Em um ano tudo poderia acontecer, inclusive nada. Era no novo que havia encontrado conforto e feito as pazes com o passado. Tudo igual, tudo diferente. Tudo novo, tudo velho. Tudo pouco, tudo muito. Assim andavam pelos extremos. Como definir o indefinível? Como encontrar as caixas certas? Não havia resposta certa nem errada. Tudo o que sabia é que mesmo sem se dar conta, tudo havia mudado. Encontrar conforto no novo não era fácil. Há uma parte de nós que prefere a dor conhecida do que o novo. Há uma tentação de se perder na nostalgia, mas havia aprendido que a resposta estava no aqui e agora. Escrevia para dar sentido ao que ainda buscava respostas. Escrevia para se lembrar de como as coisas poderiam mudar, mesmo quando tentamos negar ou esconder. Escrevia para agradecer. Escrevia. *Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo . Autor do livro de terror Escrita Maldita , p ublicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círcu...
Dia do Autismo: Meus dez centavos sobre conscientização do espectro autista
Hoje é Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Meus dez centavos. ♾🌈
1) O azul reforça o mito de mais meninos e homens no espectro. Sabe-se que há uma falha gritante de diagnósticos em meninas e mulheres no espectro autista. Elas aprendem a se camuflar melhor do que meninos. Não vou entrar na questão dos LGBTQ ou vai dar nó na cabeça de vocês. Quanto mais identidades, mais camuflagem. Muitos autistas adultos preferem o espectro colorido, representando a diversidade (espectro autista e questões identitárias).
2) Nenhum autista é igual ao outro. Nenhum neurotípico é. O preconceito e a desinformação fazem as pessoas acharem que por conhecer um autista, elas sabem como todos são. É preciso estar bem desinformado para pensar assim. O espectro autista é muito diverso, tanto em questões sensoriais, facilidades e dificuldades, comorbidades etc. Frases que irritam autistas: “Conheço um autista. Você não pode ser. É completamente diferente”. Essa frase incomoda quando vem de leigos, imagina quando vem de profissionais desatualizados?
3) A maioria dos problemas sobre autismo, especialmente no Brasil, passa pelas faltas de leitura e de reciclagem. Muitas informações erradas e até falsas espalhadas pela mídia, jornalistas que entrevistam profissionais desatualizados ou não especializados em TEA, pouco destaque para a visão dos autistas (social) e muito destaque para a visão médica. O autismo não é um bicho de sete cabeças e não precisa ser tratado como tabu. Estamos em 2019.
4) Por causa das falhas de diagnósticos e profissionais sem experiência/vivência com autistas, muitas pessoas estranham quando adultos se descobrem no espectro autista e presumem que eles estão inventando, especialmente quando eles se aceitam como são. Isso diz muito sobre o desconhecimento do autismo e problemas que acontecem pelo mundo: falhas de diagnósticos, profissionais sem capacitação, pessoas que desconhecem completamente o que é autismo, nem vou entrar na questão da camuflagem (o Brasil está anos atrasado).
Para hoje, desejo mais leitura e atualização sobre Autismo para todos, mais conhecimento na área da saúde e educação, menos tabu e preconceitos.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
Leituras sobre meninas/mulheres no espectro autista e autismo: