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Pegasus: Ações sobre tecnologia de espionagem de jornalistas e opositores continuam reverberando pelo mundo
Em 2021, um projeto internacional formado por jornalistas e ONGs revelou que jornalistas de diferentes partes do mundo estavam sendo espionados por empresários e políticos, por meio do Pegasus, criado em Israel e vendido pela empresa para vários países, ignorando questões como a liberdades pessoal, de expressão e de imprensa. No Brasil, com exceções, o assunto passou batido por muitos profissionais de comunicação.
Aplicativo semelhante quase foi comprado e adotado no país, mas foi bastante criticado por políticos quando descobriram que a ferramenta poderia ser usada para fins políticos e eleitorais, além de invadir a privacidade dos profissionais do jornalismo e ser usada fora de controle. Não que seja motivo para paranoia, mas ficar em negação, especialmente quando a Internet foi criada justamente com propósitos de Guerra, me parece bastante ingenuidade por parte de muitos brasileiros.
Desde a revelação do Pegasus Project, associações não-governamentais relacionadas aos direitos humanos, liberdade de imprensa e liberdade de expressão, além dos jornalistas que foram vítimas das tentativas ou bem-sucedidas ações de espionagem de seus celulares, foram até a imprensa, denunciaram e também tomaram medidas judiciais.
Muitos dos governos tinham viés conservador, porém, não significa que em países socialistas e capitalistas profissionais de imprensa e cidadãos comuns também não são vítimas de aplicativos de espionagem. Neste aspecto, ter visão de esquerda, centro ou direita, acaba se perdendo, visto que muitos países mandam prender e fechar jornais, porém, muita gente faz vista grossa quando se trata de lugares em que suas ideologias são adotadas ou nos quais a vida e liberdade de jornalistas estão em perigo.
O jornalismo é um dos ofícios dos quais muitos profissionais são assassinados, casos ficam em aberto (especialmente quando são contratados assassinos profissionais) e, além da sensação de impunidade, caem facilmente no esquecimento.
Em Julho de 2022, a Anistia Internacional publicou uma notícia alertando que mesmo após as revelações da ferramenta de espionagem, ainda existem empresas de vigilância lucrando e violando direitos humanos pelo mundo todo.
“O Projeto Pegasus ofereceu um alerta de que uma ação era urgentemente necessária para regular uma indústria que está fora de controle. Vergonhosamente, os governos em todo o mundo ainda precisam intensificar e lidar totalmente com essa crise de vigilância digital”, afirmou Danna Ingleton.
Danna encorajou os que foram vítimas a denunciarem. Já o diretor da Anistia Internacional na Espanha, Esteban Beltrán lembrou que se por um lado essas ferramentas podem ajudar a reduzir alguns casos de crimes, por outro, se não houver regulamentação e mediação judicial, há o risco de ferramentas de espionagem como o Pegasus serem usadas com total impunidade.
Para evitar que as investigações tenham vieses do governo, afinal, eles próprios compraram o programa de espionagem, a Anistia Internacional acredita na importância de relatórios independentes e citou o caso da Espanha.
“A impunidade dessa vigilância também destaca mais uma vez a necessidade de aumentar o controle e as salvaguardas legais e operacionais nas operações de vigilância”, disse Esteban Beltrán. “Os governos de todo o mundo não fizeram o suficiente para investigar ou impedir as violações dos direitos humanos causadas por spyware invasivo como o Pegasus. O uso, a venda e a transferência dessa tecnologia de vigilância devem ser temporariamente interrompidos para evitar mais abusos dos direitos humanos”.
Vale lembrar que algumas tecnologias são usadas por serviços secretos e investigativos para combater crimes como tráfico humano, mas que é bem diferente de uma empresa liberar para compra para empresários, governos e políticos, sem qualquer critério ou fiscalização para qual uso será feito. Profissionais da imprensa, por exemplo, já são vulneráveis, dependendo do que vão produzir e se for algo polêmico ou que possa incomodar figuras poderosas, além de conseguirem acessar fontes até que poderiam ser secretas e em off, também podem localizar onde os profissionais estão, seja hackeando o conteúdo, ameaçando ou até mesmo pondo um fim em suas vidas.
Algumas ações (foram tantas) que aconteceram após a revelação do Pegasus, aplicativo que permitia total acesso de celulares e era usado para espiar jornalistas e opositores:
– Dois políticos renunciaram na Grécia por causa do escândalo ;
– Na Tailândia, o aplicativo foi usado para espiar cidadãos opositores que lutavam pela democracia ;
– Imagens revelam como o Pegasus ativava o Microfone e Captura de Tela;
– Possivelmente, alguns funcionários da União Europeia foram invadidos pelo Pegasus:
– Comissão alerta sobre violações de privacidade e direitos com a existência de ferramentas como o Pegasus;
– Na Índia, o governo tentou convencer a população de que tudo não se passavam de conspiração, vingança e sensacionalismo;
– No país Basco e na Catalunha, comunidade autônoma da Espanha, vários líderes separatistas tiveram seus celulares hackeados.
***
Aplicativos de espionagem não são uma novidade, mas se antigamente usávamos o computador e o celular para determinadas atividades, ultimamente, se tornaram ferramentas essenciais no cotidiano, especialmente para transferências financeiras e pagamento de serviços.
O que muita gente não sabe é que essas ferramentas estão disponíveis em diferentes partes do mundo e podem ser usadas não somente por hackers, como muitos imaginam, mas para perseguição: saber com quem você fala, onde você está (rastreamento) e o que tem conversado, por exemplo, bem como sobre o tipo de conteúdo que compartilha com outras pessoas.
*Ben Oliveira é escritor, formado em jornalismo. Autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1) e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
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