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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

MMS: Falsas curas de autismo e a responsabilidade de remover livros e conteúdos

Após a comemoração da comunidade autista internacional de que a Amazon teria removido alguns livros que sugerem a cura do autismo, segundo o site Disability Scoop, pela segunda vez no ano, a empresa removeu mais obras que fazem menção à cura não só de autismo, mas de outras condições.


Para quem está por fora do que está acontecendo, existem pais e familiares de autistas que fazem tratamentos perigosos e sem nenhuma comprovação científica por causa de livros que foram publicados e jamais deveriam ter sido editados, afinal, são materiais que podem prejudicar e até mesmo matar pessoas no espectro autista.

Produtos como o MMS, proibido pela Anvisa e por instituições reguladoras de vários países, estão sendo comercializados ilegalmente no Brasil e em diversas partes do mundo.

Delegado pede que pais não tenham medo de denunciar quem vende MMS

As empresas precisam se responsabilizar mais por quem está vendendo esses produtos. É um absurdo os usuários terem que denunciar manualmente em uma época com tanta tecnologia e algoritmos. As empresas poderiam filtrar e barrar a entrada desses produtos em lojas de comércio eletrônico. Seria o ideal, mas não é o que acontece e muita gente lucra vendendo kits de MMS e materiais ensinando como usar.

Qual é a importância da remoção de livros que abordam curas de autismo? 


Não importa quantas campanhas de conscientização sejam feitas, as pessoas sempre preferem acreditar no que elas querem: logo, quem está passando as informações corretas, passa a ser visto como mentiroso.

Mas não só só os livros sobre curas de autismo, existem inúmeros vídeos de pessoas ensinando como usar e/ou recomendando o produto. O trabalho de remoção de conteúdos que ensinam tratamentos controversos precisa ser feito de modo coletivo: não adianta uma só empresa remover os livros, se as outras continuarem vendendo; o mesmo com artigos, vídeos e demais produtos midiáticos que reforçam essas narrativas de pseudotratamentos fatais.

A alta procura pelos pseudotratamentos de autismo só existe por causa das crenças. Basta entender o básico do assunto para saber que o autismo é uma condição neurobiológica para a vida e não é considerada doença, logo não existe cura, mas ainda assim, existem familiares que acreditam no que leem na internet e/ou ouvem outras pessoas falando.


Internet: receitas milagrosas podem levar à morte

O charlatanismo sempre existiu e provavelmente sempre existirá, mas precisamos lembrar que não se trata só de custos financeiros e, muitas vezes, pessoas abandonam tratamentos sérios. Existem pessoas que sofrem consequências, como sequelas e mortes.

Imagine como o desenvolvimento de um autista pode ficar comprometido se o pai abandonar terapias e substituir pelo uso de produtos como o MMS?


Como essas alertas são feitos primeiro em outros países, levam anos até que algumas coisas aconteçam no Brasil. Se não fosse por um esforço coletivo de autistas, familiares de autistas e profissionais da saúde, as coisas estariam piores do que estão hoje: ainda há muitas pessoas consumindo e comercializando o MMS no país e usando grupos fechados do Facebook para compartilhar 'experiências de cura'.

Iludidos por propaganda enganosa, pais dão substância parecida com água sanitária a filhos com autismo

Não basta que o produto seja proibido se o trabalho de fiscalização é bem fraco. Muitas pessoas compraram uma briga contra o MMS, mesmo não sendo nossas responsabilidades. Quanto aos profissionais da saúde, incluindo médicos, existe um dever ético de alertar os pais, não é algo excepcional. O brasileiro precisa parar de tratar o mínimo esperado como se fosse exceção.

Estamos em 2019 e é vergonhoso que de lá pra cá, após tantas brigas, só agora o Brasil esteja levando a sério a remoção do MMS. Mas não é uma culpa exclusiva nossa; como podemos perceber, mesmo livrarias e lojas internacionais ainda vendem livros que incentivam tratamentos falsos, ainda que tenham sido proibidos há anos pela FDA.

Reitero a necessidade não só de lojas que vendem livros, como também de empresas de redes sociais, como o Facebook, Twitter, Instagram e YouTube de entrarem nessa luta. Não adianta jornalistas, autistas, familiares de autistas e profissionais se posicionarem a respeito de tratamentos falsos de autismo, se sempre existirão aqueles que defenderão, mesmo sendo algo proibido.

Se cada um fizer sua parte, teremos menos pessoas inocentes sendo enganadas e menos autistas sofrendo por causa de um milagre perigoso (MMS) que nunca funcionou e nunca funcionará.


Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica


Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.


Charlatanismo

Art. 283. Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Leia também:

Fake News de Saúde e Autismo: 10 Desafios de Combater o Charlatanismo

Fake news de saúde: Epidemia e a responsabilidade dos jornalistas

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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