As estrelas continuavam brilhando no céu, mas não conseguia alcançá-las. Havia encontrado uma estrela tão brilhante, mas quando tentou aproximar a visão, percebeu que ela já estava ao lado de outra estrela. Entre a surpresa e o choque, logo tentou se esquecer do que havia visto: era a única coisa que restava a fazer. A empolgação inicial de encontrar estrelas dera espaço a uma certa preguiça misturada à letargia. Sabia que elas estavam em algum lugar, bastava o tempo certo para que elas aparecessem, mas já não se sentia tão confiante em sua busca e pensara que ter ficado preso o suficiente em outros formatos estava atrapalhando seus êxitos. Queria uma estrela que servisse como uma musa, algo praticamente impossível de encontrar, mas que sabia que estava ali em algum lugar esperando por ele. Talvez as expectativas fossem altas e irreais, mas depois de se queimar e gelar pela realidade era tudo o que precisava. Estrelas, novas, brilhantes, estrelas que ainda não haviam tocado seu coração...
Este é o quinto vídeo no meu canal do YouTube de livros relacionados aos fenômenos paranormais. Diferente das outras indicações de leitura, o livro Paranormalidade, do Richard Wiseman, tem uma pegada mais cética. A obra foi publicada pela editora BestSeller no Brasil, em 2017, com tradução de Fatima Santos.
Este é o 27º vídeo para o canal do YouTube do blog, que neste mês de agosto completa um ano. Passou voando! Confesso que estou achando bacana a possibilidade de produzir conteúdo para formatos diferentes. Minha preferência sempre foi e sempre será o texto, mas faz parte da vida se adaptar, levando em conta que assim como existe um público que gosta de ler, existe quem prefira consumir vídeos. Independente dos formatos e das plataformas, meu objetivo sempre foi compartilhar minha paixão pela leitura e ajudar a levar mais informações sobre este universo.
Assista ao vídeo sobre o livro Paranormalidade (Richard Wiseman):
O que eu acho mais bacana nestes livros sobre fenômenos paranormais é que os diferentes autores retratam casos parecidos a partir de perspectivas bem diferentes. Por exemplo, enquanto o Richard Wiseman tem um olhar cético sobre a psicografia, o Guy Lyon Playfair, autor do livro 1977: Enfield, pesquisou a vida do médium brasileiro Chico Xavier – ambos autores são pesquisadores de fenômenos paranormais. Mesmo questionando completamente a possibilidade de fenômeno espiritual, por exemplo, o Guy Lyon Playfair testemunhou junto com outras pessoas vários acontecimentos estranhos em Enfield e reconhece que há coisas bem difíceis de explicar pela ciência, mas que algum dia podem ser desvendadas. Já para o Richard Wiseman, esses fenômenos poderiam estar relacionados ao poder da sugestão e às ondas de baixa frequência, entre outras questões físicas.
O Richard Wiseman faz parte do grupo de pesquisadores céticos que acredita que fenômenos paranormais têm explicações lógicas, diferente dos que acreditam em alguma origem espiritual, como os investigadores Ed e Lorraine Warren. Esse contraste de pontos de vista é bem interessante, especialmente porque meu próximo livro de terror deve retratar essa temática sobrenatural e a ideia vai ser brincar com essas linhas entre o ceticismo e a crença. Conectando os livros mais uma vez, em Exorcismo, o livro que reconta a história de um dos casos mais populares de possessão e exorcismo, acreditavam que a origem dos seus problemas teriam começado por causa da tábua de Ouija, instrumento usado para a comunicação com os espíritos. O demonologista Ed Warren e a clarividente Lorraine Warren afirmam em suas obras a importância de se tomar cuidado com objetos usados para a conjuração.
Independente do que acreditamos e das origens desses fenômenos estranhos, eles continuam acontecendo pelo mundo todo e as explicações ainda não são tão satisfatórias. Quando há manipulação por causa de charlatanismo, não é tão difícil ficar do lado de pesquisadores céticos, como o Richard Wiseman, mas nem sempre é o que acontece diante desses casos que vêm sido documentados durante séculos. As conclusões do Richard quase sempre se relacionam às coincidências e nem sempre são suficientes.
Mesmo que esses fenômenos sejam físicos e uma combinação de como nossos cérebros reagem diante dessas mudanças, mesmo os cientistas céticos estão bem longe de entenderem completamente o que acontece, por que pessoas presenciam objetos movendo sozinho, o que é responsável pelas chuvas de pedras, por que alguns objetos pegam fogo misteriosamente e os diferentes fenômenos que são conhecidos como poltergeist, sem falar nos casos em que a possessão acaba se relacionando com esses diferentes acontecimentos, quando nem mesmo profissionais da saúde conseguem encontrar explicações para os pacientes.
Um dos meus pontos favoritos do livro Paranormalidade é quando o autor fala sobre lavagem cerebral. Apesar de reconhecer que há coisas que a ciência não tem respostas, sabemos que existem muitas pessoas exploram outras pessoas: seja emocionalmente ou usando para arrancar dinheiro delas. As religiões e as crenças carregam um lado sombrio, o da manipulação seja com base no medo, fragilidade emocional e/ou se aproveitando da ignorância, especialmente de pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades e privilégios de educação.
Richard Wiseman cita um caso marcante de lavagem cerebral dos Estados Unidos. Jim Jones fundou uma seita e levou mais de 900 pessoas a cometerem suicídio. A história serviu de inspiração para o filme de terror The Veil (O Véu). Na obra, o pesquisador revela quais foram as estratégias adotados por Jim Jones para manipularem as pessoas e ensina como os leitores podem se proteger e questionar quando estão diante de manipuladores.
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Para quem gosta de ficar por dentro das minhas leituras, no momento estou lendo o livro Another Day (a continuação de Todo Dia), do David Levithan, publicado pela Alfred A. Knopf (Random House Children's Books / Penguin Random House LLC) e o livro Serial Killers: Louco ou Cruel?, da escritora brasileira Ilana Casoy, publicado pela editora DarkSide Books.
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