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Pandemia: 500 mil mortes depois e ainda na luta contra a desinformação
Minha primeira foto de máscara. Tenho abordado a Pandemia na internet desde o início. Para quem não me acompanha desde antes, recomecei nas redes sociais, mas meu blog continuou.
Na época, ainda morava em Blumenau (SC) que fez parte dessa catástrofe sanitária e ficou responsável por um dos episódios mais deprimentes da história, de reabertura do shopping ao som de Titanic e um monte de pessoas do grupo de risco ansiosas para ir às compras.
Na época, não tínhamos tantas cepas do vírus e o vírus não era tão mortal e já era um show de horrores esses comportamentos.
Não é segredo que o Sul do Brasil flerta com o nazifascismo e foi uma das regiões que mais votou em Bolsonaro. Uma região onde ainda existem redutos repulsivos neonazistas e fazem vista grossa.
Para quem já havia lutado contra desinformação científica em 2019, na luta contra tratamentos falsos de autismo, a pandemia e os tratamentos falsos para Covid-19 foram a cereja do bolo.
Impossível não se emocionar com o editorial histórico que o Jornal Nacional fez hoje sobre as 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Destaco aqui um trecho:
"Quando nos perguntarem o que fizemos para evitar essa tragédia, cada um de nós terá sua resposta. A imensa maioria poderá dizer com orgulho que fez sua parte e mais um pouco."
"Estamos ao lado da ciência e seguiremos em frente” – Bonner e Renata
Além de lamentar por todas vidas perdidas na pandemia, a pergunta que ecoa na mente daqueles que lutam diariamente contra a desinformação científica propagada pelo Bolsonaro, alguns de seus apoiadores e pessoas negacionistas é: quantas vidas poderiam ter sido salvas? Quantas pessoas ainda estariam vivas se não tivessem se recusado a respeitar as orientações sanitárias? Quantas pessoas estariam vivas se o governo Bolsonaro tivesse aceitado as primeiras ofertas de vacinas na época em que foram oferecidas?
Números são frios e nem sempre traduzem a realidade. Enquanto muitos brasileiros estão indignados com as descobertas da CPI da Pandemia e pedem o impeachment do Bolsonaro, há uma parcela da população que está apática e ouve os números de mortos e simplesmente não consegue processar a relação entre o que está acontecendo e o que não foi feito por negacionismo, omissão e intenção.
Os senadores CPI da Pandemia divulgaram uma nota pública sobre a marca das 500 mil mortes. Assinam a nota: Omar Aziz (Presidente CPI), Randolfe Rodrigues (Vice Presidente ), Renan Calheiros (Relator), Tasso Jereissati, Otto Alencar, Eduardo Braga, Humberto Costa, Alessandro Vieira, Rogério Carvalho e Eliziane Gama.
“Nessa data dolorosamente trágica, quando o Brasil contabiliza 500 mil mortes, desejamos transmitir nossos mais profundos sentimentos ao País.Temos consciência que nenhuma palavra é suficiente para consolar e superar a dor das perdas de nossas famílias. São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos. Meio milhão de vidas que poderiam ter sido poupadas, com bom-senso, escolhas acertadas e respeito à ciência.
Asseguramos que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens”.
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