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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Nazifascismo em tempos digitais e o problema da tolerância com o intolerante

O título é longo (Como Derrotar O Turbotecnomachonazifascismo) e pode afastar muita gente, mas é o conteúdo que importa. Quando sua leitura da vez combina com o Brasil atual e com o dia, no qual manifestações pedindo Fora Bolsonaro e impeachment acontecem por inúmeras cidades do país e pelo mundo.

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Neste livro, Márcia Tiburi exploda como o cinismo, a desinformação (fake news), o ódio e tantas outras estratégias são usadas por políticos como Trump e Bolsonaro para manipular a população, bem como as ferramentas digitais servem como suporte (uso de bots, disparos de mensagens, ataques coordenados). 

Marcia Tiburi cita também outros políticos como Viktor Orbán, Narendra Modi, Vladimir Putin, Rodrigo Duterte e outros que usam discursos nacionalistas e repletos de violência e agressividade às diferenças como instrumento digital de lavagem cerebral.

“É evidente que devemos entender as estratégias ilícitas das campanhas ininterruptas promovidas por esses personagens que são hoje figuras populistas, ou até mesmo tirânicas, no poder em seu país. Esses políticos populistas tirânicos-fascistoides governam pelas redes sociais, por atos políticos digitais, como se governar fosse fazer mera campanha eleitoral. Populismo significa produção de inimizade política, mas também mistificação e adulação das massas, que se tornam autoritárias ao seguir o líder com o qual se identificam cegamente, a partir de vínculos produzidos pelas mídias e pela propaganda no domínio do psicopoder administrado” Marcia Tiburi, Como Derrotar O Turbotecnomachonazifascismo

A era dos absurdos não é aleatória, tampouco simplesmente personalidade de Bolsonaro: por trás das bobagens diárias cometidas por ele, se escondem estratégias de manipulação. 

Um país em transe não consegue acordar: a Pandemia, todos erros e ações intencionais para atrasar a vacinação no país serviram para quebrar o feitiço na parcela que ainda acreditava nele. 

Enquanto para outros, desde antes das eleições, Bolsonaro nunca foi opção e todo esse caos causado por ele já era esperado.

Leia também: Fascismo à Brasileira: Livro do jornalista Pedro Doria fala da influência de Mussolini no Brasil 

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Neste dia 19 de junho, de manifestações Fora Bolsonaro pelo Brasil, há uma parcela de jornalistas atentos à cobertura da imprensa. Na última manifestação do dia 29 de maio, muitos jornais não cobriram como deveriam e o evento histórico acabou tendo mais destaque por jornais independentes e pela mídia internacional. 

Chega a ser assombroso como muitos jornalistas conseguem fazer parte deste circo do Bolsonaro, especialmente quando ele ataca com frequência a imprensa nas redes sociais. Depois que algumas informações foram divulgadas pela CPI da Pandemia, ficou evidente que falta transparência e ética para alguns admitirem que estavam sendo pagos pelo político.

Também faz parte desse jogo de manipulação, autoritarismo e tentativa de flertar com o nazifascismo confundir: muitos brasileiros são incapazes de distinguir o que é fake news ou real, qual jornal está contando a verdade e qual está fazendo propaganda política disfarçada de jornalismo. Por isso, além de transparência, mais do que nunca é importante investir em educação midiática. 

Quando as plataformas digitais se tornam um terreno para proliferação, cabe ao usuário, aos intermediários e aos jornais que publicam discursos contextualizar as informações. Parece que após anos sendo usada indiretamente e em alguns casos, diretamente, como uma extensão do bolsonarismo, muitos profissionais acordaram sobre o perigo. O trabalho de checagem de fatos tem se mostrado mais relevante do que nunca.

Na última sexta-feira, por exemplo, 18 de junho, dois médicos que defendem tratamento precoce (sem comprovação científica) estiveram presentes na CPI da Pandemia. Depois de vários erros cometidos por jornais, parece que alguns acordaram sobre a responsabilidade da informação correta em plena pandemia e de como abrir espaço para o duvidoso pode provocar danos e levar à morte. Muitos jornais se recusaram a transmitir ao vivo. 

Vale lembrar que os próprios senadores que estão investigando as omissões do Governo relacionadas ao incentivo de remédios sem comprovação científica contra Covid-19 se recusaram a participar. O senador Rogério Carvalho chegou a declarar no Twitter: “Parabéns à imprensa brasileira pela iniciativa de impedir que a desinformação entre na casa dos brasileiros com os depoimentos de hoje na CPI. O que os bolsonaristas chamam de obstrução, nós chamamos de proteção à vida”.

Vice-presidente da CPI da Pandemia, o senador Randolfe Rodrigues publicou em seu Twitter um trecho do Paradoxo da Tolerância, do filósofo austro-britânico Karl Popper. Esse pensamento é bastante circulado nas redes sociais como um lembrete sobre a importância de não dar espaço para ideias que possam levar a eliminação dos outros.

“Se estendermos tolerância ilimitada até mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra a investida dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância junto destes” – Karl Popper

O relator da CPI, senador Renan Calheiros criticou as falas públicas de Jair Bolsonaro defendendo Imunidade de Rebanho por contágio. “Só vacinas salvam e imunizam. Imunidade de rebanho por contágio, como novamente defendeu Bolsonaro ontem, é criminoso. Não dá mais para continuarmos a ver o chefe de governo escarnecer de vidas quando perdemos 500 mil brasileiros. Muitas perdas causadas por sua pulsão de morte”

Como inúmeras pessoas perguntaram por que ele, como relator, e outros senadores da oposição não quiseram acompanhar a sessão da CPI da Pandemia, Renan Calheiros compartilhou: “Sobre minha decisão de não inquirir quem defende a cloroquina como cura para a Covid 19: eu também não interrogaria um astrônomo sobre se a Terra é plana. É o mesmo critério”.

Na data em que o Brasil completou 500 mil mortes, a agência internacional de notícias Associated Press trouxe em destaque no seu site uma reportagem sobre como o país ainda estava discutindo remédios sem comprovação científica contra Covid-19, mesmo eles tendo sido não recomendados há meses por agências internacionais de saúde, mostrando como um presidente errado no poder pode causar danos irreparáveis à sociedade.

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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