Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do
Autismo: Campanha contra charlatanismo, tratamentos perigosos e falta de apoio
Tenho colegas jornalistas/escritores/blogueiros e até mesmo autistas que ignoram problemas sérios. Estou fazendo campanha contra o charlatanismo e tratamentos falsos/perigosos/proibidos de autismo – alguns levam até à morte –, mas muita gente prefere ignorar.
Tão importante quanto discutir o letramento, é falar sobre o analfabetismo científico e como influencia no crescimento da pseudociência no Brasil
Campanha contra o charlatanismo e tratamentos falsos/perigosos que alegam tratar/curar o autismo no Facebook: http://bit.ly/CharlanFB
Autismo, charlatanismo e tratamentos controversos/falsos/sem evidências científicas:
Os Falsos Profetas do Autismo: Ciência Ruim, Medicina Arriscada e a Procura pela Cura: https://amzn.to/2Dh8Fc1
Hoje vou postar um Rant porque sim... A quantidade de autores e colegas que já ajudei nos últimos anos, não dá para contar. Gente que sempre me procura quando precisa de uma mãozinha, pesquisas e informações para trabalhos acadêmicos e/ou divulgação gratuita (entre inúmeros favores). Muita gente 'chora por ajuda', mas poucos ajudam. A vida é um eco e sempre devolve o que a gente oferece.
Sei como ser bom, mas também sei como ser justo.
“Os escritores não estão aqui para se conformarem. Estamos aqui para desafiar. Não estamos aqui para nos sentirmos confortáveis - estamos aqui, realmente, para agitar as coisas. Esse é o nosso trabalho”– Jeanette Winterson
E aos charlatões, além de ser muita negligência o que vocês fazem e jogo baixo ao enganar pais desesperados e pessoas sem muito conhecimento sobre a área de saúde, vocês foram avisados várias vezes que eu não seria silenciado.
O conhecimento liberta. Espero que as pessoas que estão sendo enganadas busquem justiça. 🐍⚖️
Digo mais, este trabalho de conscientização deveria estar sendo feito por órgãos públicos de saúde (ANVISA), associações de autismo, médicos e profissionais da área de saúde, não por mim, uma pessoa no espectro autista. É muito descaso e vista grossa.
“Queria viver no mundo cor de rosa de muitos daqueles que preferem fechar os olhos e têm essa opção, enquanto crianças autistas são violentadas e morrem por causa de informações falsas da área de saúde”– Ben Oliveira
Como muitas pessoas com Síndrome de Asperger, não suporto mentiras, injustiça e antiética e como escritor e jornalista, é minha obrigação relatar o que ainda acontece no Brasil: alguns dos tratamentos foram desmentidos há mais de dez anos, mas ainda são praticados por profissionais.
Muitos profissionais usam pesquisas inconclusivas/derrubadas da área de saúde para manipular familiares de autistas. É também papel da mídia o de informar corretamente a população e prevenir que mais mortes sejam provocadas por charlatanismo.
Estamos em 2019 e as pesquisas falsas sobre a relação entre autismo e vacinas foram desmentidas há anos, mas ainda há pessoas que se negam a aceitar a realidade. O autismo é uma condição neurobiológica e embora não saibam as causas certas, algumas pesquisas já revelam que a condição pode ter influência genética, assim como o TDAH.
O silenciamento sobre tratamentos falsos e controversos faz com que outras pessoas com poucos conhecimentos científicos sejam enganadas por profissionais antiéticos. As informações falsas se espalham com velocidade e nem todo mundo consegue se conscientizar disso antes que seja tarde demais. Há muitos casos que deveriam ser investigados por médicos, Conselho Federal de Medicina, Conselho Federal de Psicologia e Conselho Federal de Nutrição; outros por assistentes sociais e organizações de direitos humanos, quando envolve tratamentos invasivos e desumanizados.
Basta uma rápida pesquisa no Google para descobrir que vários dos supostos tratamentos foram alertados por órgãos de saúde de vários países e até mesmo organizações de autismo – um trabalho que não tem sido realizado no Brasil, como deveria. A quantidade de notícias falsas sobre Miracle Mineral Solution no Twitter é gritante. Falta fiscalização nas redes sociais. Fake news de saúde pode levar à morte. Imagina o que acontece nos grupos fechados de Facebook e Whatsapp?
“[Aceitação] significa que pais e outros aceitam e amam a criança autista como outro ser humano, e isso significa aceitar que a busca por uma cura milagrosa provavelmente não será útil para seu filho autista, para qualquer outra criança que ela possa ter, ou de fato, para si mesmos”– Michael Fitzpatrick, autor do livro Derrotando o Autismo: Um delírio prejudicial
Alguns profissionais de saúde envolvidos com MMS (produto perigoso e proibido) falam abertamente na internet que usam o produto..Olhos abertos. Depois que perder licença ou coisa pior, não adianta chorar. Para quem está se perguntando: MMS é uma substância tóxica que queima e pode provocar a morte. Várias pessoas já morreram. Isso dá processo e até mesmo prisão.
Lista de tratamentos falsos/sem comprovação científica/ que alguns profissionais alegam curar o autismo:
1) Quelação 2) Ozonioterapia 3) Homeopatia 4) Oxigenioterapia 5) Dietas restritivas (remoção do glúten se a pessoa não tem alergia ou intolerância) 6) Terapia com células-tronco 7) MMS 8) Castração química 9) Cura Quântica
“Depois de anos de “suplementos”, dietas restritivas e terapias “não convencionais” (muitos para listar), nossos meninos melhoraram, mas estavam longe de serem curados [...] Entrei no remédio "alternativo" até o pescoço e saí de novo, mais pobre, mas mais sábio. Agora percebo que a coisa que os praticantes “alternativos” estão realmente vendendo é a esperança - geralmente a falsa esperança - e a esperança é uma coisa muito sedutora para aqueles que a perderam” – James R. Laidler, médico e pai de dois autistas revela seu envolvimento com tratamentos falsos
Confira a imagem da Abraça – Associação Brasileira para Ação por Direitos da Pessoa com Autismo. Tema da campanha é "Sou autista: Tenho direito ao meu próprio corpo!":
Confira um trecho Entrevista com Dr. Stephen Barrett, fundador do Quackwatch (um site que alerta as pessoas sobre tratamentos falsos e charlatanismo):
Existem abordagens charlatãs para prevenir e tratar praticamente tudo. Não sei de nenhuma estatística comparativa publicada. No entanto, é claro que a porcentagem de famílias com uma criança com autismo que foram significativamente vitimadas é muito alta e que muitas delas estão envolvidas em ações legais e políticas que são muito caras para a nossa sociedade.
Durante os últimos anos, os ativistas anti-vacinais têm causado problemas não só para as famílias de crianças com autismo, mas também para os pais em geral.
Grande parte do problema é alimentada e facilitada por uma pequena rede de médicos mal orientados, sem cuja participação os piores tipos de exploração - como a terapia de quelação - não seriam predominantes.
Existem várias lições a serem aprendidas:
1) Charlatões nunca dormem;
2) A maioria das pessoas não vê o charlatanismo como uma ameaça séria;
3) A maioria dos profissionais está muito ocupada (ou muito nervosa de ser atacada) para se envolver;
4) Infelizmente, a Internet possibilita que qualquer pessoa divulgue informações erradas.
Tratamentos falsos levantados pela Westminster Comission on Autism:
Terapia de cristal, velas de ouvido, vitaminas, intervenção espiritual, aromaterapia, quelação, suco e dieta, oxigênio hiperbárico terapia, exorcismo, transplante de células-tronco, terapia de exposição (incluindo tapas), rerum, acupuntura, terapia DAN (autismo derrota agora), MMS (água sanitária), terebintina e muitos mais.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
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