Quando se lê ou ouve o termo dorama, muitas pessoas associam aos dramas românticos e leves, fazendo com que muitas pessoas evitem conhecer uma série de produções de gêneros diferentes, para quem também gosta de histórias mais sombrias e com uma dose de suspense e ação. Pensando em uma postagem assim que vi nas redes sociais, nas quais os dorameiros estavam indicando opções diferentes, decidi selecionar minhas cinco sugestões de dramas coreanos (kdramas) que fogem dos clichês românticos, dos quais algumas pessoas não gostam. Apesar de grande parte dos conteúdos lembrarem novelas de drama e romance, surgem cada vez mais possibilidades de gêneros e temas para assistir. Quando o termo dorama se popularizou no Brasil, parte da comunidade brasileira coreana não ficou muito feliz por associarem a um gênero. Confira 5 K-dramas Para Quem Não Gosta de Romance: 1) Round 6 (Squid Game): da lista, este é um dos dramas coreanos que conseguiram furar a bolha da dramaland e conquistaram telespectadore
Muita gente me acompanha, mas não me conhece. Alguns vieram recentemente por causa das campanhas de conscientização do autismo.
Outros não faziam ideia de que sou autista/Asperger, afinal, descobri de forma tardia, só aos 29 anos, e no Brasil, muitos profissionais não entendem sobre Síndrome de Asperger, autistas com altas habilidades e camaleões – logo, eu evito julgar quem é leigo no assunto, já que temos um problema estrutural, muitas vezes, associado à falta de leitura e ao desinteresse pela educação.
Se você trabalha na área, no entanto, eu julgo (e muito), afinal, é seu trabalho estar atualizado e não ficar espalhando mitos, preconceitos e mentiras sobre o espectro autista. Já deixei várias indicações de leitura sobre o autismo no meu blog e nas redes sociais.
Mas hoje quero falar sobre algo importante, sobre como os livros mudaram minha vida. Como escritor e alguém que lê desde sempre, eu posso garantir que não seria o mesmo que sou hoje sem a leitura.
Minha paixão pelos livros (hiperfoco para alguns), fez toda diferença para mim. Diferente de charlatões, não me arrisco a dizer que a leitura ajuda a 'reduzir o autismo', mas se eu tenho mais 'leitura social' é, sem dúvidas, porque a literatura e a ficção ajudam a entender melhor o comportamento humano.
Ser escritor no Brasil não é uma tarefa fácil. Só quem embarca nesta jornada sabe quais são as dificuldades: quem está de fora pode só tentar imaginar. Mas, assim como o leitor teimoso que insiste a ler até a última página do livro, eu insisto escrevendo.
Ainda sobre o poder da escrita e da leitura, ambos me deram uma voz e ajudaram com a minha construção de identidade. Sem os livros, eu teria sido enganado por profissionais antiéticos, como muitos autistas e familiares são diariamente.
“Jess sabia que um livro não era só um livro. Tudo tinha um significado. Havia uma teia invisível que conectava as palavras. Era como magia”– Ben Oliveira, O Livro (Os Bruxos de São Cipriano #2)
Vocês conseguem imaginar que eu me descobri Asperger graças a um livro, que me levou a tantos outros livros e a uma das profissionais mais humanas que eu já conheci?
Pois é. Se não fosse pelo livro de quadrinhos A Diferença Invisível (Julie Dachez), levaria mais anos – ou jamais descobriria que estou no espectro autista, como acontece com centenas, milhares de adultos no Brasil e em diversos países.
A graphic novel conta a saga de uma mulher que se descobre autista na vida adulta: a verossimilhança é tão assustadora, que como moderador de grupo de autismo e envolvido com a comunidade internacional de autistas, eu já vi a mesma história se repetindo dezenas de vezes: preconceito de profissionais desatualizados, pessoas que não entendem e se negam a aceitar o autismo e a árdua jornada de lutar para ser quem você é, sem sentir vergonha do que os outros possam falar.
Para finalizar, de tantos hiperfocos (e nem sempre escolhemos, muitas vezes, somos escolhidos por eles), eu tenho um (entre outros) que me permite conectar vários assuntos e ilhas de conhecimento. Este é o poder da literatura: conectar pessoas, áreas de conhecimento, entreter, informar, conscientizar e, acima de tudo, nos tornar mais empáticos e melhores seres humanos.
Em breve falarei sobre como a tecnologia facilita a vida de pessoas no espectro autista – e até mesmo ajuda com a camuflagem de Aspergers adultos. Para quem está preocupado se eu vou falar só de autismo, pode ficar tranquilo. Estou devendo algumas resenhas de livros para o meu blog e em breve vou cumprir. Também devo voltar a gravar mais vídeos sobre livros para o meu canal do YouTube, assim que o barulho permitir.
*Ben Oliveira é escritor, blogueiro e jornalista por formação. É autor do livro de terror Escrita Maldita, publicado na Amazon e dos livros de fantasia jovem Os Bruxos de São Cipriano: O Círculo (Vol.1)e O Livro (Vol. 2), disponíveis no Wattpad e na loja Kindle.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo comentário. Volte sempre!