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Destaques

Sem talvez

Não havia talvez quando se tratava de pôr a própria saúde mental em primeiro lugar, especialmente quando o outro a estava negligenciando. Não havia talvez para continuar sustentando um relacionamento que não ia para frente, no qual o outro se negava a se responsabilizar e se colocava constantemente no papel de vítima. Não havia talvez quando você havia se transformado em uma espécie de terapeuta que tinha que ficar ouvindo reclamações e problemas constantes, se sentindo completamente drenado após cada interação. Já não havia espaço para o talvez. Talvez as coisas seriam diferentes se o outro tivesse o mesmo cuidado com a saúde mental que você tem. Talvez a fase ruim iria passar um dia. Talvez a pessoa ia parar de se pôr como vítima e começar a se responsabilizar. Eram muitos talvez que não tinha mais paciência para esperar. Então, não, já havia aguentado mais do que o suficiente. Não era responsável por lidar com os problemas do outro. Não era responsável por tentar levar leveza diante...

Teorias do Jornalismo: Teoria dos Definidores Primários

Quem são os responsáveis pela manipulação das notícias? De acordo com a Teoria dos Definidores de Opinião ou Definidores Primários esta responsabilidade não é somente do jornalista, mas também de fontes privilegiadas, como as oficiais, que tem certo poder na construção das notícias e da pressão exercida dentro das redações. Procurados pela credibilidade, as fontes oficiais podem utilizar os jornalistas como um meio ou instrumento (por isto, instrumentalista) para atingirem os seus objetivos. Os jornalistas são considerados engrenagens de um sistema capitalista, mas também são influenciados pelas rotinas nas redações para a produção das notícias. Afinal, por que definidores primários? São considerados definidores primários, pois essas fontes são as primeiras a serem procuradas pelos jornalistas para falarem a respeito de determinado assunto, devido à sua legitimidade e influência.


Para os teóricos da Teoria dos Definidores Primários, as fontes promovem acontecimentos, e se já foram passivos diante da relação com a mídia e na produção de notícias, atualmente são pró-ativos. Existem fontes que inclusive passam por um treinamento de mídia, conhecido como media trainning, para aprenderem a como se comunicar melhor e lidar com a imprensa. Seguindo a lógica de Nelson Traquina, que procura explicar através das teorias porque as notícias são como são, poderíamos dizer que na Teoria dos Definidores de Opinião: “as notícias são como são porque as fontes privilegiadas decidem o formato e o conteúdo delas”.

Felipe Pena explica em seu livro ‘Teorias do Jornalismo’ que as fontes primárias não fazem parte da maioria da população, são pessoas com conhecimento, autoridades no assunto ou representantes das factualidades sociais. Na área de economia os definidores primários são visualizados com facilidade, já que como lembra o autor, o que é dito por autoridades, ministros e especialistas são transformados em notícias econômicas para os diversos meios de comunicação.

As Teorias dos Definidores Primários e do Agendamento mostram uma falha bastante comum no jornalismo: quando um jornalista entrevista uma autoridade sobre determinado assunto, este publica uma notícia sem nem mesmo confirmá-la com outras fontes, pois foi dito por alguém que realmente entende do assunto, como conseqüência, temos a população como receptora desta informação que é influenciada pelo que foi divulgado, de forma negativa ou positiva. Não é porque algo foi dito por uma fonte oficial que a informação é necessariamente verdadeira, sabemos da influência que ocorre, principalmente em épocas de eleições. Portanto, é essencial que as informações sejam apuradas, por mais que tenham sido ditas por especialistas, para que no final, a influência seja benéfica para a sociedade.

Jogos de poder e influência acontecem entre a mídia, população e Governo. Ora a sociedade é influenciada pela mídia, ora a mídia é influenciada pelo Governo com suas fontes oficiais e também pelas fontes oficiosas, os famosos especialistas que dão credibilidade às notícias, que conseqüentemente influenciam novamente a sociedade.

Seja um instrumento ou funções que fazem parte de um processo, aprendemos com as Teorias do Agendamento e dos Definidores Primários que o jornalismo influencia e é influenciado pelas relações de poder. A sociedade, como parte deste processo, que aliás é uma das mais afetadas, merece que o jornalismo cumpra com suas funções e aproveite sua influência de forma produtiva. Conscientes da influência das fontes e de como podem influenciar a população, os jornalistas podem e devem ser mais críticos e intelectuais.

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