Algoritmos. Algoritmos às vezes nos mostravam o que não queremos ver. Quando menos nos damos conta estamos diante da recomendação de um conteúdo ou recomendação para seguir de alguém que já não faz parte da nossa vida há anos. Os anos passam, mas é como se os algoritmos não se atualizassem: é quase como se ele nos prendesse ao passado. Algoritmos não eram necessariamente bons ou ruins, mas causavam impacto nos nossos comportamentos. De repente, basta um simples conteúdo para dar um gatilho sobre o que você viveu com alguém do passado. Chega a ser engraçado como os algoritmos falham. Muitas pessoas comentam: eu sei que essas pessoas estão no Instagram (ou qualquer outra rede social), eu só não quero adicionar elas. Os algoritmos seguem sem a nossa vontade. Eles não sabem as histórias que aconteceram fora dos bastidores das telas, não sabem muito sobre o contato humano. Ainda que cause um incômodo e que o algoritmo recomende alguém totalmente diferente do que você esperava: às vezes é me...
Autismo: Esgotamento (Burnout autístico), desorganização (disfunção executiva) e autonomia:
Vou aproveitar para levar conscientização. Esta imagem não é minha, mas poderia ser.
Quando estamos hiperfocados, podemos nos 'esquecer do mundo'. Meu hiperfoco principal é livro/literatura, mas quando estou hiperfocado em autismo, eu fico o dia inteiro caçando informações de qualidade para levar conscientização sobre a causa e ajudando a diminuir um pouco das informações falsas que circulam pelo mundo, seja sobre tratamentos controversos ou pesquisas inconclusivas.
Muitos autistas/Aspergers, independente do 'grau' de autonomia e da cognição, podem lidar com a disfunção executiva diariamente. A desorganização da mente pode ser confundida com preguiça e/ou birra – é claro que cada caso é um caso e pode acontecer da pessoa estar de má vontade.
Em situações de esgotamento e no meu caso, estou gripado, fazer coisas simples pode se tornar desafiador.
Por isso é importante ressaltar sobre a importância de preservar a própria energia e nem sempre 'ultrapassar' os limites.
Vários autistas adultos lidam com crises frequentes de Burnout (esgotamento). A gente aprende a desacelerar na marra, caso contrário, sabe que vai ficar preso nesse ciclo.
Podemos ser muito bons e inteligentes com alguma coisa e não tão bons com outras. Por isso é importante quebrar tabus. Aspergers e autistas camaleões sofrem preconceitos de todos lados: pais de autistas de outros graus, profissionais desatualizados que não entendem do assunto e até mesmo de outras pessoas no espectro que não aceitam que somos todos diferentes (em facilidades e dificuldades, questões sensoriais e autonomia).
PS: É uma ótima oportunidade para lembrar a vocês a importância de valorizar os autistas que fazem trabalho voluntário, seja na internet ou ao vivo. Independente do hiperfoco, nós somos finitos e ficamos cansados, irritados, esgotados etc. Não somos perfeitos, mas não-autistas também não são. Ninguém é.
PS2: A disfunção executiva não é exclusiva de autistas. Pessoas com TDAH e outras condições também podem ter. Ficamos mais 'desorganizados' do que o comum, especialmente em situações de estresse e outras doenças. Por isso é importante não ficar se comparando com os outros, seja dentro do espectro autista ou fora.
“Funções executivas são as ações autodirecionadas específicas que utilizamos para nos controlar. São as habilidades mentais que todos usamos para considerar nosso passado e então antecipar o futuro e direcionar nosso comportamento em sua direção” – Russell A. Barkley e Christine M. Benton, Vencendo o TDAH: Adulto
No meu caso, minha paciência com quem reclama da página é mínima. Pois, o tempo que gasto atualizando, eu poderia estar focando em outras coisas. Ajudo porque quero que mais pessoas se conscientizem e sejam menos enganadas por profissionais antiéticos.
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#PraCegoVer: Fundo de flores brancas e texto da imagem: Quando você é 'diferente'. Ser você mesmo é, literalmente, uma forma de resistência.
“A normalidade é como uma estrada pavimentada: é confortável de se andar, mas nenhuma flor cresce nela” – Vincent Willem van Gogh
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1)e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.