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Impeachment de Bolsonaro: Curso de Jornalismo da PUC-SP lançou campanha Pergunte Ao Lira
O impeachment de Bolsonaro ganha cada vez mais apoio popular, seja nas ruas, na internet ou nos diferentes partidos políticos e associações. Com mais de 120 pedidos de impeachment, após a morte por Covid-19 do professor e jornalista André Russo, alunos e professores do curso de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo lançaram a campanha “Pergunte Ao Lira”.
Mestre em Comunicação, doutorando, o jornalista, publicitário e professor universitário André Naveiro Russo morreu no dia 20 de junho de 2021. Além de dar aula na PUC-SP, ele trabalhava na Rádio Capital de São Paulo.
A proposta da campanha é levar outros colegas jornalistas a perguntarem para o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o que ainda falta para a abertura dos processamentos de impeachment de Jair Bolsonaro.
Em entrevista à TV Cultura, um dos professores por trás da campanha, Cristiano Burmester disse que um dos objetivos da campanha é perguntar ao Arthur Lira quantos pedidos de impeachment do Bolsonaro ele vai precisar receber até se sensibilizar com o que está acontecendo no Brasil.
“Espalhe o pedido insistente. O movimento é uma reação à morte do professor André Russo e dos demais 504 mil brasileiros e brasileiras vitimados por uma doença evitável. Até quando esta gestão seguirá pisando em nosso país?” – tuítou o curso de Jornalismo da PUC-SP
A campanha foi lançada no dia 20 de junho de 2021, no período em que o Brasil atingiu a marca de 500 mil mortos. Segundo os organizadores, “O deputado Arthur Lira tem o dever constitucional de responder pelo adiamento do início do processo que pode livrar o país da mais nefasta administração já registrada e, assim, impedir a morte de outras centenas de milhares de brasileiros e brasileiras”.
A nota divulgada pela equipe também pediu apoio da sociedade civil organizada e de todos que não aguentam mais assistir à escalada de morte, ódio e descaso no Brasil, lembrando que o número de mortes é maior do que de 8 genocídios registrados no mundo até hoje. A campanha convida as pessoas a usarem a hashtag #pergunteaolira nas redes sociais.
“Até quantas mortes o deputado Lira vai esperar para atender o clamor de uma nação?”
Diante do episódio em que o presidente Jair Bolsonaro atacou a repórter Laurene Santos da TV Vanguarda, afiliada da Globo, em Guaratinguetá (SP), o curso de Jornalismo da PUC-SP se posicionou no Twitter: “Formamos jornalistas para desempenhar uma profissão fundamental para a democracia, com ética e excelência. Não preparamos os profissionais que o país precisa para que sejam postos em risco ou agredidos. Esperamos, sim, que eles incomodem o poder, principalmente o autoritário”.
A pressão pelo impeachment tem aumentado nos últimos dias, seja pelo número crescente de mortes que poderia ter sido evitado se o país tivesse seguido recomendações sanitárias e comprado as vacinas quando foram ofertadas, seja pelas descobertas da CPI da Pandemia e as posturas negacionistas de Bolsonaro e políticos aliados que geram aglomerações, não usam máscaras e se posicionam contra restrições sociais e lockdown.
Além das posturas inadequadas na pandemia, Bolsonaro também foi recordista em espalhar informações falsas na pandemia, junto com seus seguidores espalhando fake news nas diversas redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram.
Mesmo diante de tantas omissões no atraso da vacinação, ações intencionais contrárias às orientações sanitárias e demais atitudes incoerentes cometidas pela gestão de Bolsonaro na pandemia, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira deu entrevistas dizendo que não vê condições políticas para abertura de um processo impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro e não deseja criar instabilidade política para o país.
No dia 30 de junho deve ser protocolado um pedido coletivo de impeachment (superpedido de impeachment), reunindo vários partidos, movimentos sociais e pessoas físicas. Embora não se foque somente nos possíveis crimes cometidos na pandemia, o pedido também vai levantar motivos desde que ele foi eleito. Segundo Gleisi Hoffmann, 23 crimes cometidos por Bolsonaro foram descritos. A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia está entre as associações que estão apoiando o impeachment.
No dia 23 de junho de 2021, ex-alunos da Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apoiaram manifesto pelo impeachment do Bolsonaro. O documento também recebeu apoio de profissionais de outras áreas e políticos.
Com as investigações sobre possibilidade de prevaricação de Bolsonaro no caso do contrato irregular da Covaxin, políticos opositores estão esperançosos de que haja maior apoio para o impeachment, já que pode vir a ser considerado um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil.
Após as revelações dos irmãos Miranda à CPI da Pandemia sobre o caso Covaxin, movimentos sociais anteciparam manifestações pedindo o impeachment do Bolsonaro para o dia 03 de julho de 2021. Nas redes sociais, muitos brasileiros começaram a usar a hashtag #AceitaLira.
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