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Destaques

Observando Estrelas

As estrelas continuavam brilhando no céu, mas não conseguia alcançá-las. Havia encontrado uma estrela tão brilhante, mas quando tentou aproximar a visão, percebeu que ela já estava ao lado de outra estrela. Entre a surpresa e o choque, logo tentou se esquecer do que havia visto: era a única coisa que restava a fazer. A empolgação inicial de encontrar estrelas dera espaço a uma certa preguiça misturada à letargia. Sabia que elas estavam em algum lugar, bastava o tempo certo para que elas aparecessem, mas já não se sentia tão confiante em sua busca e pensara que ter ficado preso o suficiente em outros formatos estava atrapalhando seus êxitos. Queria uma estrela que servisse como uma musa, algo praticamente impossível de encontrar, mas que sabia que estava ali em algum lugar esperando por ele. Talvez as expectativas fossem altas e irreais, mas depois de se queimar e gelar pela realidade era tudo o que precisava. Estrelas, novas, brilhantes, estrelas que ainda não haviam tocado seu coração...

Dia do Orgulho Autista: Data para celebrar a Neurodiversidade

No dia 18 de Junho, é comemorado o Dia do Orgulho Autista (Autistic Pride Day). A data foi criada pelo grupo Aspies for Freedom, celebrada pela primeira vez em 2005. De lá pra cá, muitas coisas mudaram: temos muito mais informações sobre autismo do que tínhamos, porém, o preconceito ainda é um problema.


Dia do Orgulho Autista e Neurodiversidade:


14 anos após a primeira edição do Dia do Orgulho Autista: alguns problemas permanecem e provavelmente sempre permanecerão. Muitas pessoas não entendem a importância da data para autistas, pois presumem que temos vergonha de quem somos e se esquecem de que somos todos diferentes.


A autoestima de uma pessoa está relacionada à maneira que ela se percebe no mundo. As opiniões e visões dos outros têm bastante peso na questão da autoimagem. Muitas pessoas acham que naturalmente autistas têm baixa autoestima e comorbidades como depressão e ansiedade, mas é uma visão errada e não leva em conta duas coisas: que todos somos diferentes, independente do grau, e que existem vários fatores, como neurobiológicos (cérebro), sociais (bullying) e hereditários (alguns transtornos têm forte relação genética).


Texto da imagem: “Por que eu deveria chorar por não ser uma maçã, quando eu nasci uma laranja; eu estaria chorando por uma ilusão, eu poderia também chorar por não ser um cavalo” – Donna Williams, escritora autista australiana, artista, cantora, compositora, roteirista e escultora

Por isso, na hora de buscar tratamentos, também é tão importante investir na questão do autoconhecimento. Independente da pessoa falar abertamente sobre o próprio diagnóstico ou se ela decide contar só para pessoas próximas, a autoestima pode fazer muita diferença na vida dela, nas escolhas que ela faz ou deixa de fazer.

Então, para este mês, indico que as pessoas mergulhem no universo de pessoas no espectro autista, seja através de produções culturais (livros, séries, filmes, documentários e demais formas de expressões culturais com personagens/temática autista), conteúdos produzidos para a internet (redes sociais, blogs, vídeos, palestras) e/ou ao vivo, por meio de estratégias de inclusão.
***
Qualquer dia dou uma aula de ciência e cérebro para as pessoas.


'Ninguém consegue ler tudo isso', 'Quem não sente tanto frio', 'Quem aguenta tanta dor', 'Ninguém consegue aprender tão rápido sobre um assunto' etc.

Somos todos diferentes e está tudo bem.

Eu, Asperger/autista, por exemplo, tenho hiperlexia (leio como respiro), tenho hipersensibilidade ao calor (sinto menos frio), tenho hipossensibilidade à dor, tenho hiperfoco.

Poderia dar inúmeros exemplos de como as pessoas ignoram a Neurodiversidade.


Texto da imagem:
“Todos os relacionamentos precisam de limites saudáveis e bem claros. Precisamos ter uma noção do nosso Eu, nossa individualidade; caso contrário, nos confundimos com o outro, perdemos nossa identidade – o que é confuso e pouco saudável” – Lucy Beresford, Como se libertar das relações tóxicas

*Para ressaltar, não vou indicar muitas coisas, ou o post vai ficar gigantesco e sei que muitas pessoas não gostam de conteúdos longos. Não adianta dizer "faltou tal coisa na indicação", você pode se sentir livre para comentar no blog e deixar sua indicação e/ou compartilhar nas redes sociais e deixar suas próprias indicações.

Conheça minha página sobre autismo e cultura no Facebook: https://www.facebook.com/autisticos/

Aviso de transparência: Estou deixando indicações de livros que são encontrados na Amazon. Comprando pelo link do blog, você ajuda com a manutenção e possibilita que eu continue investindo na produção de conteúdo na internet. Os livros também podem ser encontrados nas livrarias.

Indicações  para o mês do Orgulho Autista:



5 Livros com a temática do autismo:


Em Algum Lugar nas Estrelas: Um romance intenso sobre a difícil arte de crescer em um mundo que nem sempre parece satisfeito com a nossa presença.Pelo menos é desse jeito que as coisas têm acontecido para Jack Baker. A Segunda Guerra Mundial estava no fim, mas ele não tinha motivos para comemorar. Sua mãe morreu e seu pai... bem, seu pai nunca demonstrou se preocupar muito com o filho.

Jack é então levado para um internato no Maine (o mesmo estado onde vivem Stephen King e boa parte de seus personagens). O colégio militar, o oceano que ele nunca tinha visto, a indiferença dos outros alunos: tudo aquilo faz Jack se sentir pequeno. Até ele conhecer o enigmático Early Auden.

Early, um nome que poderia ser traduzido como precoce, é uma descrição muito adequada para um prodígio como ele, que decifra casas decimais do número Pi como se lesse uma odisseia. Mas, por trás de sua genialidade, há uma enorme dificuldade de se relacionar com o mundo e de lidar com seus sentimentos e com as pessoas ao seu redor.

Encontre o livro: https://amzn.to/31ayogu

Leia meu texto sobre o livro: Asperger na adolescência e amizade são temas do livro Em Algum Lugar nas Estrelas 

Passarinha – No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai – a si mesma e todos a sua volta –, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido.

Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo.

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Leia meu texto sobre o livro: Passarinha: Livro sobre garota autista e seu pai lidando com o luto 

O Cérebro Autista – Conheça a vanguarda da ciência sobre o autismo. Ao mesclar novas e surpreendentes descobertas com a sua própria experiência como autista, Temple Grandin evidencia os avanços científicos neste campo, compartilha conosco suas ressonâncias cerebrais, argumenta que a educação de crianças autistas não deve centrar-se apenas em suas fraquezas, o que multiplica as formas de aproveitar suas contribuições únicas.

Dos “Aspies” do Vale do Silício até uma criança não verbal, Grandin compreende o real significado da palavra “espectro”, o que faz deste livro uma leitura essencial sobre o assunto.

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Leia meu texto sobre o livro: 4 Curiosidades do livro O Cérebro Autista 

A Diferença Invisível – Marguerite tem 27 anos, e aparentemente nada a diferencia das outras pessoas. É bonita, vivaz e inteligente. Trabalha numa grande empresa e mora com o namorado. No entanto, ela é diferente.

Marguerite se sente deslocada e luta todos os dias para manter as aparências. Sua rotina é sempre a mesma, e mudanças de hábito não são bem-vindas. Seu ambiente precisa ser um casulo. Ela se sente agredida pelos ruídos e pelo falatório incessante dos colegas.

Cansada dessa situação, ela sai em busca de si mesma e descobre que tem um Transtorno do Espectro Autista – a síndrome de Asperger. Sua vida então se altera profundamente.

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O Que Me Faz Pular – Com grande dificuldade de se comunicar verbalmente, o jovem Naoki Higashida aprendeu a se expressar apontando as letras em uma cartela de papelão, e aos treze anos ele realizou um feito extraordinário: escreveu um livro.

Delicado, poético e profundamente íntimo, O que me faz pular traz uma nova luz para entendermos a mente autista. O autor explica o comportamento muitas vezes desconcertante das pessoas com essa condição e nos oferece suas percepções de tempo, vida, beleza e natureza, apresentadas em um relato inesquecível.

O que me faz pular, trazida para o leitor ocidental pelo renomado escritor David Mitchell e sua esposa, é uma obra única. A história de Naoki demonstra que, longe de serem insensíveis e indiferentes ao mundo, as pessoas com autismo são tão complexas quanto qualquer um de nós e dotadas de senso de humor, empatia e uma intensa imaginação. Seu mundo é incrivelmente rico, e esse relato autobiográfico nos oferece um vislumbre comovente dessa riqueza.

Encontre o eBook: https://amzn.to/2WczN2h



6 Filmes com a temática do autismo:

Adam: Adam, um engenheiro eletrônico, tem um tipo de autismo chamado síndrome de Asperger e se isola por isso. Quando a jovem Beth se muda para o mesmo prédio, ele muda de atitude e torna-se mais social. Ela não sabe como lidar com as mudanças de Adam, mas mesmo assim decide dar uma chance. Porém, os pais da moça têm dificuldade em aceitar o romance dos dois.


Tudo Que Quero: O mundo é um lugar confuso para Wendy, uma jovem que, apesar do autismo, é independente e brilhante. Wendy escreve histórias de fantasia em seu tempo livre e, quando ela descobre uma competição, decide terminar seu roteiro e participar. Agora o problema é entregar o roteiro. Com seu pequeno cão e apenas alguns dólares no bolso, Wendy decide corajosamente ir em busca de seu sonho, embarcando numa aventura repleta de desafios e surpresas.


Mary e Max: Mary Daisy Dinkle (Toni Collette) é uma menina solitária de oito anos, que vive em Melbourne, na Austrália. Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman) tem 44 anos e vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre de acordo com os altos e baixos da vida.


A História de Luke: Depois de crescer protegido pelos avós, Luke (Lou Taylor Pucci) é jogado em um mundo que não tem nenhuma expectativa dele. Na procura de um emprego e de uma namorada e ele não vai aceitar não como resposta. 

Temple Grandin: Jovem autista luta para ter uma vida normal. Incentivada pelo professor, ela chega à universidade e usa sua sensibilidade e habilidade com os animais para criar uma técnica que revoluciona a indústria agropecuária dos Estados Unidos.

O Cérebro de Hugo: O Cérebro de Hugo: O filme mostra em uma ficção, a história do Hugo (baseada em fatos reais), onde o tema principal é o autismo. Nesse contexto, mostra declarações de autistas, a história dos tratamentos psicológicos, contemplando falas dos principais psicólogos que trabalharam com o tema.

Hugo tem 22 anos e tem síndrome de Asperger ou "autismo altamente funcional". Excepcionalmente inteligente e dotado de uma memória impressionante, ele é um pianista notável, a par de alguns dos melhores. No entanto, vive trancado no seu quarto, prisioneiro das graves limitações emocionais e sociais que o afetam. 

Uma parede invisível separa-o das pessoas ditas "normais" ou neurotípicas. Este documentário ficcionado, sensível e comovente, mostra a viagem caótica de Hugo desde o seu nascimento até à idade adulta, e a luta difícil para se integrar na sociedade, alternando com histórias pessoais de pais e pessoas de todas as idades que sofrem de Asperger.

4 Séries com personagens no espectro autista:


The Good Doctor: Um jovem médico com autismo vindo da calma vida do interior começa a trabalhar em um famoso hospital. Além dos desafios da profissão, Shaun Murphy precisa provar sua capacidade a seus colegas e superiores.



Atypical: Atypical é uma série norte-americana de comédia dramática original Netflix, criada e escrita por Robia Rashid, que conta a história de um rapaz de 18 anos, diagnosticado dentro do espectro do autismo, que trabalha e estuda, vivendo a efervescência da idade e seu amadurecimento.

Série disponível na Netflix: https://www.netflix.com/title/80117540


*The Big Bang Theory: Leonard e Sheldon são capazes de explicar a todo mundo mínimos detalhes sobre física quântica. Entretanto, em situações básicas cotidianas, se confundem totalmente.


*Young Sheldon: Para Sheldon, infância não é nada fácil. Um gênio da matemática e das ciências, enfrenta dificuldades no cotidiano e uma família 'normal' que busca uma forma de lidar com ele.

Série disponível na Globoplay: https://globoplay.globo.com/young-sheldon/p/11094/

*Embora os roteiristas da série nunca tenham confirmado que o Sheldon tenha Síndrome de Asperger, ele apresenta várias características de autistas com Altas Habilidades/Superdotação (Dupla Excepcionalidade). 

Precisamos lembrar que era e ainda é bem comum a falta de diagnóstico de autistas com superdotação, seja pela dificuldade de encontrar profissionais para o diagnóstico, pelo preconceito ou pela época em que a pessoa viveu. 

Hoje em dia, temos muito mais informações sobre o espectro autista e sua diversidade do que as pessoas tinham e ainda assim, vejo um monte de informações erradas sobre autismo na mídia e profissionais desatualizados. Ainda é bem comum com Dupla Excepcionalidade tenha um diagnóstico ou outro: Síndrome de Asperger ou Altas Habilidades. Por isso é tão importante conscientizar sobre o assunto.

5 Palestras com mulheres autistas no TED Talks:










*Ben Oliveira é escritor, blogueiro, jornalista por formação e Asperger. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.

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