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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

A importância da gratidão e de valorizar o tempo e a energia do outro

Há exatamente um ano, o Blog do Ben Oliveira bateu a marca de 1 milhão de visualizações. Desde então, muitas coisas aconteceram. Na época eu tinha encerrado parcerias com as outras editoras brasileiras e estava mantendo só com a DarkSide Books, minha queridinha quando se tratam de livros de terror e fantasia. E este ano, para poder me focar mais nos meus próprios projetos de escrita, estratégias de marketing e sobrevivência – para quem não sabe, além de blogueiro literário, sou escritor –, acabei não tentando a renovação de parceria e tem sido um desafio e tanto, já que eles publicam um livro bom atrás do outro e de forma genuína, sem segundas intenções, vez ou outra, continuo dando o meu apoio, já que tenho uma afinidade grande com a temática publicada por eles (e, obviamente, eles devem ter um vodu meu que me fazem sentir vontade de compartilhar os irresistíveis lançamentos de livros com os outros).


Ter um blog literário é uma atividade transformadora na vida de quem pensa em se tornar autor profissional. Você fica por dentro de muitas coisas que acontecem no mercado editorial, os pontos positivos e negativos, os problemas de autores com editoras e empresas prestadoras de serviço e vice-versa (qualquer dia publicarei um texto aqui no blog sobre os diferentes tipos de editoras e as diferenças do nosso mercado em relação ao mercado internacional), a qualidade do que é produzido (projetos gráficos, revisão, tradução, edição) e um dos pontos fundamentais para quem quer aprender a construir melhor sua própria marca: o marketing pessoal, afinal, hoje em dia, independente da forma de publicação escolhida (tradicional, prestadoras de serviço, independente e/ou por demanda), o escritor que deseja obter sucesso com a venda de livros, precisa ter no mínimo noções de marketing.

Sou grato por cada oportunidade que cruzou o meu caminho. Foi algo que me ensinou a desenvolver autoconfiança e aprender a dizer não para práticas que eu não concordo e me levou ao caminho da publicação independente. Todo relacionamento é uma via de mão dupla e é importante que haja essa troca para que ele funcione de forma equilibrada. Manter um blog literário é algo que exige muito tempo e energia e, infelizmente, não é tão valorizado no país, como blogs de outros nichos: moda, maquiagem, tecnologia, relacionamentos e tantos outros que possibilitam aos blogueiros ganharem dinheiro. Quando um blogueiro se dispõe a escrever uma resenha de livro para um autor ou uma editora, ele só não parou para escrever sua visão do que leu, interpretou e absorveu, mas também tirou um tempo da sua vida para ler e organizar as ideias. Quem vê material publicado não imagina o tempo que levou para ser produzido – cada blogueiro tem sua própria rotina, diferentes formas de estruturação, mas no geral todos levam muito mais tempo do que as pessoas imaginam. Por isso é tão importante que autores e editoras valorizem o relacionamento com produtores de conteúdo, não só blogueiros, mas também youtubers. São atividades que, muitas vezes, são feitas por boa vontade, sem segundas intenções.


Do desequilíbrio de muitos relacionamentos, aprendi como me relacionar como autor com outros produtores de conteúdo e não repetir muitos erros que vejo por aí. Até o momento não fechei parcerias por acreditar que é importante que haja reciprocidade e por esperar comentários orgânicos sobre os meus livros Escrita Maldita e O Círculo e têm dado certo. Claro que eu planejo algum dia fechar parcerias com outros blogueiros literários, mas acho importante ressaltar essa necessidade de respeitar o tempo e a energia do outro, especialmente quando é algo que não está sendo pago. É preciso que haja uma sintonia entre blogueiro e parceiro, caso contrário, o produtor se sente cada vez mais pressionado seja pelas cobranças e prazos ou pela dificuldade de conciliar o próprio blog com outras atividades.

Ter encerrado parcerias no blog não significa que vou parar de escrever textos e indicações de outros livros, só que preciso me focar em mim também e nos meus propósitos. Até o momento, já publiquei mais de 20 entrevistas com autores e centenas de resenhas de livros nacionais e estrangeiros. A proposta é também começar a gravar mais vídeos, já que houve uma queda no interesse das pessoas por blogs e popularização da mídia audiovisual até no universo dos livros, além de estar me aventurando também pela criação de conteúdo visual em infográficos – falta tempo para fazer tudo, por isso acho tão necessário valorizar quem se dispõe a doar o seu tempo para qualquer propósito (desde que bem intencionado).

Tive sorte da maioria de parcerias serem recíprocas e pude aprender muito com algumas delas, que tratam com bastante respeito os produtores de conteúdo e dão apoio com dúvidas e compartilhamentos, afinal, quando um post é produzido por causa da parceria, pressupõe-se que haverá um apoio de quem foi firmou esse contrato ainda que informal. E como acontece com todo relacionamento desequilibrado, cabe ao blogueiro tomar a decisão de querer continuar ou não, quando é algo que está favorecendo só um dos lados – o que é bem comum, pois poucas editoras investem em um setor de marketing comprometido por organizar e cuidar destes relacionamentos e muitos autores precisam fazer tudo, então, estão tão atolados em trabalho, que o máximo que conseguem fazer é cobrar os prazos, para garantir que o livro não foi enviado por alguém que não vai ler (muitas vezes o livro sai do bolso do próprio autor ou assim como acontece com qualquer outro meio, existem produtores de conteúdo sérios e existem aqueles que se aventuram no terreno das parcerias somente para ganhar livros de graça). Assim como o próprio escritor precisa ter discernimento e fazer escolhas conscientes quando percebe intenções ruins de outros autores. Infelizmente, em um meio de egos e difícil para o autor nacional se destacar, sem querer ou intencionalmente, muita gente acaba se tornando tóxica ou só vampirizando energias. Muitos querem um favorzinho, poucos estão dispostos a fazer um favorzinho pelo outro ou só lembram de você quando precisam de apoio, mas quando você precisou a pessoa desapareceu. Não importa se você é blogueiro literário ou escritor, ou quem sabe os dois, é preciso saber valorizar o seu próprio tempo, energia e bem-estar e dizer não quando necessário. Aliás, é bom ficar sempre atento quanto coisas que te faziam bem, começam a te fazer mal e respeitar os próprios limites.

Um dos problemas do nosso tempo: estar tão acostumado com gente com segundas intenções, que a gente se segura até para elogiar, com receio de que a pessoa acredite que estamos querendo algo em troca. 

E é tão gostoso quando rola uma sintonia com diferentes autores, blogueiros e produtores de conteúdo. Diferentes pessoas com propósitos parecidos, como compartilhar sua paixão pela leitura, incentivar que mais brasileiros comecem a ler e correr atrás dos seus próprios sonhos, mesmo com tantos desafios pelo caminho. Esses relacionamentos se tornam melhores quando há uma mudança de postura e as pessoas são vistas através de um viés mais humanizado. Quando alguém se dispõe a ler um livro meu, por exemplo, sou grato pelos minutos e horas que esta pessoa usou da vida dela para se dedicar a algo que eu produzi, muitas vezes com muito esforço e sacrifícios. É reconhecer que apesar de a sua jornada ter sido árdua e dos inúmeros processos que você passou até chegar quem é agora, o outro também está com suas próprias lutas diárias. Muitos autores, por exemplo, ficam incomodados com a falta de feedback do leitor, como se de alguma forma eles fossem obrigados. Faz diferença? Claro, mas é também importante respeitar que cada um reage e interage de maneira diferente com a leitura e que está tudo bem. Não quer dizer que o autor não possa entrar em contato e perguntar se o leitor pode deixar um comentário, mas que ele precisa estar preparado para receber um não e não levar para o lado pessoal, assim como é importante desapegar de críticas negativas. Recentemente, por exemplo, vi que um leitor deixou um comentário de uma estrela para o livro A Menina Submersa e é um dos meus livros favoritos dos últimos anos, pura arte pós-moderna, recheada de referências e além de muitas vezes não rolar afinidade com a temática e diferentes gostos pessoais, também acontece a dificuldade de intertextualidade e de ler as entrelinhas ou até mesmo rola imaturidade por parte de alguns autores e leitores que se envolvem em confusões nos grupos e começam a dar uma estrela nos livros que eles não leram, sem imaginar o quanto isso pode atrapalhar. Quando vemos livros de escritores que admiramos também estão sujeitos às resenhas negativas, o que nos faz pensar que nunca poderia acontecer o mesmo com nós, autores?


O poder da gratidão move o autor, a editora, o leitor, o blogueiro, o youtuber, a internet. Já parou para pensar quantas coisas só acontecem por causa do apoio de outro? É tão bom quando rola uma conexão saudável. Esta madrugada, por exemplo, passei traduzindo e legendando um vídeo do canal do blog no Youtube. Fiquei muito feliz, quando vi que dois autores internacionais (Caitlin R. Kiernand e Keith Donohue) citados no vídeo interagiram com o tweet. São pequenas interações que fazem a diferença e que só foram possíveis por causa da legenda ou não entenderiam nada. Além da possibilidade de abrir portas, já que o mercado daqui ainda é muito fechado para autores nacionais e temos uma demanda maior por publicações de livros internacionais do que brasileiros, esta nova fase de manter um blog em português e em inglês veio com esta proposta de poder interagir com outras pessoas que eu admiro e sou grato de forma que eles entendam minhas palavras, bem como conhecer gente nova. Assim como autor independente, blogueiro e produtor de conteúdo, eu teria muito mais dificuldade de realizar as minhas atividades sem os milhares de fotógrafos que disponibilizam imagens para uso livre (pessoal e/ou comercial). Tento retribuir através de conteúdos de qualidade ou disponibilizando histórias para leitura gratuita no Wattpad – é importante que todo mundo ganhe dinheiro fazendo o que gosta, mas que também existam pessoas dispostas a doar algumas coisas para que as coisas continuem girando. Quem acha que blogueiro literário tira muito dinheiro com blog ou booktubers com seus canais no Youtube, por exemplo, está bem enganado. Muitos não ganham o suficiente nem para pagar o café do dia a dia e apostam nisso por que é o que eles gostam de fazer. Quando alguém produz conteúdo orgânico para a internet não deixa de ser uma forma de doação, além de ser útil de alguma forma para outras pessoas, ajudando com a divulgação de informações sobre o universo da literatura, dando voz para novos autores e editoras e ajudando a oxigenar e a movimentar as estruturas. Se ao longo desses oito anos eu já pensei em apagar o blog várias vezes? Acredito que todo blogueiro passa por essas crises e enquanto alguns decidem enterrar de vez, outros permanecem apostando nas suas ideias. No final, mesmo com tantas pedras no caminho, não há gratidão maior do que receber mensagens de leitores que focaram tocados de alguma forma por suas palavras. Se você chegou até o final do texto, saiba que sou grato!



Post em inglês: 10 Dark Themed and Horror Books that I loved to read 

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e do livro de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1), disponível no Wattpad.

Comentários

  1. Oi Ben, tudo bem? Só verdades né? O mercado brasileiro pende para muitas coisas e muito pouco para outras...realmente eu fico impressionada como blogs de moda e make tem um alcance tão absurdo que chega a movimentar milhões....não que não precisamos dessas coisas, mas precisamos alimentar o espírito também. A gente espera que chegue o dia que quem trabalhe com literatura seja um pouco mais valorizado, eu realmente espero....não apenas os autores que vendem muito, mas os que estão começando também, pois todos merecem seu lugar ao sol. Porém infelizmente por aqui muita gente ainda só pensa no "toma lá, dá cá", acha que blogueiro literário só tá aí para ganhar livros, como se fosse pouco o tempo dedicado a "retribuir" aquele livro "de graça" que ganhou - nada é de graça nessa vida! Mas vai explicar isso pro povo!
    Gosto muito da sua postura sensível de entender como o tempo do outro é importante, também acho, eu fico tão feliz quando comento em qualquer lugar e a pessoa dá um retorno, que mostre o quanto ela ficou feliz, isso é muito bom.
    Eu te desejo um bom trabalho, pois sorte é para quem não batalha...que suas aspirações e sonhos se tornem realidade <3
    bjs e um ótimo post esse seu!

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    Respostas
    1. Oi, Renata! Muito obrigado pela visita ♥ Bom te ver por aqui. Acredito que valorizar o conteúdo é muito bom e é bacana quando rola uma troca na parceria, faz toda diferença, até para manter o produtor de conteúdo estimulado a continuar fazendo o que gosta. Complicado é quando o blogueiro ou youtuber leva horas para fazer algo que muitos vezes nem é visto ou compartilhado por quem fechou a parceria, dando aquela sensação de que foi um tempo que poderia ter sido gasto fazendo outra coisa. O único jeito das coisas melhorarem como um todo é por meio da valorização.
      Gratidão por tirar um tempo para ler o texto e comentar!
      Beijos

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