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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

Entrevista: Bia Machado, criadora da Caligo Editora

Criada em 2013, em Campo Grande (MS), por Bia Machado, a Caligo Editora tem conquistado seu espaço no mercado editorial e no coração dos leitores. Até o momento, a editora possui duas publicações de qualidade literária: Antologia de Contos Fantásticos – !, com textos de Fantasia de vários escritores e O Sincronicídio, um romance do escritor Fabio Shiva, uma história recheada de referências literárias, suspense, filosofia, romance policial, erotismo e ficção científica.

Bia Machado, Escritora e Criadora da Caligo EditoraNeste semestre, serão lançados mais quatro livros: um voltado ao público infantojuvenil da própria Bia Machado, uma coletânea de contos com a participação de vários autores, um livro de poemas do poeta Thiago da Silva Prada e um romance de suspense do escritor Fernando de Abreu Barreto. O evento acontecerá em São Paulo, no final de agosto

Na entrevista exclusiva para o Blog do Ben Oliveira, a editora, escritora e professora, Bia Machado contou sobre a Caligo, seus desafios no meio editorial, próximos lançamentos e finalizou com algumas dicas para escritores iniciantes.

Confira abaixo a entrevista com a fundadora da Caligo Editora, Bia Machado:

Ben Oliveira: De onde surgiu a ideia de fundar a Caligo Editora?

Bia Machado: Surgiu da minha vontade de criar um negócio próprio fazendo algo que eu gostasse, além da dificuldade de publicação que notei haver no mercado editorial brasileiro: as grandes editoras buscam muito mais os autores estrangeiros, ou nacionais já consagrados. Não sobra muito espaço para os bons autores iniciantes. Eu, que sou professora concursada, pensava em criar um negócio para quando quisesse deixar de trabalhar ao menos um período em sala de aula. Comecei a planejar isso em 2009, mas somente em 2012 resolvi colocar a mão na massa e, no primeiro trimestre de 2013 a editora estava formalizada. Só que ainda trabalho dois períodos na escola e continuarei com essa rotina até alcançar uma estabilidade maior com a editora.

Ben Oliveira: Quais são as vantagens e desvantagens da editora estar localizada em Campo Grande (MS)?

Bia Machado: Infelizmente, não vejo nenhuma vantagem até agora. Há dificuldade na distribuição, no custo do frete, no imposto, até mesmo no público, a maioria dos compradores dos livros da Caligo é do eixo Rio-SP, em segundo lugar vêm os leitores do sul do país. Mesmo assim, não cobramos frete dentro do Brasil e, se cobrarmos qualquer taxa para envio, sempre colocaremos um valor único nacional. Já ouvi explicação de distribuidora dizendo que não poderia aceitar livros da Caligo por estarmos fora dos grandes centros, seja lá o que isso queira dizer.

Ben Oliveira: Qual é a importância de valorizar e investir nos autores nacionais?

Bia Machado: É importante porque o Brasil tem muita, muita coisa boa no que se refere à literatura, a livros em geral, muitos escritores ótimos, que não devem nada aos estrangeiros. São tão bons quanto, ou até melhores. Tem muito escritor desconhecido, às vezes publicando em blogs, em sites de publicação, nas redes sociais, que merecia ter seus textos editados, merecendo até mais do que muitos que estão sendo publicados. É só procurar e selecionar, que encontra, sim.

Ben Oliveira: A Caligo nasceu com dois livros que acertaram em cheio. A antologia “!” de Contos Fantásticos e o romance O Sincronicídio. Os dois livros conseguem equilibrar qualidade literária e comercial. Como foi a decisão de publicá-los?

Bia Machado: O primeiro livro que decidi publicar foi a Antologia “!”. Na época, em 2012, eu e os outros autores que dela participam escrevíamos na comunidade “Contos Fantásticos”, do Orkut. Todo mês havia um tema e quem quisesse, postava o conto para ser comentado. Havia votação e um escolhido. Depois de dois anos surgiu a ideia de pegar dois textos de cada autor que já tinha vencido ao menos em um tema para compor uma antologia e oferecermos para a editora. Primeiro selecionamos os textos a serem revisados. Quando essa etapa terminou, o Rubem, que era o dono da comunidade, disse que ia fazer contato com editoras para ver se surgia o interesse de alguma delas pela publicação. Foi bem na época em que resolvi começar a mexer com a editora e fiz a proposta, da antologia ser uma das primeiras publicações da editora, e para minha alegria todos aceitaram.  Era para ser a primeira, mas não é fácil lidar com 34 contos, de 17 autores diferentes, uma antologia assim com tanta gente dá muito mais trabalho do que um romance do tipo do Sincronicídio. O livro do Fabio acabou passando na frente porque já estava quase pronto e ele veio me perguntar o que achava de “certa” editora, se era confiável, pois ele estava pensando em publicar, e acabei oferecendo para ele a publicação pela Caligo. Fiquei muito feliz, fazia mais ou menos uns dois anos que eu tinha lido o livro dele como beta reader, e lido na tela do computador, coisa ainda mais difícil de eu fazer, pois não gostava muito de ler dessa forma, pra mim tão desconfortável. Acabamos trabalhando com os dois quase simultaneamente, mas o livro do Fabio foi lançado em agosto de 2013 e a antologia três meses depois, em novembro.

Livros de Ficção da Caligo Editora


Ben Oliveira: Neste semestre, você publicará um livro infantil pela Caligo. Como está sendo esta experiência de ser editora e escritora ao mesmo tempo?

Bia Machado: Na verdade classifico como infantojuvenil, a partir de nove, dez anos. Não que leitores abaixo dessa idade não possam ler, mas o livro parte de um conto que escrevi para adultos, mas que vários alunos meus leram e gostaram bastante. Sobre ser editora e escritora ao mesmo tempo, isso já aconteceu até mesmo antes de eu abrir a Caligo, pois meu primeiro livro de contos, independente, lançado em 2011, foi editado sob demanda e eu tive que fazer tudo: revisão, capa (!), sinopse, diagramação... Foram apenas algumas cópias, para “tornar físicos” os contos que eu tinha publicado em várias comunidades e sites. Na antologia “!” eu também participo com dois contos, então não deixei de ser escritora, ainda bem, mas confesso que é muito complicado, pois não posso ficar escolhendo entre ser editora e autora, mas é certo que o trabalho editorial é prioridade, veja que só depois de mais de um ano de editora é que pude começar a publicar os meus livros solo. Conheço pessoas do fandom, do mercado editoria brasileiro que dizem que se um autor publica pela sua própria editora não dá para atestar a qualidade dele. Mas se a editora é a minha vida, é por ela que eu trabalho, pela construção do nome dela que eu estou fazendo tudo o que estou fazendo, ainda devagar, que lógica teria eu publicar por outra editora? Meus livros só não sairão pela Caligo se um dia a Caligo não existir mais, e é claro que eu vou tentar fazer com que ela permaneça ao máximo no mercado, de alguma forma.

Ben Oliveira: A pressão é maior na hora de escrever e analisar o próprio texto ou você prefere confiar em outro profissional para avaliar o seu material?

Bia Machado: Sim, sempre peço para outras pessoas lerem meus textos, sejam contos ou textos maiores. Sou muito crítica com o que escrevo, então sei que minha opinião na hora de publicar o que eu escrevo não vale muito, pois se depender dessa minha criticidade, não publico nada, rsss...

Ben Oliveira: Além de escrever ficção e resolver as questões da editora, você é professora, casada e mãe. Como faz para organizar o seu tempo para que não atrapalhe o seu processo criativo?

Bia Machado: Meu processo criativo é complicado. Não consigo dizer para mim mesma: “Vou escrever sempre uma hora por dia” porque não adianta. Bem, primeiro eu tenho a certeza de que preciso ser a Bianca mãe e esposa acima de qualquer coisa, pois são questões que requerem minha atenção, em se tratando de pessoas que amo, que estão ao meu lado no dia-a-dia, de seres que estão em formação e eu preciso ajudar de todas as formas possíveis. Depois, igualmente tenho minhas responsabilidades de editora e professora, porque gosto das duas coisas, aliás eu não sou de trabalhar em um serviço do qual não goste. Se não gosto, parto para outra coisa, sem pensar duas vezes, sempre fui assim. O que ajuda é que tenho a seguinte relação com a escrita: quando surge uma ideia, fico arquitetando tudo mentalmente, criando tudo apenas na minha imaginação. Procuro lembrar, ler ou reler textos sobre essa ideia, para acrescentar mais caraminhola ainda, rs. Filmes e séries também, se possível, já que eu tenho assistido a pouquíssimas películas, confesso. Quando sinto que preciso passar para o papel tudo isso, é que começo a escrever. Até por ter feito diferente em outras épocas. Houve um tempo em que surgia a ideia e eu já começava a escrever e aos poucos comecei a “amontoar” arquivos e mais arquivos aqui no HD do computador, com contos pela metade, primeiros capítulos de livros que talvez eu nunca venha a escrever... E tenho percebido que funciona e é nítida a diferença. Quando escrevo sem “amadurecer” a ideia, ainda que eu goste do que escrevi, meu texto atinge bem menos os leitores.

Ben Oliveira: Uma das maneiras de melhorar a escrita literária é lendo muito. Qual é a sua relação com a leitura? Qual foi o último livro que você leu?

Bia Machado: A leitura é fonte de aprendizado, mas é também meu descanso da realidade, um prazer do qual não abro mão e uma necessidade para mim, enquanto educadora (de filhas e de alunos). Sempre consigo achar um tempo para a leitura, mas infelizmente não posso ler o tanto que gostaria. Tenho conseguido uma média de leitura de 4 livros por mês, fora as leituras de consulta: livros sobre literatura, sobre técnicas de escrita, que eu consulto um ou outro capítulo quando vejo a necessidade disso. Leio vários livros ao mesmo tempo, de estilos diferentes, mas é comum eu priorizar um que termino bem antes dos outros. Gosto de escolher um livro para ler no tempinho que tenho após o almoço, antes de voltar para a escola, por exemplo, tem também o livro que leio algumas páginas antes de dormir, e outro, que posso ler a qualquer hora, quando der. O último terminado ainda foi em junho, Perto do Coração Selvagem, da Clarice Lispector. Esse mês ainda não terminei nenhum livro. Esse ano já consegui ler 33 livros, a minha média é por volta de 50 ao ano. Bem que eu gostaria de ler mais, rs, há tanto para ler!

Ben Oliveira: Quais são seus escritores favoritos? Por quê?

Bia Machado: Gosto de alguns escritores que me construíram enquanto leitora, lá na infância e na adolescência: Pedro Bandeira, Monteiro Lobato, Agatha Christie, Machado de Assis, Stephen King, Jorge Amado, Drummond. E hoje em dia tem autores aos quais também procuro porque gosto da narrativa deles, admiro a forma como escrevem ou escreveram e, claro, por isso mesmo também me influenciam: Carlos Ruiz Zafón, Edgar Allan Poe, Ray Bradbury, Bernardo Carvalho, Neil Gaiman, Valentina Silva Ferreira, Philip K. Dick.

Ben Oliveira: Como foi o feedback do concurso literário para selecionar textos para a coletânea RedRum: Contos de Crime e Morte?

Bia Machado: Foi muito bom. Na verdade, eu não pretendia abrir um edital para RedruM. Chamei todos os escritores que gostaria que participassem. Mas dois acabaram não conseguindo escrever, então acabei colocando o edital, tentando selecionar de um a três contos. Para essa quantidade, foram mais de cem contos enviados. Claro que muitos fora do padrão, mas deu pra selecionar vários textos e foi difícil escolher. De oito textos que chegamos na última “peneirada”, acabamos escolhendo três, mas com ideia de poder aproveitar os outros em mais uma, ou duas antologias. Após os lançamentos vamos analisar bem essa questão. Tenho ideia para duas antologias, mas não vou mexer com isso agora, só depois de setembro.

Ben Oliveira: No final de agosto, a editora lançará três títulos em São Paulo. O que abordam os livros “A Forma da Sombra” e “Os Céus de Van Gogh”?

Bia Machado: A Forma da Sombra, do Fernando de Abreu Barreto é uma história de suspense, de tensão psicológica e fora dos padrões, e isso foi o que me chamou a atenção. É a história de um homem com um questionamento existencial que o leva para um caminho estranho, perigoso, sem volta, e como ele vai lidar com isso, sem medir muito algumas consequências.  Quanto ao livro “Os Céus de Van Gogh”, são as primeiras poesias de Thiago da Silva Prada, que já nesses versos mostrou uma carga grande de filosofia, psicologia, as áreas em que ele se graduou e faz Mestrado. E já tem outro livro pronto dele, para 2015, dando continuidade a esse trabalho maravilhoso.

Ben Oliveira: Por que escolheu a capital paulista para o evento?

Bia Machado: Por ter mais contatos por lá com relação à comercialização dos livros. E até por questões operacionais mesmo: custo de passagem, hospedagem, e nisso entra até a questão de que lá poderei rever amigos com os quais só consigo ter contato pela internet, por conta da distância. O autor de Os Céus de Van Gogh, Thiago da Silva Prada, mora em São Paulo, e os autores dos outros livros concordaram, em grande maioria, com a ida a SP para o lançamento dos livros.

Ben Oliveira: A editora é relativamente nova e pequena comparada às grandes editoras. Quais dificuldades você tem enfrentado no mercado editorial?

Bia Machado: De distribuição e divulgação. Às vezes, porque estou fora do eixo Rio-SP, como já ouvi de uma distribuidora, às vezes por ter poucos livros no catálogo, e às vezes por não ter o dinheiro necessário para pagar a publicidade, que é bem cara, mais do que eu imaginava. Por enquanto, nossa propaganda é a qualidade do nosso trabalho, do texto dos autores publicados, que vai sendo elogiado e isso passa de leitor para leitor. Quem compra um livro nosso é porque tem realmente a curiosidade de ler seu conteúdo, não porque foi impelido pela mídia a comprar por estar sendo bombardeado por campanha de marketing.

Ben Oliveira: O meu blog é um dos parceiros da Caligo Editora, além de outros que passaram por um processo de seleção. Qual é a importância desta interação entre editora e blogueiros (que também são leitores)?

Bia Machado: É muito importante, principalmente no sentido da divulgação, o que é mais complicado no caso de pequenas editoras como a Caligo. Para mim, o blogueiro tem que mostrar que apoia o trabalho da editora porque tem afinidade com ele. Por isso, sempre friso que, mais importante que resenhas é a divulgação, o compartilhamento das notícias, dos posts da página da editora, do material que está sendo publicado, a capa, o book trailer e tudo mais. Entendo perfeitamente quando um blogueiro parceiro diz não ter conseguido levar a leitura dos dois livros já publicados adiante porque tenho plena consciência de que não são livros fáceis e ninguém é obrigado a gostar. Dá para perceber quando a pessoa “leu por cima”, quando está “só enfeitando pra fazer bonito”, quando está resenhando “por obrigação”. Então espero do blogueiro que ele goste do trabalho da editora, ainda que não goste de um livro ou outro. E quem não tem afinidade com esse trabalho, que procure as editoras com as quais tem, atitude perfeitamente compreensível. O que não dá para aceitar é a pessoa que assume o compromisso de divulgação do nosso trabalho e depois esquece que a editora existe.

Ben Oliveira: A Caligo está recebendo originais? Como os autores podem ter seus manuscritos analisados?

Bia Machado: No momento, não estamos recebendo originais. Podemos lançar poucos livros por ano ainda. Para 2015 já temos um romance, dois livros de contos, uma novela e um livro de não-ficção já confirmados, além dos ebooks que vamos colocar no mercado também. Fora outros três que estamos estudando se sairão em 2015 ou, talvez, em 2016. Acho que aos poucos a gente vai adequando, tendo possibilidade de publicar mais livros, mas eu me preocupo mais com a qualidade, admito. Se alguém me enviar um original eu posso até ler, mas não será minha prioridade, confesso, ainda mais se eu estiver em um período como esse, trabalhando para finalizar os livros para enviar para a gráfica.

Ben Oliveira: Quais características do livro (romance, contos ou poemas) são imprescindíveis para fazerem parte do catálogo da editora? 

Bia Machado: No começo a intenção era publicar literatura fantástica, livros de suspense e policial. Mas como tinha vontade de publicar outros gêneros, outros segmentos, posso dizer que aceito bons textos, que eu ache que valem a pena ser publicados, porque essa é a maior satisfação. Parafraseando Flaubert, “a Caligo sou eu”, então primeiro o texto tem que dizer algo a mim, não só como editora, mas também como leitora para que eu procure saber se outros leitores também se impressionam com o original. Sim, o texto tem que impressionar quem pode ser o seu público. Cada livro tem o seu público, e eu queria o da poesia, dos contos, da não ficção também...

Ben Oliveira: O blog da Caligo publica regularmente artigos relacionados à literatura e está precisando de novos colaboradores. O que é necessário para participar? 

Bia Machado: Temos os autores fixos, mas deixamos dois dias livres por mês para outros que queiram também colaborar e, quem tiver interesse, é só enviar um texto relacionado à literatura para caligo@caligoeditora.com.br. Não precisa ser inédito.

Loja Virtual da Caligo EditoraBen Oliveira: Onde os livros da Caligo Editora podem ser encontrados? 

Bia Machado: Por enquanto, direto na Loja da Caligo, na Livraria Virtual Estronho e na livraria física Letras e Livros, em Santa Rita do Sapucaí - MG. Como são apenas dois livros no catálogo ainda, muitas livrarias físicas não aceitam, algumas estipulam até o mínimo de cinco livros publicados para vender em consignação, então esperamos que após os lançamentos desse ano consigamos fechar parceria com editoras físicas.

Ben Oliveira: Para finalizar, quais dicas daria para escritores iniciantes e demais pessoas que desejem se aventurar no universo da escrita e produção editorial?

Bia Machado: Aos escritores iniciantes, que escrevam o que gostam, sem se importarem em seguir tendência ou modinha e sem “queimar etapas”. Sejam realistas, tendo a certeza de que o mercado editorial não é fácil, é muito complicado para esses iniciantes, e que a determinação deve caminhar junto com o aperfeiçoamento: ler muito, fazer cursos, ver filmes, séries, debater e, principalmente, escrever, escrever e escrever.

Aos que desejam entrar na área editorial, que estejam preparados para muitos desafios, e que as coisas não acontecem rapidamente, é um dia após o outro, mas claro, fazendo o que se gosta e procurando aprender cada vez mais, para melhorar e conseguir competir com grandes editoras. E, para se competir com grandes editoras o primeiro passo é ter a certeza de que se está colocando no mercado um ótimo livro, que não deve nada a grandes produções editoriais.

Seja escrevendo ou participando da produção editorial, é preciso ir mais pela satisfação do que pelo retorno financeiro.  E acho que isso vale para iniciantes e experientes escritores, e para pequenas e grandes editoras. Quando se faz com competência o que se gosta, esse tal retorno financeiro acabará vindo, isso é certo. Mas se a coisa é feita apenas visando lucro, ou sucesso, ou apenas “porque acha lindo”, aí é melhor procurar outra coisa pra fazer, porque não vai ser legal como poderia.

Comentários

  1. Excelente entrevista! Bia, a mesma Bia dos tempos de Orkut e comunidades literárias. Sucesso, amiga!

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    1. Sanderson, obrigado pela visita e comentário! Fico feliz que tenha gostado da entrevista. Deve ser maravilhoso acompanhar o trabalho feito pela Bia se desenvolvendo, principalmente você que a conhece de outros tempos.
      Abraços

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  2. Gostei da entrevista, Bia! Pouco a pouco a Caliga vai se tornando conhecido e, quando você menos esperar, estará recebendo um Jabuti!

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    1. Teresa, obrigado pela leitura e comentário!
      Creio que logo logo a Caligo vai se tornar mais conhecida mesmo, já que os livros têm qualidade literária (um ótimo diferencial) e são de autores nacionais.

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  3. Desculpe, errei ao digitar o nome da Editora. Corrigindo: Pouco a pouco a Caligo vai se tornando....

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  4. Parabéns pela ótima entrevista, Ben! Sou testemunha deste carinho especial que a Bia tem com os livros que produz e, principalmente, com os autores que publica. Além de ser uma escritora de mão cheia! Fazemos parte da mesma "geração orkut" e é de longa data que conheço, acompanho e admiro o trabalho dela. Parabéns! E sucesso sempre!
    Paz e Bem!

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    1. Obrigado pela visita! Me alegra saber que as pessoas estão gostando e que admiram o trabalho da Bia.
      Abraços!

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  5. Oi Ben. Muito legal essa entrevista com uma editora. Sempre é bom conhecer mais. E eles tem uma visão de mercado um pouco diferente dos autores. então é muito legal conhecer. Adorei. Gostei muito do que ela falou sobre as parcerias, veio bem a calhar, já que falamos sobre isso esses dias não é mesmo? Parabéns pela entrevista, pela parceria e sucesso a Caligo. Abraços
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

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    1. Olá, Gih! Realmente, editoras e autores têm visões diferentes do mercado, por isso é importante para nós, escritores, conhecermos. Principalmente, quando estamos de olho em tentar alguma publicação.
      Obrigado pela visita e comentário! Quanto ao lance das parcerias, creio que você vai perceber o quanto esse problema tem se repetido, seja do lado dos autores que enviam os livros e os blogueiros não dão um retorno ou dos autores prepotentes que tentem passar a perna nos blogueiros (levando em conta, que um número alto deles é formado por adolescente...).
      Abraços

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