Relaxar era tão importante quanto ficar atento aos sinais de crise. Era um exercício diário. Muito mais fácil na teoria do que na prática. Um exercício de confiar que quem está ao redor saberá reconhecer no tempo certo a necessidade de ajuda. Então, por que mesmo sabendo disso, o corpo e a mente continuavam em alerta? Talvez pelo passado. Talvez por saber que o imprevisível poderia causar danos irreparáveis. Talvez pela dificuldade de aceitar que nem tudo pode ser controlado. Ia, então, se soltando um pouco a cada dia. Se distanciando de sua versão em alerta e voltando a se focar naquela que seria capaz de relaxar, sem deixar cada pequena mudança do dia incomodá-lo. Por mais que tentasse prever o futuro, a verdade era que algumas coisas não poderiam ser previstas. Era necessário confiar no aqui e agora, na noção de que conseguiria pedir ajuda se fosse preciso e que ficar o tempo inteiro esperando uma crise acontecer não ajudava ninguém. Era ao sair do modo de sobrevivência que se ...
História do Autismo: Conhecer erros do passado e não repeti-los no presente
Não conhecer a história é sempre perigoso. O que algumas pessoas não sabem: autistas eram isolados da sociedade, alguns eram esterilizados e tinham diagnósticos errados, como esquizofrenia.
Alguns médicos recomendavam aos pais o afastamento, pois algumas famílias tinham vergonha; outros mentiam dizendo que seria melhor para a criança crescer isolada (mesmo sem ter evidência científica).
Muita gente precisa ler sobre a história do autismo. Não dá para entender o presente ignorando o passado, ou argumentar sem ter base do que está falando.
O que muita gente não sabe: coisas assim ainda acontecem em muitos lugares (diagnósticos errados, isolamento etc.). Pais são enganados por profissionais desatualizados e/ou até mesmo gente sem formação.
Quando não conhecemos o passado, a história pode se repetir no presente e no futuro.
Confira dois trechos do livro Outra Sintonia: A História do Autismo, escrito pelos jornalistas John Donvan e Caren Zucker:
“As pessoas com menos capacidade mental eram consideradas uma ameaça à sociedade, e justificavam-se medidas extremas para eliminar essa ameaça. Isso não era mera teoria e estava longe de ser benigno [...] Havia se empenhado em propor que crianças como ele não mereciam nascer [...] A eugenia – derivada de uma combinação de outras ciências relativamente novas como a antropologia, a zoologia, a genética e a psicometria – abriu a possibilidade de purgar a podridão e a impureza da linhagem da humanidade”.
“Se Kanner tivesse razão e o autismo sempre tiver existido, essas histórias do passado insinuam algumas experiências de vida desagradáveis para aqueles que [...] passaram a existência sem ser diagnosticados. Se, no século XVII, ainda queimavam e enforcavam os epilépticos como bruxos [...] Se o mutismo era confundido com demência, muito provavelmente os mudos com autismo hão de ter sido candidatos às várias instituições da Europa, entre as quais figuravam uma torre na muralha da cidade de Hamburgo, na qual os dementes ficavam presos num espaço conhecido como a Jaula dos Idiotas” Conheça melhor sobre a história do autismo. Leia Outra Sintonia: https://amzn.to/2KCzbCM
Em breve falarei mais do livro. Já dei várias recomendações de leitura e dicas sobre como se proteger, mas é preciso ter interesse de se atualizar!
Outra leitura relacionada: Holocausto Brasileiro: Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil: https://amzn.to/2XhANDr
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*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
Outras indicações de leitura sobre autismo e saúde mental: