Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...
Dia do Autismo: Meus dez centavos sobre conscientização do espectro autista
Hoje é Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Meus dez centavos. ♾🌈
1) O azul reforça o mito de mais meninos e homens no espectro. Sabe-se que há uma falha gritante de diagnósticos em meninas e mulheres no espectro autista. Elas aprendem a se camuflar melhor do que meninos. Não vou entrar na questão dos LGBTQ ou vai dar nó na cabeça de vocês. Quanto mais identidades, mais camuflagem. Muitos autistas adultos preferem o espectro colorido, representando a diversidade (espectro autista e questões identitárias).
2) Nenhum autista é igual ao outro. Nenhum neurotípico é. O preconceito e a desinformação fazem as pessoas acharem que por conhecer um autista, elas sabem como todos são. É preciso estar bem desinformado para pensar assim. O espectro autista é muito diverso, tanto em questões sensoriais, facilidades e dificuldades, comorbidades etc. Frases que irritam autistas: “Conheço um autista. Você não pode ser. É completamente diferente”. Essa frase incomoda quando vem de leigos, imagina quando vem de profissionais desatualizados?
3) A maioria dos problemas sobre autismo, especialmente no Brasil, passa pelas faltas de leitura e de reciclagem. Muitas informações erradas e até falsas espalhadas pela mídia, jornalistas que entrevistam profissionais desatualizados ou não especializados em TEA, pouco destaque para a visão dos autistas (social) e muito destaque para a visão médica. O autismo não é um bicho de sete cabeças e não precisa ser tratado como tabu. Estamos em 2019.
4) Por causa das falhas de diagnósticos e profissionais sem experiência/vivência com autistas, muitas pessoas estranham quando adultos se descobrem no espectro autista e presumem que eles estão inventando, especialmente quando eles se aceitam como são. Isso diz muito sobre o desconhecimento do autismo e problemas que acontecem pelo mundo: falhas de diagnósticos, profissionais sem capacitação, pessoas que desconhecem completamente o que é autismo, nem vou entrar na questão da camuflagem (o Brasil está anos atrasado).
Para hoje, desejo mais leitura e atualização sobre Autismo para todos, mais conhecimento na área da saúde e educação, menos tabu e preconceitos.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
Leituras sobre meninas/mulheres no espectro autista e autismo:
Olá Ben, eu gostaria muito de desabafar com alguém com bastante conhecimento sobre autismo. Eu muitas vezes possuo pensamentos repetitivos muito fortes algumas vezes (umas das únicas características que provam q eu tenho asperger) que tentam me enquadrar em um esteriótipo de autista que não tem nada a haver comigo. Sou uma pessoa bastante extrovertida (sério, ano passado eu falava com ao menos uma pessoa de cada sala do meu colégio), expressionista (vários amigos, colegas e até professores já me perguntaram se eu já pensei em ser ator) e super empática e sociável, apesar de na primeira infância eu ter tido muitas dificuldades de sociabilidade. Nunca tive problemas com expressões faciais e tenho até ´´facilidade´´ de mentir (Já tive uma fase sincericídio, mas claro que tem autistas que são assim por natureza). Apesar do meu fortíssimo hiperfoco (No caso, por novelas. Coisa de lembrar até a data e a quantidade de capitulos q cada novela teve Mas tbm tenho outros interesses como séries e vídeos do youtube.), do aparecimento de alguns pensamentos ´´chicletes´´,do pensamento bem acelerado e do fato de algumas vezes não entender uma ironia ou não entender que uma pergunta foi retórica, sou totalmente fora do rótulo do aspie (até minha psicóloga falou isso). Por isso acho que colocar pessoas em caixinhas (ainda mais autistas) é algo bastante cruel e desumano. Enfim, era isso q eu queria desabafar.
Texto maravilhoso!
ResponderExcluirMuito obrigado pela leitura! ♥
ExcluirOlá Ben, eu gostaria muito de desabafar com alguém com bastante conhecimento sobre autismo. Eu muitas vezes possuo pensamentos repetitivos muito fortes algumas vezes (umas das únicas características que provam q eu tenho asperger) que tentam me enquadrar em um esteriótipo de autista que não tem nada a haver comigo. Sou uma pessoa bastante extrovertida (sério, ano passado eu falava com ao menos uma pessoa de cada sala do meu colégio), expressionista (vários amigos, colegas e até professores já me perguntaram se eu já pensei em ser ator) e super empática e sociável, apesar de na primeira infância eu ter tido muitas dificuldades de sociabilidade. Nunca tive problemas com expressões faciais e tenho até ´´facilidade´´ de mentir (Já tive uma fase sincericídio, mas claro que tem autistas que são assim por natureza). Apesar do meu fortíssimo hiperfoco (No caso, por novelas. Coisa de lembrar até a data e a quantidade de capitulos q cada novela teve Mas tbm tenho outros interesses como séries e vídeos do youtube.), do aparecimento de alguns pensamentos ´´chicletes´´,do pensamento bem acelerado e do fato de algumas vezes não entender uma ironia ou não entender que uma pergunta foi retórica, sou totalmente fora do rótulo do aspie (até minha psicóloga falou isso). Por isso acho que colocar pessoas em caixinhas (ainda mais autistas) é algo bastante cruel e desumano. Enfim, era isso q eu queria desabafar.
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