível discernir o que foi ou não manipulado.

A subjetividade é ora implícita, ora explícita, presente nas notícias. A falta de uma leitura crítica faz com que os receptores acabem sendo influenciados pela opinião do jornalista. Um bom exercício para refutar a Teoria do Espelho pode ser feito diariamente por meio da leitura crítica de diferentes veículos de comunicação, principalmente quando são notícias sobre política. Se a teoria prega a representação da realidade, de forma imparcial, por que diferentes publicações jornalísticas dão diferentes enfoques para suas notícias, muitas vezes, deixando claro com suas ideologias se são contra ou a favor de determinado acontecimento.

Questiona-se o atual papel do jornalista. Com os avanços tecnológicos e a enorme quantidade de informações disponíveis na rede, muitos jornais além de publicarem os releases, acabam reproduzindo notícias de outros jornais. Nos debates da área sobre o jornalismo aborda-se que se o jornalista antes era um mero reprodutor da realidade, agora este poderá tornar-se um mero gatekeeper. A seleção de notícias é fundamental, mas será que o papel do jornalista será cumprido somente na função de editor?


Reproduzir as informações e selecioná-las, premissas de teorias que poderiam ser mais completas se relacionadas entre si e com outras teorias jornalísticas, mas que separadas parecem ser insuficientes para descrever uma atividade tão importante para a sociedade e para a democracia, como o jornalismo.

Mais debates e reflexões na área das teorias jornalísticas são necessários. Entender a importância da elaboração de teorias, como as do Espelho e do Gatekeeper, que são as mais antigas e estão com seus conceitos limitados, fará com que o jornalismo deixe de ser pensado somente como um modelo reprodutivo e seletivo, características marcantes das duas teorias abordadas. A maioria dos jornalistas acaba fazendo parte de um sistema que não têm a mínima idéia de suas origens e funcionalidades, um sistema que futuramente poderá até ser substituído por máquinas, já que em grande parte do tempo está isento da reflexão e pensamento crítico. Em uma época em que o jornalismo é uma indústria, o que diferencia os jornalistas de máquinas, quando estes se comportam como seres robóticos, automatizados, com funções óbvias e “pré-definidas”?

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