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Destaques

Sobre Reler Livros

Reler um livro era como tocar um tecido que você já usou várias vezes, como se fosse pela primeira vez. A textura parecia diferente; o cheiro não era o mesmo; Era impossível não imaginar na palavra que circulava pela mente: diferente.  E por que esperar pelo impossível igual? O leitor não era o mesmo. Um intervalo de tempo considerável havia se passado. O personagem que costumava ser o favorito talvez agora seja outro. O texto que escreveria a respeito do livro talvez jamais fosse igual. Era um diferente leitor, um diferente livro, uma diferente interpretação. Ler pelo mero prazer era diferente de ler pensando na resenha que escreveria em seguida. Escolher o livro de forma aleatória era diferente de já tê-lo em mente. Reler era diferente de ler, mas sobretudo, era uma nova forma de leitura: os detalhes que antes não chamavam a atenção, agora pareciam brilhar nas páginas. Não estava no mesmo lugar em que estava quando o leu pela primeira vez. Sua pele não era a mesma, tampouco seu céreb

Dia do Autismo: Meus dez centavos sobre conscientização do espectro autista

Hoje é Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Meus dez centavos. ♾🌈



1) O azul reforça o mito de mais meninos e homens no espectro. Sabe-se que há uma falha gritante de diagnósticos em meninas e mulheres no espectro autista. Elas aprendem a se camuflar melhor do que meninos. Não vou entrar na questão dos LGBTQ ou vai dar nó na cabeça de vocês. Quanto mais identidades, mais camuflagem. Muitos autistas adultos preferem o espectro colorido, representando a diversidade (espectro autista e questões identitárias).

2) Nenhum autista é igual ao outro. Nenhum neurotípico é. O preconceito e a desinformação fazem as pessoas acharem que por conhecer um autista, elas sabem como todos são. É preciso estar bem desinformado para pensar assim. O espectro autista é muito diverso, tanto em questões sensoriais, facilidades e dificuldades, comorbidades etc. Frases que irritam autistas: “Conheço um autista. Você não pode ser. É completamente diferente”. Essa frase incomoda quando vem de leigos, imagina quando vem de profissionais desatualizados?



3) A maioria dos problemas sobre autismo, especialmente no Brasil, passa pelas faltas de leitura e de reciclagem. Muitas informações erradas e até falsas espalhadas pela mídia, jornalistas que entrevistam profissionais desatualizados ou não especializados em TEA, pouco destaque para a visão dos autistas (social) e muito destaque para a visão médica. O autismo não é um bicho de sete cabeças e não precisa ser tratado como tabu. Estamos em 2019.

4) Por causa das falhas de diagnósticos e profissionais sem experiência/vivência com autistas, muitas pessoas estranham quando adultos se descobrem no espectro autista e presumem que eles estão inventando, especialmente quando eles se aceitam como são. Isso diz muito sobre o desconhecimento do autismo e problemas que acontecem pelo mundo: falhas de diagnósticos, profissionais sem capacitação, pessoas que desconhecem completamente o que é autismo, nem vou entrar na questão da camuflagem (o Brasil está anos atrasado).

Para hoje, desejo mais leitura e atualização sobre Autismo para todos, mais conhecimento na área da saúde e educação, menos tabu e preconceitos.

*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.



Leituras sobre meninas/mulheres no espectro autista e autismo:


Palestra com a autista Julie Dachez, autora do livro A Diferença Invisível e Doutora em Psicologia Social

Passarinha: Livro sobre garota autista e seu pai lidando com o luto

Autismo: Livro de memórias escrito por mulher com diagnóstico tardio de Asperger

13 Livros sobre Autismo que poderiam ser traduzidos para o Brasil

Vídeo: 5 Motivos para ler Em Algum Lugar nas Estrelas (Clare Vanderpool)

Autismo: Problema de representatividade na ficção ou no mundo real?

Síndrome de Asperger: Guia do especialista mundial em autismo, Tony Attwood

Autismo: Curta de animação para crianças explora a neurodiversidade

The Good Doctor: Personagem autista médico e o preconceito

Asperger na adolescência e amizade são temas do livro Em Algum Lugar nas Estrelas

Dia Internacional da Síndrome de Asperger: A Invisibilidade no Espectro Autista

Autismo: Tabu, desinformação e reciclagem profissional

Diversidade Invisível: Assista a palestra com autista diagnosticada aos 35 anos

5 Vídeos de Conscientização sobre Autismo e crises

Autismo: Problema de representatividade na ficção ou no mundo real?

Síndrome de Asperger: Guia do especialista mundial em autismo, Tony Attwood


Dicas de livros:



A Diferença Invisível: https://amzn.to/2HVFmPT

Passarinha: https://amzn.to/2FP0AeL

Em Algum Lugar nas Estrelas: https://amzn.to/2UeBvnR

O Cérebro Autista: https://amzn.to/2FJs45N

Autismo: https://amzn.to/2FIJeAq

Outra sintonia - A história do autismo: https://amzn.to/2WABxmy

O que Me Faz Pular: https://amzn.to/2Vedidy

O menino feito de blocos: https://amzn.to/2TQKRB5

The Complete Guide to Asperger's Syndrome (Já está desatualizado, publicado em 2008, mas é um dos melhores livros sobre Síndrome de Asperger. Não foi traduzido para o Brasil, mas pode ser encontrado em Portugal): https://amzn.to/2OFX0If

Outro Olhar: Reflexões de um Autista: https://amzn.to/2I821aY

Danielle, Asperger: https://amzn.to/2TQHeuQ

Neurodivergentes - Autismo na Contemporaneidade: https://amzn.to/2VeYNWW

Camaleônicos - A Vida de Adultos Autistas: https://amzn.to/2TT39Se


Minha vida de trás pra frente: A jornalista que se descobriu autista: https://amzn.to/2FP6nBn

Comentários

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  2. Olá Ben, eu gostaria muito de desabafar com alguém com bastante conhecimento sobre autismo. Eu muitas vezes possuo pensamentos repetitivos muito fortes algumas vezes (umas das únicas características que provam q eu tenho asperger) que tentam me enquadrar em um esteriótipo de autista que não tem nada a haver comigo. Sou uma pessoa bastante extrovertida (sério, ano passado eu falava com ao menos uma pessoa de cada sala do meu colégio), expressionista (vários amigos, colegas e até professores já me perguntaram se eu já pensei em ser ator) e super empática e sociável, apesar de na primeira infância eu ter tido muitas dificuldades de sociabilidade. Nunca tive problemas com expressões faciais e tenho até ´´facilidade´´ de mentir (Já tive uma fase sincericídio, mas claro que tem autistas que são assim por natureza). Apesar do meu fortíssimo hiperfoco (No caso, por novelas. Coisa de lembrar até a data e a quantidade de capitulos q cada novela teve Mas tbm tenho outros interesses como séries e vídeos do youtube.), do aparecimento de alguns pensamentos ´´chicletes´´,do pensamento bem acelerado e do fato de algumas vezes não entender uma ironia ou não entender que uma pergunta foi retórica, sou totalmente fora do rótulo do aspie (até minha psicóloga falou isso). Por isso acho que colocar pessoas em caixinhas (ainda mais autistas) é algo bastante cruel e desumano. Enfim, era isso q eu queria desabafar.

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