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Destaques

Scoop: Jornalistas da BBC e uma entrevista polêmica com príncipe Andrew

Quando um escândalo internacional envolvendo a Família Real estoura, uma jornalista tenta ser a primeira a conseguir uma resposta do príncipe Andrew para a BBC. Scoop é um filme de 2024 sem grandes surpresas para quem acompanhou a cobertura midiática da época, que mostra a importância do jornalismo não se silenciar quando se faz relevante. Um caso que havia sido noticiado há nove anos sobre a amizade de Andrew e Jeffrey Epstein estoura com a prisão do milionário e suicídio. Enquanto jornais de diferentes partes do mundo fizeram cobertura, o silêncio de príncipe Andrew no Reino Unido incomoda a equipe de jornalismo, que tenta persuadi-lo a dar uma entrevista. Enquanto obtém autorização para fazer a entrevista, a equipe de jornalismo mergulha nas informações que a Família Real não gostaria que fossem divulgadas sobre as jovens que faziam parte do esquema de tráfico sexual e as vezes em que príncipe Andrew estava no avião particular de Epstein. O filme foca mais na equipe de jornalismo do

Pandemia: 500 mil mortes depois e ainda na luta contra a desinformação

Minha primeira foto de máscara. Tenho abordado a Pandemia na internet desde o início. Para quem não me acompanha desde antes, recomecei nas redes sociais, mas meu blog continuou.

Na época, ainda morava em Blumenau (SC) que fez parte dessa catástrofe sanitária e ficou responsável por um dos episódios mais deprimentes da história, de reabertura do shopping ao som de Titanic e um monte de pessoas do grupo de risco ansiosas para ir às compras.

Na época, não tínhamos tantas cepas do vírus e o vírus não era tão mortal e já era um show de horrores esses comportamentos.

Não é segredo que o Sul do Brasil flerta com o nazifascismo e foi uma das regiões que mais votou em Bolsonaro. Uma região onde ainda existem redutos repulsivos neonazistas e fazem vista grossa.

Para quem já havia lutado contra desinformação científica em 2019, na luta contra tratamentos falsos de autismo, a pandemia e os tratamentos falsos para Covid-19 foram a cereja do bolo.

Impossível não se emocionar com o editorial histórico que o Jornal Nacional fez hoje sobre as 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Destaco aqui um trecho:

"Quando nos perguntarem o que fizemos para evitar essa tragédia, cada um de nós terá sua resposta. A imensa maioria poderá dizer com orgulho que fez sua parte e mais um pouco."

"Estamos ao lado da ciência e seguiremos em frente”  Bonner e Renata

Além de lamentar por todas vidas perdidas na pandemia, a pergunta que ecoa na mente daqueles que lutam diariamente contra a desinformação científica propagada pelo Bolsonaro, alguns de seus apoiadores e pessoas negacionistas é: quantas vidas poderiam ter sido salvas? Quantas pessoas ainda estariam vivas se não tivessem se recusado a respeitar as orientações sanitárias? Quantas pessoas estariam vivas se o governo Bolsonaro tivesse aceitado as primeiras ofertas de vacinas na época em que foram oferecidas? 

Números são frios e nem sempre traduzem a realidade. Enquanto muitos brasileiros estão indignados com as descobertas da CPI da Pandemia e pedem o impeachment do Bolsonaro, há uma parcela da população que está apática e ouve os números de mortos e simplesmente não consegue processar a relação entre o que está acontecendo e o que não foi feito por negacionismo, omissão e intenção. 

Os senadores CPI da Pandemia divulgaram uma nota pública sobre a marca das 500 mil mortes. Assinam a nota: Omar Aziz (Presidente CPI), Randolfe Rodrigues (Vice Presidente ), Renan Calheiros (Relator), Tasso Jereissati, Otto Alencar, Eduardo Braga, Humberto Costa, Alessandro Vieira, Rogério Carvalho e Eliziane Gama.

“Nessa data dolorosamente trágica, quando o Brasil contabiliza 500 mil mortes, desejamos transmitir nossos mais profundos sentimentos ao País.Temos consciência que nenhuma palavra é suficiente para consolar e superar a dor das perdas de nossas famílias. São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos. Meio milhão de vidas que poderiam ter sido poupadas, com bom-senso, escolhas acertadas e respeito à ciência.

Asseguramos  que os responsáveis pagarão por seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios e os genocídios não se apagam, nem prescrevem. Eles se eternizam e, antes  da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens”.

Vivemos em tempos preocupantes, pois muita gente ainda não entendeu os riscos de eleger alguém sem empatia, sem compromisso com vidas humanas, sem respeito às leis e à democracia. Para alguns, quando acordar deste transe, talvez seja tarde demais para reconhecer que ninguém se elege sozinho e que diante de fatos abomináveis, não dá para ficar indiferente. Para outros que nunca votaram no Bolsonaro, resta aguardar o dia em que esse pesadelo vai acabar.

Fake news de saúde matam. Não se tratam de mentiras ingênuas ou por ignorância, se tratam de uma estratégia arquitetada para causar o caos por meio de crenças duvidosas, ainda que elas tenham sido desmentidas inúmeras vezes. Prova disso é que tudo o que Bolsonaro ainda repete em seus discursos públicos já foram corrigidos tantas vezes e ele insiste em mentir, em um delírio de mostrar que está acima de tudo e todos. 

O teatro só convence seus apoiadores e por trás da sua suposta força e loucura, se escondem o desespero de um homem desprezível e rejeitado, incapaz de reconhecer os seus próprios erros ou de demonstrar empatia pelo sofrimento humano. As mesmas estratégias que ajudaram a elegê-lo serão aquelas que vão derrubá-los, pois a catarse libera o ser humano do ciclo de ódio alimentado por um psicopata incorrigível. 

Parabéns aos que lutam para combater a desinformação desse desGoverno que insistentemente usa de mentiras e fake news e acarretou a esse cenário devastador de mortes. Quem ainda não entendeu a gravidade do que está acontecendo no Brasil, talvez nem com muita terapia. Lavagem cerebral total.

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Pandemia: Twitter reúne jornalistas, profissionais de saúde e interessados no combate à desinformação 

Livro sobre psicopatas traz relatos de especialista em diagnósticos 

*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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